sexta-feira, 29 de novembro de 2013

A cultura venceu!

Mas não se pode negar aquela escultura que margeia o outro lado do marco zero parece um “caralho de asas”. Toda vez que olho pra aquele negócio roliço, cheio de asinhas, outra coisa não me vem à mente. Acho que é sentimento de todos que o vêem. Os turistas devem ficar abismados: O que é aquilo ali do outro lado? É obra de arte de nosso grande artista Francisco Brenand, responde-se. O sujeito deve achar meio esquisito num primeiro momento. Depois releva pois obra de arte é obra de arte. E tira foto e coisa e tal e mostra aos amigos. A mulher de Roberto Magalhães todavia invocou-se com o troço. Mas a cultura venceu! Brennand também produz esculturas de mulheres “bundudas”. Se se colocasse uma junto do bilolão completar-se-ia a cena: O caralho à espreita do “oiti”. Interessante. Mas já postei alhures a provável origem do caralho de asas. Vou repetir. O mito do “caralho de asas” é reminiscente da lenda grega de Leda e o cisne, segundo a qual Júpiter, metamorfoseado em cisne, manteve relações sexuais com a ninfa Leda, concebendo os gémeos Castor e Pólux. No nordeste sobretudo a expressão é muito usada para justificar gravidez por falta de prevenção: foi domir sem calcinha e o voador aproveitou-se! Fico pensando o que se passa na cabeça do artista quando faz um “negócio” daqueles. E tem mais, além do bilolão máster há bilolas menores, bilolazinhas acompanhantes. A vista do cais do porto é uma “bilolagem” só. Acho que serve de inspiração. Há algumas semanas presenciei dois sujeitos aos pés do elevado, sob pedras, tentando imitá-lo num vai-e-vem com suas parceiras, sequiosas de cultura. Lembrei da máxima: água de morro abaixo e mulher quando quer dar ninguém segura. Aos navegantes serve de Farol. Se fosse tempo de descobrimentos, decerto se diria, em vez de terra, bilola à vista!

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