sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Meia Maratona do Cabo Branco 21.11.2014:
Treino do grafite. Encontrei uns "Varzeanos" pelo caminho e conversei mais do que corri. E grafitaram o muro do cemitério da Várzea. Acho que já faz tempo. Só hoje dei fé. Chamou-me a atenção a frase intra bolha: "A vida é a estrada que leva à morte". E não há retorno. . .

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Papo à toa.

Papo à toa. Sem futuro. Não sei se outras pessoas sentem o mesmo que eu, mas é provável que sim. Pode ser que não percebam, ou adrede não percebam, ou não queiram perceber por falta de puro interesse ou por não se darem conta da importância do assunto, ou por vontade mesmo de mandar à puta que pariu quem conversa essas coisas.
O fato é que as mulheres de hoje já não são como as de algum tempo atrás. Pouco tempo. Perderam o senso do gostar por gostar. De admirar o sexo oposto. De evidenciar aquela manha voluptuosa de falsa submissão . . .
Pois é, essa liberação feminina a todo custo ultrapassou limites que a mim me parecem meio extravagantes. Basta o peitinho não ter consistência firme, vai-se ali na esquina e coloca-se um de plástico, mesmo que não se sinta nada na apalpação. Os glúteos têm de ficar duros, nem que se passe o dia inteirinho puxando ferro. A silhueta fininha. E a língua sempre afiada.
No trânsito, afoitas; "agora é a nossa vez", acho que passa isso pela cabeça delas. E não adianta se apoquentar, pois que ainda têm a seu favor a "pecha" de sexo frágil.
O parceiro, além do sustento, tem que proporcionar prazer sexual a todo custo, sob pena de ser trocado por uma parceira. Os filhos agora estudam em tempo integral. A maioria das escolas já captou o recado. E se tiverem problemas de relacionamento, o psicólogo resolve. Tudo numa boa, pois eles entendem, ou devem entender que papai não mora mais com a mamãe porque a mamãe agora mora com a Joana do andar de cima.
Nem quero me estender com tão indigesto assunto. Mas uma última observação. Tenho que até a exigência de pinto duro e profícuo deixou de ser essencial, pois que agora basta ir na farmácia e pedir uma pílula azul. O resto ipso facto que se foda.
Hoje fiz treino duplo: 25Km bike + 21 KM running. Tirei algumas fotos do percurso. Fui até à catedral de Brennand. Ia tirar umas fotos mais de perto, mas havia um vigilante por lá que não me olhou com bons olhos. Como estava cansado, resolvi não insistir.

O medo.

O medo.

Medo é a sensação que proporciona um estado de alerta evidenciado pelo receio de se fazer alguma coisa, geralmente por conta de uma ameaça, física ou psicológica. Pavor é a sua ênfase.

Dimana de estímulo físico ou mental (interpretação, imaginação, crença). De início, há resposta fisiológica do organismo por meio da liberação de hormônios do estresse (adrenalina, cortisol), de modo a preparar o indivíduo para lutar ou fugir.

A ansiedade é-lhe precursora. Teme-se de forma antecipada o encontro com a situação ou o objeto supostamente causador do dano. Numa escala do medo, pode-se dizer, o máximo é o pavor e o mínimo a ansiedade leve.

A fobia é o seu estágio doentio, pois que compromete as relações sociais e é causa de sofrimento psicológico.

Shakespeare já o tratava de forma singular:

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar.

Morre mil vezes o covarde vil
Antes da morte; o bravo, uma vez só.
De tudo o que é espantoso neste mundo,
Nada me espanta mais do que o temor;
Pois que a morte, este fim inevitável,
Virá quando virá.

E não adianta se aperrear.

Sujeito desligado

Eu sou um sujeito muito desligado. Não é que fui votar com uma camisa azul. Pois bem, votei em Dilma e no caminho pra casa encontrei com Saulo, colega da Receita. Ele olhou pra mim e disparou: Benedito, fostes votar em Aécio? E eu retruquei: Não, votei em Dilma. Aí percebi a mancada. Pelo menos voto no Mather Christi onde a maioria é coxinha. De maneira que o azul choveu no molhado. Voltei rapidinho e tirei a maldita. Em compensação consegui dois votos de indecisos, hoje.
Tenho plena convicção de que Dilma ainda é o melhor para o País. Já disse diversas vezes e volto a dizer: a retirada de milhares de Brasileiros da zona de miséria, por si só, já é motivo suficiente para manutenção do governo do PT. E Lula é o cara. Nordestino, retirante, pinguço e conversador de merda, mas que em oito anos mudou a face desse país, não obstante Miriam Leitão. Procure um “quarto 19”, Miriam Leitão, e se afunde por lá. Além de tudo, fraca de feição.
No treino de hoje, bati um papo com o sujeito que vende coco na praça da Várzea. Carrinho vermelho novinho da silva, com seguro e tudo. No tempo de FHC, vivia tomando onde Luzia tomou na capoeira. Alternância de poder? Conversa pra Mococa dormir. O problema é a abordagem: Dilma=povo, Aécio=números. E vai procurar uma barriga Armínio Fraga.
Ontem fiz treino duplo: 13 Km de corrida + 25 de Bike. Hoje, corri 29 Km, com folga pra mais. Melhor do que isso é cantar música de Marisa Monte em KaraoKê . Segue link do percurso de hoje: https://www.endomondo.com/workouts/429609333/1682336 e duas “selfies”.

