sexta-feira, 29 de novembro de 2013
PITU!
De tanto assistir a filmes de Hollywood “tipo" MacGyver, moldei o espírito na base de pequenas aventuras. Nos idos de 1997, inventei, pela segunda vez, de morar em Aldeia, malgrado a convivência nada amigável com muriçocas, grilos, baratas e afins. Herdei ar condicionado de 20.000 BTU da antiga dona, que decerto tinha tendência a esquimó, haja vista o pequeno espaço do quarto.
Pois que era muito difícil dormir. Quinze minutos do bicho ligado, o frio já era insuportável. O jeito era atolar-se embaixo de edredom e suportar a barulheira, o que não prescindia de sono profundo de ondas lentas.
Botei na cachola que o ambiente, à conta do aparelho, ficava com pouca umidade. Tinha tendência a me preocupar quando não havia nada com que se preocupar, particularidade que me acompanha até hoje. Comprei resistência, meti-a em recipiente com água e fiz ligação elétrica. A geringonça esfumaçava "nevoazinha" quente, mas por pouco tempo. Adaptei-a. Introduzi boia de descarga e fiz ligação hidráulica. De maneira que a água sempre ficava no mesmo nível. A danada dava uns estalos; dormia-se com aquilo.
Certa feita, acordei-me por conta de estrondo medonho e princípio de incêndio: o caseiro fechara a torneira inadvertidamente e a resistência funcionou a seco. O jeito foi comprar ventilador e escancarar a janela. Naquele tempo, tomava café, religiosamente, três vezes ao dia.
Mas mania de Brasileiro é tomar PITU, segundo Mução. Nunca gostei das quatro letras; nem do sabor, tampouco do efeito. Quando passei no vestibular de engenharia (haja tempo), subi a serra de Jundiá, em Vicência, e tomei, com amigos Vicencianos, três tubos da cachaça. A ressaca foi tão grande que até hoje não mais entornei o “nefasto” líquido.
Fico surpreso e muito admirado quando trabalhador da construção civil, que com efeito labuta (lá) no pesado, ressalta: bebi quase nada, apenas um quartinho. Para quem não sabe, a medida corresponde a 250 ml, ou seja, ¼ de litro, o que, para mim, é suficientemente bastante ao regurgito de dois dias ou mais.
No respeitante aos efeitos “lúdicos”, a gama é muito rica e diversificada. Há os que choram, os que ficam brabos, os que riem e os que dormem. E há aqueles que inopinadamente metamorfoseiam-se em carentes donzelas, decerto habitantes de seus superegos.
Quente pra Dedéu!
O Recife é quente pra Dedéu. Dedéu foi um homem de pernas muito longas, particularidade que o auxiliava bastante em percursos de longa distância.
Um belo dia, ele resolveu conhecer uma cachoeira situada numa densa floresta. Malgrado ter caminhado durante todo o dia, não a encontrou, o que o levou a concluir ela ficava longe demais: "O lugar era muito longe para o Dédeu".
Se o lugar era longe para o Dédeu que tinha pernas longas, então era longe demais para qualquer pessoa. A expressão foi estendida para qualquer coisa que denote muita quantidade ou intensidade.
Tergiversei de antemão.
Mas que volto à alta temperatura de nossa cidade. Pois bem, vez ou outra encontro em restaurantes, ou mesmo andando pela rua, ao sol do meio dia, simulacros de advogado completamente paramentados com seus paletós listrados, gravatas coloridas e arrogância peculiar. No tempo da casa de Tobias, indagava aos acadêmicos se a vestimenta era imprescindível ao exame de fezes, pois que na sala de aula não fazia o menor sentido. Vá lá que se empertiguem no fórum, mas no mormaço é dose pra elefante.
Ante esse curtíssimo relato de quinta-feira, digo com convicção espartana: Ninguém é tão importante quanto aparenta sê-lo.