Maratona de São Paulo 2014

A maratona.
Mestre George como já tinha comprado a passagem foi também. Apenas um dia em São Paulo. Descida em Guarulhos. Ônibus até Tatuapé. Metrô até a Paulista e o resto a pé. O sol de rachar. Depois do Kit no Ibirapuera, um PF numa birosca perto do Hotel: Bife, arroz, feijão, batata frita e salada de alface. Lá pelas 15hs, passeio na 25 de março. O esquema foi o seguinte. Metrô na Brigadeiro, Paraíso e São Bento. São Paulo é uma cidade muito esquisita. O povo vive feito tatu. Deus me livre. E ainda muitos querem ser grande coisa. Com a falta de água virará um Saara decerto. Não quero discriminar, mas morar pelas bandas de cá é bem melhor. Não tem comparação. Povo de roupa. Muita roupa e muita banha. Pois o homem não é produto do meio? Pois o meio, começo e fim (nessa ordem) na cidade da Garoa não estão nada bem. Até pra comer haja dificuldade. Com certeza deve haver restaurantes de primeira categoria, mas tudo muito específico, caro, inatingível. Diferente da cidade maravilhosa, pelo menos na zona sul. O que se vê com efeito é uma birosca em cada esquina servindo PF (e isso nos jardins) .
O quarto do hotel não abria a janela. Ar condicionado central. Cheiro de mofo. Maratona tem dessas coisas. Há que se enfrentar. O jeito foi tomar um "calmantezinho", de leve. Acordei-me de "supapo", por conta do horário de verão. O café do Hotel até que estava bom. Banana, pão e café. Não convém inovar. Lembro certa vez na cidade maravilhosa comi bolo de laranja na saída maratona. Além de azia infernal ainda me submeti a banheiro químico e ao fedor que lhe é peculiar. Com sinceridade: se der pra aguentar é melhor não o enfrentar, pois que o cheiro pode matá-lo. Não sei por que os corredores deixam pra cagar na saída da prova. Tenho leve impressão seja ansiedade. Não há sentido todavia, já que não se ganha nada . . .
Esse ano mudaram o percurso. Horrível. Um vai e vem dos diabos. E o sol. O astro rei é capítulo à parte. “Que venha a manhã, Com brasas de satã, O dever É vosso ardor”. Pois foi assim, satã jogou brasas no asfalto, do começo ao fim. Ainda bem que por essas bandas de cá ninguém vive dentro de buraco, de modo que apesar da reclamação vai-se adiante.
Não sei por que gosto mais do Rio. Why? Acho que cidade tem aura. Será? Até as mulheres são mais gostosas. A afirmação é desprovida de comprovação. Haveria que haver um estudo antropológico e etc . e coisa e tal. Só no “olhômetro” a coisa fica difícil. Mas deixo essa coisa de prato feito pra lá. Depois da maratona, procurei saber o preço do self-service do restaurante do Hotel. Cinquenta e oito reais. Ptuz. Cinquenta e oito pastilhas. Se bem que era boca livre. Porra, e se come pra justificar preço? Subimos a Brigadeiro Luiz Antônio até a paulista com 36°. Andamos até o Paraíso e não encontramos nenhum restaurante. O jeito foi ir num Shopping.
Shopping é tudo igual. Em João Pessoa é um pouco diferente. Paraibano tem a gota de querer ser diferente. Acho que Pernambucano também tem disso.
Metrô, ônibus aeroporto e Avianca. Às vinte e três horas estava na Jornalista Guerra de Holanda.

Dúvida

Dúvida atroz. Fugi dos debates, não me interessei por nada ligado à eleição. Podem dizer a atitude é covarde, que o cidadão deve posicionar-se, coisa e tal e bla bla blá. Mas não se pode ir contra a natureza. O que se apresenta a mim não me apetece. Não enxergo mudança, a curto prazo, no cinzento do horizonte.
O ponto de partida da dúvida é sempre uma fé. Uma fé é o estado de espírito anterior à dúvida. Com efeito, a fé é o estado primordial do espírito. O espírito ingênuo e inocente crê. A dúvida acaba com a ingenuidade e inocência e, embora possa produzir uma fé nova e melhor, esta não mais será boa. A Dúvida pode ser, portanto, concebida como uma procura de certeza que começa por destruir a certeza autêntica para produzir certeza "inautêntica".
Mas que deixo a questão metafísica de lado, e parto da consolidação semântica. A dúvida de fato faz parte do âmago do ser humano, daquilo que constitui a parte caudalosa de sua essência. Ir ou ficar. Arriscar ou medrar. Ser ou não ser.
Sobre a dúvida:
- A dúvida é o principio da sabedoria.
- O ignorante afirma, o sábio duvida, o sensato reflete.
- É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do quer falar e acabar com a dúvida.
- É preciso ter dúvidas. Só os estúpidos têm uma confiança absoluta em si mesmos.
- Nenhum trabalho de qualidade pode ser feito sem concentração e auto sacrifício, esforço e dúvida.
- Que seja doce a dúvida a quem a verdade pode fazer mal.
- De todas as coisas seguras, a mais segura é a dúvida.
Em especial, Cecília Meireles:
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
Hoje corri 28,5 km, numa boa. O joelho aguentou bem. Não tenho mais dúvida, agora, se irei pra maratona de São Paulo, próximo dia 19. Segue o link do percurso: https://www.endomondo.com/workouts/419102770/1682336
Estou em dúvida se vou votar a pé ou de bike.

Dia mundial sem carro

Dia mundial sem carro.

Como pra mim todo dia é dia sem carro, a rotina de hoje foi a mesma. Resolvi ir de ônibus pra o trabalho e filmar alguns trechos do percurso. A bosta do celular tá com velocidade reduzida e a filmagem foi em HD, de maneira que não deu pra postar no momento da filmagem.

Na volta, esperei em vão o Rio Doce – Dois Irmãos. I d´ont now what happened. Tem dessas coisas. Lá pelas 17:30, subi num Rui Barbosa. Como estava cheio, desci na praça do Parnamirim e engoli a estrada do encanamento andando: http://runkeeper.com/user/234297360/profile

Percebi mais carros hoje de que em outros dias. A coisa aqui com efeito não funciona. E tudo continua como antes no quartel de Abrantes. Até quando não se sabe.

Estou convicto de que a coisa mudava de rumo se os ônibus tivessem ar condicionado e limitação do número de passageiros. Não adianta viaduto, não adianta mudar sentido de rua, não adianta fazer ciclovia, não adianta porra nenhuma. A solução do problema passa necessariamente por transporte público de qualidade.

Vejam três pequenas filmagens nos seguintes links:
https://www.youtube.com/watch?v=hakUj6RQLSQ
https://www.youtube.com/watch?v=5KVGLYzzxRc
https://www.youtube.com/watch?v=oy0MDZDSH6c

Correr ou não correr

Correr ou não correr, “that is the question”. Pois não é que desde domingo o joelho direito dói. Não uma dor incapacitante; dorzinha leve, que se acentua quando passo muito tempo sentado ou deitado. Gelo, Joelheira com furo, Infra-Vermelho etc. Nada, absolutamente nada a diminui.

Na quinta, testei-a. Danei-me pra Brennand e corri 13Km. Doeu do começo ao fim. Mas não aumentou ao longo do dia. Daí concluí não havia gravidade. Mas 13 Km são 13 Km; 42 Km é outra coisa.

Como pretendo correr a Maratona de São Paulo, próximo mês, reluto em arriscar e foder- me de vez na maratona de hoje. Mas sabe como é cabeça. Quer sempre agir por si só.

Entregar-se ou não aos desígnios de afrodite, esta é a questão. Não é que o coração muita vez dói de forma constante. Dorzinha leve, mas não incapacitante. Acentua-se em presença de solidão.

Os testes espúrios,apesar de não a agravar, não são conclusivos.

Prudência é mote necessário, porém não se podem olvidar os sintomas da alma, pois que o importante com efeito é ser "feliz".

Tanto na corrida como no amor.

Loirinha chapinha.

Hoje corremos apenas 23 Km. Pra semana tem maratona, de maneira que é mais prudente aliviar. Mesmo porque não estou nos meus melhores dias. Mas aliviar é preciso. Há uns dois anos, ganhei um livrinho (nem sei onde está) que ensina a parar. Aprendi um pouco, depois esqueci.

A mesma coisa aconteceu com a meditação. Recebi o mantra de uma indiana e coisa e tal, fiz na sequência curso de respiração, comprei almofada e depois deixei pra lá. Mas que sujeito chato sou eu que não acha nada “engraçado”; e olha que nem sou Raul Seixas.

Morreu a comediante americana Joan Rivers. Era a Dercy Gonçalves de lá. Dia desses, assisti a show dela no HBO. Prezados, como o humor daquelas bandas é diferente do das bandas de cá. Não ri praticamente de nada. E olhe que ela era mais escrachada do que a diva de Madalena. Não sei não, mas pode ser o meu estágio evolutivo. Fala sério!

E a loirinha chapinha, calcinha jeans, pediu parada no Parque Amorim. O motorista entretido com discurso de que agora o Recife para de vez, esqueceu de abrir a porta. Aquele tico de gente deu uma porrada na lataria: Motorista, porra, eu pedi parada! Fiquei admirado.
Por estranha associação, lembrei de “A Luta pelo Direito”, de Rudolf Von Ihering:

O fim do direito é a paz, o meio de que se serve para consegui-lo é a luta. Enquanto o direito estiver sujeito às ameaças da injustiça – e isso perdurará enquanto o mundo for mundo -, ele não poderá prescindir da luta. A vida do direito é a luta: luta dos povos, dos governos, das classes sociais, dos indivíduos.