Vale acrescentar:
"Os espartanos deixaram uma pegada espiritual indelével. O simples fato de que ainda hoje em dia o adjetivo “espartano” designe qualidades de dureza, severidade, resistência, estoicismo e disciplina, nos dá uma ideia do enorme papel que cumpriu Esparta. Foi muito mais que um simples Estado: foi um arquétipo, foi o máximo expoente da doutrina guerreira. Por trás da fachada perfeita de homens aguerridos e mulheres atléticas se escondia o povo mais religioso, disciplinado e ascético de toda Grécia, que cultivava a sabedoria de um modo discreto e lacônico, longe da euforia e das baixezas urbanas que já então haviam feito sua aparição."
Medo de Avião!
Fujo de perigo como o Diabo foge da Cruz. Não me conte que pulou de “body jumping”, pois que não tenho interesse por isso. Prefiro cama macia, travesseiro com capa anti-ácaro e televisão de 47 polegadas. Posso até aventurar-me numa trilha, mas tudo muito bem planejado, cronometrado, com consequências previsíveis. Não engulo esse troço de adrenalina.
Prazer pelo inusitado nunca foi meu forte. Prefiro calçada. Se vou de bike pra o trabalho, o faço à conta do trânsito. E só. E não me venham com a conversa de que andar de carro é tão perigoso quanto, pois que não é, uma vez que se tem a proteção da lataria e do motor; de bike, nada se tem.
Há mais ou menos vinte anos, arrisquei viagem internacional; fui a Orlando, na Flórida, depois de muita insistência de colega que morava por lá. Só suportei o trenzinho que adentrava, com certa velocidade, em cavernas e espaços pouco convencionais. Montanha Russa Nem pensar.
Medo efetivamente não tenho, porém gostar de avião não gosto. Prefiro o solo. Estatísticas? Deixo-as para quem trabalha com elas; mas que não encontro justificativa, mormente nesse nosso país tropical de sextas-feiras etílicas, que me leve a acreditar, de forma incondicional, tudo corre a mil maravilhas.
Fico impressionado com a naturalidade de certas pessoas. Andam com desenvoltura de pista de dança (quando se sabe dançar, é claro). E se levantam, e vão ao banheiro, riem e acham normal centenas de toneladas trepidarem por entre nuvens.
O que mais gosto numa viagem é a perspectiva da volta. Antever o debruçar-se na janela e a vista, por entre prédios, de pontinha do mar. E tenho plena convicção, com Voltaire (Cândido): Não é preciso viajar para descobrir que o céu é azul.
E falando em Voltaire, lembrei-me do senhor Pangloss, que inspirou Machado de Assis (A explicação do Doutor Pangloss é que o nariz foi criado para uso dos óculos), que por sinal era mulato, filho de lavadeira e fundou a Academia Brasileira de Letras.
O Joaquim Barbosa, presidente do STF, que determinou a prisão dos mensaleiros, é negro e veio de família humilde. Não sei se é por isso que ele se empenhou tanto nesse caso, mas tenho cá desconfiança. Não defendo de jeito maneira impunidade, tampouco coaduno com argumentos que se fiam em comparações, mas que é inegável FHC e corja "a fortiori" mereciam estar atrás das grades também.
Meia maratona de Natal!
Antigamente lia até obituário de Jornal. Tinha interesse “macabro” por tudo quanto era notícia. Boa parcela de minhas horas diárias era gasta na leitura dessas folhas que incomodam muito quando a janela está aberta, ou quando se está a lê-las na praia. De fato, é idiotice sem tamanho ler na praia, pois que além do visual do horizonte que, diga-se de passagem, ao nível do mar é muito mais bonito, há as paisagens humanas, em trajes mínimos, o que não se é de desprezar por qualquer humano que tenha saliência fora do corpo que ainda funciona por estímulos visuais.
Mas há certas coisas que se faz pelo costume e outras nem tanto. Às vezes, pergunto-me, cá com meus botões, e aqui faço parênteses para dizer a expressão, segundo Márcio Cotrim, vem dos tempos em que se gastava deveras tempo para colocar os botões em seus devidos orifícios, qual o motivo que leva o sujeito a sair de casa num sábado de manhã, viajar quatro horas metido num automóvel, almoçar comida de shopping, que não vale o gato enterra em areia fofa, e depois sujeitar-se a ficar num “mói” de gente sem fim, para, ao final, gastar suas energias remanescentes numa corrida por via escura e com muito vento.