Segue link do percurso: https://www.endomondo.com/workouts/404428104/1682336?state=cG9zdF93b3Jrb3V0X3RvX3RpbWVsaW5lOmZhbHNl

Conserto do lg

Hoje, mais 28 Km. George correu 30 Km, pois que saiu de casa. A mesma cantilena de sempre. Café com pão, bolacha não. E o sujeito me perguntou em quem eu ia votar. Respondi que em Dilma, mas sem paixão. De fato, voto no partido. No povão que melhorou de vida, apesar de não sabê-lo; de não entender, de não ter memória.
Esse mesmo sujeito elogiou FHC. Disse que o PT só fez o que fez por conta do plano Real. Sopesei que é melhor perder o voto do que o amigo e calei-me. E essa história de perder é muito interessante. A protestante prefere perder as “pregas” do que a virgindade. Não entendo por quê.
Tem gente que não perde a pose. E outros que não perdem a vez de ser inconvenientes. Esses são maioria.
E tem gente que não aguenta discussão. Afobam-se muito rápido. Confundem as coisas. Tenho vários “amigos” no face que o são apenas pró-forma. Ou seja, não mais interagem por conta de alguma coisa que os incomodou. Bobagem.
Essa semana fui ao Pina consertar o meu LG. Peguei o Beberibe-Derby e Rio Doce Candeias, na ida. Na volta, pra DRJ, o Boa Viagem – PE 15. Tudo muito tranquilo, não obstante o movimento paredista dos motoristas, que, aliás, acho pertinente. Quem já viu dar aumento e depois voltar atrás!?
Passei duas horas contadas de relógio na loja. Parecia o laboratório de Lucilo Ávila em frete da CELPE. Peguei ficha e tudo. Uma gordinha ao meu lado se vangloriava de suas idas às assistências técnicas. Escutei por uns minutos e depois cochilei. Vê se pode, pra dormir à noite é dificuldade . . .
Segue o link do percurso: https://www.endomondo.com/workouts/399951193/1682336?state=cG9zdF93b3Jrb3V0X3RvX3RpbWVsaW5lOmZhbHNl

batata doce

Hoje o treino foi de 28 Km, na “manha do gato” (6:30 min/km). Corremos eu, George e Jair. Fomos até a Zé Rufino e descemos até a Abdias. Percurso de sempre. Não se espere outra coisa de mim. Se sento em determinado lugar, pode crer que se ali eu voltar sentarei na mesma posição. Café com leite; pingo d’água. Não entendo ânsia desenfreada por mudança; pra mim, quanto mais estável, mais repetitivo, melhor.

Como batata doce diariamente. Não obstante o “estufamento” que sói acontecer quando associada a ovo, é alimento de primeira linha. O myfitnesspal faz elogio no lançamento da iguaria.

Especialista em gastronomia, assídua à JCNews, fala sobre coisas muito esquisitas. É de seu metiê, decerto. Causa-me admiração, pois que estou a anos-luz. Frugalidade é minha praia. Em tudo, aliás. Macaxeira, batata e inhame. Ovo, queijo branco e iogurte. Mamão, melancia, melão e maçã.

Semana passada, visitei a capital paulista. Peguei frio de rachar, na quinta. Noticiou-se, foi o dia mais frio do ano naquela cidade. Acostumado a andar de calção, estranhei pra burro. Muito esquisito viver-se “empacotado” o tempo todo. E triste. Pois é assim, o povo, pelo menos no metrô, não esboça nenhum sintoma de alegria, além de que é apressado; muito apressado. Pra morar, sem sombra de dúvida, as bandas de cá.

Segue o link do percurso: https://www.endomondo.com/workouts/396102538/1682336?state=cG9zdF93b3Jrb3V0X3RvX3RpbWVsaW5lOmZhbHNl

Calmo

Naturalmente, sou tranquilo. Acho-me inclusive um sujeito divertido. Gosto de comédia pastelão, de Mução e de Zé Lezin. Mas nada vai de encontro de forma tão ferrenha à minha “áurea” parcimoniosa como fila de supermercado.

E a mulher (geralmente é mulher cujo corpo se ressente dos efeitos nefastos do tempo e da extravagância) vai e volta diversas vezes: O Sr. pode tomar conta de meu carrinho? Esqueci a margarina . . . Já outra começa a lhe empurrar disfarçadamente, com pequenos toques __ como se a atitude surtisse algum efeito no tempo de espera!

O pior tipo é o que leva a lista de promoções de outro supermercado. Aí não há quem aguente. A discussão gira sempre em torno de alguns poucos reais; e se chama o gerente, e se bate boca com o caixa, é um “buluçu” dos diabos.

Essa semana tive de enfrentar um. A discussão se prolongou por mais de uma hora. Já estava de agonia. Depois de tudo, a figura me doou a lista de promoções: faça bom proveito. Não é que olhei a “maldita” de cabo a rabo!? Não encontrei todavia nenhuma mercadoria com preço mais em conta.

Tijolão

Há alguns anos, no tempo dos “tijolões”, fui criticado por portar um em sala de aula. A mestra disse-me que era amostração. Hoje todo mundo tem celular e depende dele. Ontem, o meu pifou de vez. No começo, agoniei-me, pensei na agenda, no Watsapp, nas mensagens etc. Aquilo de fato me afobou. Foi passando, passando, passando, e aí percebi que não é tão grave assim.
Hoje corri a meia maratona de João Pessoa. Corrida muito organizada, com chip descartável e tudo mais. O percurso foi o mais difícil que já fiz. Várias subidas quilométricas. O sol estava de lascar. Mas, modéstia à parte, me saí bem (1:55hs), não obstante ter corrido a maratona do Rio domingo passado e 19 Km ontem.
Essa semana assisti no Youtube algumas aulas espetáculo de Ariano Suassuna. Dei boas risadas. Gostei da história da mulher rica que dividia as pessoas em dois grupos: as que já tinham ido à Disney e as que não. Muito interessante.
Ainda estou em dúvida se voto em Dilma ou não. Particularmente, acho ela muito fraca e algumas posições do PT sem sentido, verbi gratia convocar o embaixador em Israel. Seria melhor se preocupar com os nossos presídios e com a miséria que ainda assola boa parte da população.
Não entendo por que boa parcela da classe média tem horror à presidente entretanto. Ora, a olhos vistos, houve melhora significativa do status quo no governo do PT. Se há desmandos, vamos ver o que ela diz, vamos comparar com o que dizem Eduardo e Aécio (eita falta de opção da porra).
Tem muita gente postando muita besteira no face. Às vezes, de forma ofensiva. Na minha concepção, não vale nada, ou melhor, pouco influencia a tomada de decisão.
Amanhã, volta às aulas. Trânsito infernal. Retorno à bike e ao Cassiterita. Socialista sou eu.

Maratona do Rio 2014

E foi assim. Semana passada, já prevendo a dureza que seria a maratona do Rio, não fiz longão. Mas corri 15 Km no sábado, pedalei 40Km no domingo, corri 10Km na terça, na quarta e na quinta, mas bem devagar. Na quinta mesmo, à noite, comecei a sentir a parte posterior da coxa esquerda. Pensei comigo: puta merda, a três dias da maratona . . .
Passei a sexta-feira, já no Rio, de coxal, mas mesmo assim a perna não parava de doer. Aquilo foi-me botando medo. No sábado, comecei a sentir também a perna direita. Passei o dia todo repousando. Como só levei um coxal, danei-me pra o Rio Sul pra comprar um par. Não tive sorte. Nenhuma loja de materiais esportivos, naquele shopping, vende o acessório.
Decidi correr sem ele. No começo da prova, fui pisando em ovos, com medo danado de quebrar. Já tive problemas com o mesmo músculo, há uns dois anos. Quando o “bicho” trava não dá nem pra andar.
Lá pelo km 20, já meio anestesiado, percebi que a dor não mudaria de estágio. Aí fui pra o abraço e aumentei a velocidade; corri os últimos 20Km num passo abaixo de 6 min por quilômetro. Cheguei dando salto mortal . . .rsrsr Ainda andei 1,5 km até o Hotel, na chuva, diga-se de passagem.
Com efeito, não sigo planilha, nem corro me preparando pra nenhuma corrida. Corro porque gosto, porque me faz bem. De maneira que não passa pela minha cabeça cobrança para dar certo em virtude de treinos. Isso não. Mas se há de convir, comprei passagem, reservei hotel, criei toda uma expectativa, não seria “justo” morrer na praia. Eita, lembrei da conversa do justo e do certo. Pois que nem tudo que é justo é certo, e geralmente o que é certo não é justo. Mas isso é outra história. Tergiversei.
A corrida do Rio é especial. Nunca vi tantas mulheres bonitas por metro quadrado em minha vida. Grupinhos de duas, de três. Atarracadas. Rabos de cavalo a balançar de um lado pra outro. Um encanto.
Mas que volto aos prolegômenos. Na primeira noite no Hotel uma coisa me incomodou bastante. Uma “pingueira” em cima da caixa do ar condicionado. As 23h da sexta, resolvi trocar de quarto. Não consegui. Mudei no sábado.
Programei o despertador para as 4:30hs. Não é que o meu LG “faiou” e eu, cansado da noite anterior, só me acordei às 5:05hs! Levantei-me de “supapo’, coloquei os apetrechos, comi duas bananas, uma fatia de pão integral, corri pra o restaurante, que já estava aberto por conta dos corredores, tomei uma xícara de café e danei-me pra o aterro. A organização da maratona disponibiliza ônibus que saem do Flamengo até o Recreio dos Bandeirantes, local do começo da prova. O último entretanto estava previsto pra sair às 5:40hs.
Na pressa, esqueci da capa de chuva que adrede comprei no atacado dos presentes. Quando senti o lombo molhar, pois que estava chovendo, corri de volta pra o Hotel. Peguei a chave, corri pra o quarto, peguei a capa. Danei-me pra o aterro, correndo. Já perto dos coletivos, percebi que não estava com o cartão de embarque que vem com o kit. Retornei pra o Hotel. Fui no restaurante, perguntei sobre o cartão, a copeira disse que o tinha jogado no lixo. Pedi que o procurasse. Ela foi e o encontrou.
Com o cartão na mão, perguntei a hora: 5:35 hs. Me fodi. O jeito era pegar um táxi. E tinha? Chovendo, nenhum filho da puta queria parar. Fui até o Largo do Machado. Nada. Até que encontrei um corredor que estava esperando dois outros colegas e me ofereceu uma vaga no carro em que iam. Alertou-me, entretanto, que devido à grande quantidade de corredores, poderia ser que ainda estivesse saindo ônibus.
De maneira que corri feito louco e consegui pegar o último. O último. Cheguei quase na hora da largada.
O prazer que dá correr 42 Km numa cidade como o Rio vale tudo isso.