Mas a cidade de Natal está entregue às moscas. Já o tinha percebido quando no final do ano passado viajei com minha rebenta pra admirar aquelas paisagens maravilhosas que a natureza proporciona e os políticos vagabundos insistem em não preservar com a ajudinha do povo que, como já disse alhures, apesar de ter aumentado a renda, continua na idade da pedra no que diz respeito à educação.
Os shoppings todavia mantém-se à parte de toda sujeira e desorganização que se percebe nitidamente quando se anda de carro ou a pé naquela cidade; se bem que a pé é muito mais complicado por lá. Enquanto se paga seis reais que, ressalte-se, não é pouco, para deixar o carro quando se vai comprar mercadorias, dar um passeiozinho ou apenas uma mijadinha nesses centros comerciais, aqui em Recife, na cidade dos reis magos, pelo menos no “mall” em que fui pegar o Kit da corrida que consumiu minhas energias nesse sábado que também se correu a corrida do circuito adidas no marco zero, não se paga nada.
De modo que todo meu esforço na busca de guichê para pagar o ticket de entrada foi em vão, como também o é essa minha conversa à toa nesse domingo enfadonho de fantástico, o show da vida, apesar de que ultimamente não tenho assistido televisão, mas aí já é outra história .
O mão de vaca!
Vá lá que se faça economia, pois que não se pode gastar mais do que se ganha. É questão de matemática, meu caro Watson! Mas algumas pessoas economizam por economizar, pelo simples prazer de acumular, seja o que for.
O pior é que muita vez não se avalia o custo benefício do sacrifício. Até papel higiênico . . .(dupla face). Conheci um sujeito tão unha de fome que economizava até a mulher.
Resvala de forma natural, o mão de vaca não se contenta apenas com o guardar, mas também com o implicar, com o levar vantagem em tudo. No trânsito, anda feito cobra, serpenteando; malgrado, um “encostaozinho” de nada faz o seu mundo desabar, o que não prescinde de aconselhamento médico e de uma boa dose de benzodiazepínicos, em compensação.
Para esse tipo de gente convém choque de “realidade”, nos moldes do que assolou Ebenezer Scrooge (Tio Patinhas), no Christmas Carol, de Charles Dickens. Acho que nem tanto, basta uma “gaia” bem botada!
Corredores buceta!
Voltando da rua da Aurora, ontem, passei por muitos bares. Todos cheios. Todo “mundo” enchendo o tacho, não obstante a enorme quantidade de participantes da Fila Night Run. Acho que foi a corrida com maior número de pessoas de que já participei. Gente saindo pelo ladrão.
Na Assembléia de Deus da Cruz Cabugá, mais gente. Chego à conclusão, nesses últimos anos muitos espermatozoides penetraram em vários óvulos de forma efetiva e, com efeito, o povão tá com mais dinheiro no bolso, malgrado no que diz respeito, parafraseando Dilma, à Educação e obediência às leis, mais liso do que nunca.
Não me acostumo. Vou correr porque correr é correr, como assim o é andar de bike. Mas não me chamem pra ver as belezas naturais de Porto de Galinhas, pois que só prefiro a penosa , diga-se de passagem, assada em televisão de cachorro.
Passar duas horas com a bunda atolada num banco de carro, com a paciência refém de fluxo que não lhe dá margem a qualquer ação, não é pra mim.
Sexta-feira paguei uma boa parcela de meus pecados, ressalto, “boa parcela”, ao ir pegar o kit da corrida na Centauro do Shopping Recife. Saí do Canon Trade Center, na Agamenon, às 16:00 hs. Cheguei ao Shopping às 17:00. Passei mais uma hora numa fila e sofri na Avenida Recife por mais uma. De Sorte que aportei na minha moradia às 19:00hs.
Em compensação, comi duas consideráveis rodelas de inhame que, dizem, faz muito bem à saúde.