Psicólogo

Não acredito a maneira como uma pessoa se sente e se comporta reflita traços fixos formados no cerne da personalidade. De maneira que nunca gastei um só centavo com tratamentos dispendiosos e demorados que ao final não levam a nada. Prefiro cuidar dos receptores das emoções.
Vou com renomado neurocientista que assim se expressou:
“Eu penso sobre meus sentimentos, minhas motivações. Falo com meu terapeuta sobre eles, e finalmente saio com uma história que parece fazer sentido, que me satisfaz. Eu preciso de uma história para acreditar. Mas será verdade? Provavelmente não. A verdade real está em estruturas como meu tálamo, hipotálamo e amigdala, e a isso eu não tenho acesso consciente, não importa o quanto sonde meu interior.”
Não engulo tratamento exageradamente cortês. Pra mim, é cortina. Geralmente, a persona atrás da gentileza não é nada confiável. As palavras amigáveis não significam nada se o corpo parece dizer algo diferente.
Muita vez me tacham de obtuso.
Segundo Leonardo Mlodinow, há duas maneiras de se chegar à verdade: a maneira do cientista e a do advogado. Os cientistas reúnem evidências, buscam regularidades, formam teorias que expliquem suas observações e as verificam.
Os advogados partem de uma conclusão acerca da qual querem convencer os outros, e depois buscam evidências que a apoiem, ao mesmo tempo que tentam desacreditar as evidências em desacordo.
A mente humana foi projetada para ser tanto cientista quanto advogado, tanto um buscador consciente da verdade objetiva quanto um advogado inconsciente e apaixonado por aquilo em que quer acreditar.
Acreditar no que você quer que seja verdade e depois procurar provas para justifica-la não parece ser a melhor abordagem para a tomada de decisões. Mas a seta casual nos processos de pensamento humano tende de forma consistente a partir da crença para a evidência, e não virce-versa.
Pode-se dizer o cérebro é um bom cientista, mas é um advogado absolutamente brilhante.
Eis a razão por que se toma tanta decisão errada nessa vida.

Cada um com sua realidade

Cada um com sua realidade. Em vez de “madeleine” , bolo bacia. O famoso bate entope. Mas não é ruim não; com coca-cola geladinha então . . . Há alguns anos, feijoada. No começo do Pina, nos tempos da “Soparia”, onde os “maconha” se encontravam, havia diversas casas especializadas na iguaria. Antes, uma ou duas lapadas de pitu, pra esquentar; passava-se a tarde “lesinho”.

Lembrei-me do assunto ao passar em frente ao “Bar do Biu”, na CDU, que persiste na gordurosa comida. Obstáculo, aliás, que há alguns anos sequer se cogitava. Quem arrastou chinela pela UFPE , decerto deve ter enfrentado os intestinos do “Bar da tripa” e os bofes da “buchadinha”. Tudo isso regado com muita cerva e tragadas de continental; às vezes, gaivota.

Fazendo-se breve levantamento, tá todo mundo praticamente numa boa. Inclusive, alguns correm maratona.

Bertrand Russel, citado essa semana em vídeo, morreu perto dos 100. Fumou por 70 anos. Indagado sobre o efeito do tabaco, respondeu que nunca tivera problemas; muito pelo contrário: o hábito de fumar ter-lhe-ia salvado a vida. De fato, perto dos oitenta anos, o grande filósofo sobreviveu a um acidente aéreo, porquanto se sentou na ala reservada aos fumantes. Coisas da vida.

De maneira que, é o que resta concluir, deve-se avaliar com parcimônia as cautelas excessivamente excessivas.

Hoje, Treino de 24 KM. Segue link do percurso e fotos tiradas na mata contígua ao Açude São João. Daqui a pouco tem Brasil e Holanda.
https://www.endomondo.com/workouts/371764254/1682336?state=cG9zdF93b3Jrb3V0X3RvX3RpbWVsaW5lOmZhbHNl

Crenças

Quanto de nossas crenças baseia-se em evidências? Qual a influência de nossos desejos em nossas crenças? Sinceramente, ante o futebol que o Brasil apresentou nas três primeiras partidas, não havia por que imaginar-se ganharíamos a copa. Mas a vontade era enorme. Sabe-se lá o que é mais de duzentos milhões de corações Brasileiros?

Sobretudo no que diz respeito a sentimentos levados ao extremo, verbi gratia religião, política, futebol , geralmente não se pensa com racionalidade. Vai-se pela emoção. Não se duvide, a quase totalidade dos torcedores tupiniquins ainda acreditava numa reação esplendorosa no segundo tempo do jogo contra a Alemanha.

A falta de racionalidade não opera apenas nessas áreas. Existe coisa mais irracional, ou fantasiosa, do que compromisso de casamento? Conta-se que Leibniz (Gottfried Wilhelm Leibniz), quando estava mais velho, disse a um correspondente que apenas uma vez pedira uma mulher em casamento, quando tinha cinquenta anos. “Felizmente”, acrescentou, “ela pediu um tempo para pensar.” E isso também me deu algum tempo para ponderar, e retirei minha oferta.”

Mas as igrejas permanecem cheias. Não obstante, é fato, o “de hoje em diante, para o melhor e o pior, na riqueza e na pobreza, na doença e na saúde, para amar e honrar, até que a morte separe” sempre se afigurou cláusula “rec sic stantibus”, decerto para corrigir falhas da intuição.