Voltando aos bares, acho impressionante a quantidade de jovens que bebem e ainda dirigem. Não sei o que se passa na cabeça desses fedelhos, mas que tenho significativa desconfiança fundamentada em minha experiência pessoal. Os tempos são outros entretanto.
Muitos, nada obstante beberem de forma considerável, aventuram-se, por força do vigor da idade, em algumas corridinhas esporádicas; são os famosos corredores “buceta”. Não me perguntem o porquê do diminutivo de bolsa caracterizar tão nefasta prática.
Catadoras de piolhos!
Quarta feira passada quebrei os óculos. Partiu bem no meio, na parte de metal. Nem acabei de pagar as lentes. Pirangagem. Aproveitei armação usada. Tem certas economias que não valem a pena.
O problema é que não tenho armação reserva. Pirangagem também. De maneira que saí feito cego do trabalho, tateando pelas ruas Amélia e Futuro. Na estrada do encanamento, avisto de longe, com as luzes ainda acesas, a ótica Carol (já passava das 18:00 hs). Apertei o passo e consegui que a moça abrisse o estabelecimento. Expus a situação da falta de óculos reserva e coisa e tal. Aí ela veio com aquela conversa mole: Tá apressado? No que respondi: prá quê? se não estou vendo nada. Quis empurrar-me uma armação, outra e mais outra. Optei pela escuridão.
Retornei à estrada do Encanamento, literalmente. Em casa, encontrei óculos só pra longe, de três anos atrás. Pelo menos, deu pra dirigir na quinta.
Danei-me pra Manoel Borba. Na calçada, Roberto me atende: soldar a gente solda, mas sem garantia, porquanto o lugar que quebrou é muito delicado. Quinze reais. Daqui a meia hora está pronto.
Esperei. Nesse curto intervalo presenciei umas dez pessoas com óculos quebrados. Solda, sempre quinze reais; outros reparos, dez reais, cinco e até três. Fiquei admirado. Do outro lado o “Foto Beleza”. Lembrei de foto que tirei num lambe-lambe, no centro da cidade. Acho que não existe mais esse tipo de profissional. Tampouco outros que fizeram história.
Em frente ao antigo Cine Glória, um sujeito ficava sentado com sua faquinha à espera de área dura de pele, grossa e rígida, decorrente de repetidos contatos e pressões, conhecida como calo, que também designa aquele que não larga do seu pé. Nunca precisei do serviço, porquanto minha pele é fina e não tenho propensão para alimentar conversas à toa.
Amolador de facas, datilógrafo (pessoas com menos de quinze anos não têm ideia do que se trata), reparador de panelas . . . coisas do passado. Tenho na sala televisão de 55 polegadas que nunca funcionou direito. É tão pesada que só se consegue levantá-la com o esforço de três homens. Ninguém conserta, e nem compra. Estou cogitando ir em brexó pra ver se a retiram de lá sem custo. Profissionais nessa área também são cada vez mais raros.
Se bem que em Casa Amarela ainda persistem. Vez ou outra mando consertar ventilador em loja especializada, bem assim reparar os sapatos de Bia (colocar velcro) no sapateiro.
Imaginar que existiam profissionais do choro. Ou seja, parentes do “de cujus" se poupavam da afobação pagando choradeiras. Mais pra trás, catadoras de piolhos que, em virtude do ofício, decerto também catavam o “Phthirus pubis”, também conhecido como chato.
Sexo meia boca!
Quarta feira passada, levei tombo de bike por conta de ranhura duma boca de lobo na Santo Elias. O impacto foi tão forte que quebrou o aro da roda. Machuquei mão e cotovelo. De fato foram meros arranhões.
Na quinta feira, peguei o Sítio dos Pintos pra ir e vir do trabalho. Na volta, o inferno. Não obstante sentar-me de pronto, no início da Rosa e Silva, vi o bicho começar a encher e a encher e encher. E mais do que encher: transbordar. Senti os espaços serem preenchidos por buchos, braços, pescoços e bocas numa aproximação tediosa de bafejos indesejados. Solavancos de montanha russa; sardinhas enlatadas.
Desci aos trancos e barrancos. Motorista, vou descer (felá da puta; isso ficou só na mente).
Não entendo por que não há controle do número de passageiros nos coletivos. Por que nunca se levantou a questão. Vida de gado, povo marcado, povo feliz, mas nem tanto. É uma miséria trabalhar por oito horas, comer em self service e enfrentar esses ônibus diariamente. É falta de respeito muito grande por quem leva esse país nas costas.
Apesar disso, em casa, pão com manteiga e sexo, pra amenizar. Às vezes, meia boca. Fazer o quê?
Lei de Murphy!
Já falei da Lei de Murphy alhures. Ela se resume ao seguinte: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.” A lei tem-me castigado nas últimas maratonas, ou melhor, nos dias que antecedem a prova. A bola da vez é o nariz entupido, que insiste em não dar espaço à passagem de ar, tão necessário e importante à sobrevivência humana. Tudo à conta de desodorante antitranspirante e de ar condicionado. Fazer o quê? Passar na Pague Menos e comprar um abridor de narina; funcionar não funciona, mas pelo menos tem-se a impressão. Não uso descongestionante pois que acelera os batimentos cardíacos e dá sono.
No estágio de enfermidade que me encontro, consultar médico vale nada, ou quase nada (como diz a música). Não obstante o plano, por sinal caro, há que suportar-se longa fila de forma impreterível. Se for uma médica, e nova, ainda dá pra dá umas olhadinhas e coisa e tal, o que compensa o sacrifício; se não, é aguentar a xaropada do sujeito que nem olha pra sua cara e empurra-lhe uma caixa de Alegra e, muita vez um de tarja preta, que nunca mais desgarra de você. A conversa é essa: o que lhe trouxe aqui “jovem”? E só. Alguns ainda pedem um hemograma, TGO, TGP, T3, T4, uréia e outras coisitas.
Faz tempo que fui a médico que faz Anamnese. Similar ao SUS, em que tudo se resume a vírus.
Da análise desses exames, constata-se que alguns resultados são expressos ng/dl, o que significa dizer 1 g dividida por um bilhão por decilitro. Pergunto, como se pode fiar numa medida dessas de forma inconteste? É quase uma divisão por infinito . . .
De maneira que esses “médicos” devem voltar a praticar medicina urgentemente . . .
Vou ficando por aqui com o nariz entupido mais com muita vontade de correr a maratona de amanhã.
Sou baixinho!
Com efeito sou baixinho: 162 cm. Pareço menor quando tiro foto perto de George (185 cm) ou de Fernando (194 cm), amigos corredores. Poderia preparar um ângulo que me mostrasse maior, acho que me seria de muita valia dado a importância que dou ao assunto. Fico muito alegre em saber que um jogador da seleção brasileira, que agora não me recordo o nome, tem a minha altura. Deve ser muito difícil pra ele enfrentar aqueles varapaus europeus, como o é para mim segurar na barra superior dos ônibus. Acho que outra dificuldade significativa é beijar mulheres mais altas, pois que a situação impinge certo grau de inferioridade, de submissão, o que não acontece no caso de a mulher ser menor. Quanto ao sexo, não vejo problema, e isso nunca me afetou de fato, mesmo em posições não usuais, como quando se usa da verticalidade para o ato. Mas que não se pode fugir da regra, concluída com muito esforço e labuta, da física: quanto maior é o objeto maior é o esforço em mantê-lo, por certo tempo, em determinada posição. Nesse quadro, não me parece que a falta de cabelo tenha alguma influência no que estou a tratar; o tamanho, que também não pode ser muito pequeno pra não causar efeito psicológico negativo, todavia é de suma importância.
Sinto certo orgulho em falar de pessoas baixinhas marcadas para sempre na história da Humanidade. Não que acredite tenha sido a baixa estatura a causa de sua glória. O ser humano é muito competitivo, decerto resquícios do tempo das cavernas, e a particularidade serve como argumento pra qualquer embate. Em particular, já mencionei Getúlio Vargas, que media 160 cm e tinha uma raiva da gota disso. Malgrado a loucura que o acometeu, levando-o ao suicídio, em vida, não obstante aquela barriga nada sexy, foi homem de várias amantes __ a disputa não se tratava de questões políticas, e sim de questões sentimentais, se assim se pode dizer.