Netflix

Essa semana assinei o Netflix por pura insistência de Bia. Dezoito reais por mês. Como no prédio há internet banda larga e a minha tv da sala é “Smart”, a coisa deu certo.
Antes de ontem, assisti “O curioso caso de Benjamin Button”. Apesar de alguns vacilos, o filme é bom. Muito me impressionou a descrição dos fatos que levaram ao acidente da Dayse. Deu-me vontade danada de comprar o livro. Mas como o Kobo está cheio e eu estou no atraso, abaixei o facho.
O filme também me fez refletir sobre determinados assuntos que não são fáceis: destino, livre arbítrio e acaso. De certo, só prazo de validade. Pois é assim, tudo na vida, e a própria vida, tem início meio e fim. Há que se acostumar e conviver-se com isso; “God grant me the serenity to accept the things I cannot change”.
Hoje o treino foi de 27 Km, pra mim. George correu 30 km, pois que saiu da casa de seu pai, na CDU. O sol castigou, mas a frequência cardíaca permaneceu baixa, o que evidencia estou mais condicionado. Próximo dia 27, maratona do Rio de Janeiro. Espero fazer uma boa corrida. Estou pensando seriamente, e cogitei isso hoje com o mestre, efetuar parada estratégica no quilômetro trinta, para tomar água de coco e tirar algumas fotos. Esta será, se não me engano, minha quinta maratona na cidade maravilhosa. Já corri por lá também a meia maratona internacional do Rio, nos idos de 2006..
A maratona do Rio com efeito, como já disse alhures, é a melhor do Brasil, não só pelo percurso, que é belíssimo, mas também pelo incentivo que os cariocas dão aos corredores, o que não acontece em outras provas verbi gratia a Maratona de São Paulo.
Pra não perder o costume, segue link do percurso e algumas fotos:
https://www.endomondo.com/workouts/368017218/1682336?state=cG9zdF93b3Jrb3V0X3RvX3RpbWVsaW5lOmZhbHNl

Quem tem medo de chuva?

Quem tem medo de chuva? Tinha planejado correr apenas 10Km. Mas logo que saí da UFPE o tempo fechou. Em vez de parar, continuei; assolou-me sentimento pueril de brincar com a chuva. Pois não é assim? Pelo menos na minha infância foi. Aos primeiros sinais, danava-me pra rua e engendrava barragens no meio fio. Criança tem dessas coisas de querer construir. As cabanas eram obsessão.
E brinquei até perto da Abdias de Carvalho. E depois voltei, é claro. No total, 19 Km. Ainda comi 850 gramas na padaria da CDU. É que milho é pesado com sabugo e pamonha não é leve.
A indumentária ficou ensopada e o tênis, literalmente, podre. Mas a alma limpinha, limpinha.
As recentes descobertas da estrita correlação entre atividade física e longevidade me animam muito, pois que, malgrado já ter ultrapassado meio século de existência, longe estou de cair nos braços do ócio ou do embuste. Pois não é embuste vestir-se de superioridade?
Pode-se ser mais esperto, mais inteligente, mais forte etc e tal, mas no que diz respeito à “condição humana”, parece-me, e as evidências são muitas, é tudo igualzinho da silva. Gosto muito, não sei por quê, de reavivar o boquete que estagiária da “White House” fez no então homem mais poderoso do mundo, Bill Clinton. Ou o assédio do diretor do FMI à camareira de Hotel. Ou Hugh Grant que trocou os lábios “calientes” de Júlia Roberts pelos pentelhos de arame de Divine Brown.
De modo que não me diga que não brinca na chuva ou não anda de ônibus, pois vou pensar que está à beira da morte.
Segue link do percurso e algumas fotos (fazer o quê? rsrsrs) http://www.endomondo.com/workouts/362367674/1682336?state=cG9zdF93b3Jrb3V0X3RvX3RpbWVsaW5lOmZhbHNl

História pra domir

Toda noite conto uma história pra Bia dormir. Ela se acostumou. Já surgiu de tudo: bicho que fala, sujeito que viaja no tempo, vampiros, lobisomens, alienígenas . . . o escambau. Vez ou outra, ela adormece logo no início, mas eu não deixo por menos e vou até o fim. Sempre o bem vence o mal. Daqui a um tempo vou alertá-la de que não é bem assim, ou melhor, de que não é sempre assim.

Quando ela está muito acesa e eu com sono, uso de uma tática infalível: descrever as coisas em pormenor. Campos floridos, lagos de água clara, casas com alpendres, telhados pintados etc. É tiro e queda.

A história que ela mais gosta, desde os cinco anos, é a de uma vampira que namora um lobisomem. Putz, a mais tola de todas!

Hoje, corri novamente na ciclofaixa. Não havia tanta gente como nos finais de semana normais. É que o Recife viajou pra o interior, decerto para curtir as festas juninas. Encontrei pelo centro um "moi" de mexicanos bêbados. Tive vontade de alertá-los de que, aqui, cu de bêbado não tem dono. Não o fiz porque estava correndo.

Correr na ciclofaixa é muito interessante, pois que vai-se vendo pessoas de diversas “qualidades”. É o trem:

Trem de Ferro
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virgem Maria que foi isto maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Café com pão
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
Oô..
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pato
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
De ingazeira
Debruçada
Que vontade
De cantar!
Oô...
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficia
Ôo...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matá minha sede
Ôo...
Vou mimbora voou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Ôo...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...

O Marco Zero cada dia melhor. Na volta, lá pelas nove, o forró já comia no centro. Corri 32 KM. O sol castigou mas a frequência não subiu tanto. Depois que perdi alguns quilos, percebo que ela melhorou bastante, bem assim o estado geral pós corrida. Não fico cansado ao longo do dia.