Mas que deixo pra lá o assunto, não obstante repisar a sua grande importância, e tergiverso sobre questões totalmente, integralmente, propositadamente fora do contexto. Discordo da legislação, fiada em regra presuntiva, que concede à mulher direito à parcela dos bens do marido em face de separação do casal, quando tudo leva a crer em nada ela contribuiu para a formação desses bens. Sem entrar em filigranas jurídicas, por não caberem e serem deveras inconvenientes neste ambiente de discussões amenas, digo categoricamente, pois que assim acho, com forte convicção, esposa não é família. Esposa é hoje não é amanhã; às vezes, não obstante os respectivos documentos comprobatórios, nem hoje lato sensu. Família é pai, mãe, filhos e, em parte, irmãos. Esse é meu sentir, que exponho de peito aberto depois de correr 27 Km, neste sete de setembro em que há promessa de se andar nu de bike no centro desse Recife velho e carcomido por série de larápios travestidos de gestores públicos.
Eu que contribuí com líquido seminal na geração de um ser vivo, por acaso do destino, malgrado ter desperdiçado muita vez prováveis leitores de Bukowski, só depois dos 40, tive a grata surpresa de constatar o amor de verdade, o que de fato revela o elo semântico do termo, ser o de pai por filho, nessa exclusiva ordem hereditária, que surge e mantém-se sem exigências, sem cobranças, e que a tudo se conforma. Lendo Philip Roth (Homem Comum), percebi a genialidade do autor ao se referir ao assunto. Se tiver tempo e vontade leia-o, vale à pena.
Não digo não exista amor fora do seio familiar. Dia desses, li reportagem de mulher que doou um rim à amiga. Porra, ou essa mulher é doida, ou com efeito o seu ato foi de amor verdadeiro. De minha parte, só doaria parte de meu corpo pra minha filha, de forma incondicional. Até mesmo o coração, que já é dela de fato. Pra o resto, meu apoio com palavras e coisa e tal.
A cultura venceu!
Mas não se pode negar aquela escultura que margeia o outro lado do marco zero parece um “caralho de asas”. Toda vez que olho pra aquele negócio roliço, cheio de asinhas, outra coisa não me vem à mente. Acho que é sentimento de todos que o vêem. Os turistas devem ficar abismados: O que é aquilo ali do outro lado? É obra de arte de nosso grande artista Francisco Brenand, responde-se. O sujeito deve achar meio esquisito num primeiro momento. Depois releva pois obra de arte é obra de arte. E tira foto e coisa e tal e mostra aos amigos. A mulher de Roberto Magalhães todavia invocou-se com o troço. Mas a cultura venceu!
Brennand também produz esculturas de mulheres “bundudas”. Se se colocasse uma junto do bilolão completar-se-ia a cena: O caralho à espreita do “oiti”. Interessante. Mas já postei alhures a provável origem do caralho de asas. Vou repetir. O mito do “caralho de asas” é reminiscente da lenda grega de Leda e o cisne, segundo a qual Júpiter, metamorfoseado em cisne, manteve relações sexuais com a ninfa Leda, concebendo os gémeos Castor e Pólux.
No nordeste sobretudo a expressão é muito usada para justificar gravidez por falta de prevenção: foi domir sem calcinha e o voador aproveitou-se!
Fico pensando o que se passa na cabeça do artista quando faz um “negócio” daqueles. E tem mais, além do bilolão máster há bilolas menores, bilolazinhas acompanhantes. A vista do cais do porto é uma “bilolagem” só.
Acho que serve de inspiração. Há algumas semanas presenciei dois sujeitos aos pés do elevado, sob pedras, tentando imitá-lo num vai-e-vem com suas parceiras, sequiosas de cultura. Lembrei da máxima: água de morro abaixo e mulher quando quer dar ninguém segura.
Aos navegantes serve de Farol. Se fosse tempo de descobrimentos, decerto se diria, em vez de terra, bilola à vista!
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