Ano passado, antes da perda de peso, fiz uma série de exames e deu tudo “normal”. Mas não me fio muito nisso. Já disse alhures o motivo. Ora, alguns resultados são expressos em ng/dl, ou seja, 1bilionésimo de grama (1ng=0,000000001g) por decilitro, o que com efeito é quase nada. Basta o sujeito soltar um pum e a coisa se altera.

Segue o link do percurso e algumas fotos: http://www.endomondo.com/workouts/361310136/1682336?state=cG9zdF93b3Jrb3V0X3RvX3RpbWVsaW5lOmZhbHNl

O cartão

O cartão.

Mirei o horizonte em busca de nuvens arredias. O sol castigava, malgrado o aguaceiro da noite anterior. Avaliei a minha disposição, bem assim a "situação" do trânsito. Optei pela bike. O futuro, literalmente, pregar-me-ia uma peça. Logo após a AABB, derrapei no asfalto e visitei o chão.

Senti o tornozelo e sangrei por uma abertura de mais ou menos três centímetros. Aportei na farmácia mais próxima. Algodão, desinfetante e esparadrapo. Feitos os devidos reparos, tentei esquecer. Mas que fui alertado da possibilidade de tétano.

De maneira que depois do expediente danei-me pra vacine. -- Vacina antitetânica está em falta e se vire - o descaso é uma constante. Fugi pra o Posto de Saúde de Casa Amarela, onde também não satisfiz o meu desejo.

Cogitei o Albert Sabin, pertinho da Jaqueira. Exatamente às 17:40 hs, dei de cara com uma porta fechada e duas funcionárias doidas pra ir embora. Ainda pensei em fazer a proposta de levá-las (nesse momento estava com o possante), mas desisti, pois que poderia ser mal interpretado. O jeito foi aceitar os desígnios do acaso.

Hoje cedo, depois de deixar a rebenta no colégio, voltei ao Hospital. Às 7:30 hs estava sendo atendido. As mesmas enfermeiras. A má impressão do dia anterior esvaneceu. Tomei a DT-Adulto Difteria Tétano e Anti-Hepatite B. E ainda ganhei um CARTÃO de imunização (SUS).

Nem tudo está perdido.

Balzaquiana

A máxima “Cobra que não anda não engole sapo” se aplica a mim, mas de forma literal. Como serpenteio pelas ruas apertadas dessa nossa cidade que não resiste a breve chuva em dias de maré cheia, aceito quase que diariamente o batráquio. Ontem mesmo digeri um, a seco. Vinha eu na dobrável em rua lateral à praça em frente da Jaqueira, quando, resolutamente, um som de buzina teimava em tirar-me o sossego de ciclista. Ressabiado, olhei para um lado, para o outro, mas não encontrei escape, de modo que a única alternativa foi aumentar a velocidade. Não satisfeito, o som avolumou-se. Tratava-se de uma Balzaquiana. Comestível, mas muito impaciente.

Ninguém é tão importante.

Repito. Ninguém é tão importante quanto aparenta sê-lo. Ora, se Barack Obama, que é o homem que tem o controle do botão pra acionar uma terceira, e derradeira, guerra mundial, brigou em público com a esposa por conta de uma paquera que, diga-se de passagem, não se era de desprezar, o que dizer dos humanos comuns?

Tenho plena convicção, se se escavacar a vida dos que se acham superiores, ver-se-á decerto imperfeições ou "normalidades", quando não se descobrem frustrações que os levam a ficar assim.

De maneira que se você conseguiu chegar ao alto posto de síndico do prédio ou de governador do Estado, não leve para o cargo o fato de seu filho não gostar de mulher, ou de sua esposa estar apaixonada pelo motorista.

sábado, 10 de maio de 2014

Chuchu não tem gosto mas faz bem à saúde!

Meu negócio está de pé, tudo depende agora de sua posição. O nome do proponente Armando Botelho Pinto, vulgo Dr. Fuldêncio. Para o oblato, tudo leva a crer se trata de enrabação. Pois é assim, às vezes diz-se uma coisa e na recepção entende-se outra.

Nos filmes hollywoodianos tem muito disso. O Americano é craque em criar expectativa. Vai moendo. O sujeito declara o seu amor, no que é correspondido, mas as coisas vão-se complicando, complicando, pra tudo dar certo no final. Não me esqueço de “O Sexto Sentido”, em que a alma de “Bruce Willis” zombeteia o filme inteirinho como se matéria fosse.

Já o Brasileiro é imediatista. Se é pra ter sexo, tira-se logo a roupa, mostra-se meio metro de peito e vasta cabeleira sexual. Cláudia Ohana ficou famosa na particularidade. Na década de oitenta era o “must”. Por incrível que possa parecer, assisti a filme em que Eva Vilma desfila nuinha da silva. Bundinha chocha.

Mas os atores têm mania de dizer que tudo é de “forma técnica” e coisa e tal. Alegar tecnicidade em cena cujo ator se posta nu em cima de atriz também nua é o mesmo que afirmar chifre em cabeça de cavalo. A não ser que o sujeito não goste da fruta, tenha problemas circulatórios, ou seja casado de há muito com a parceira.

Chuchu não tem gosto, mas faz bem à saúde.

Tudo o mais se faz por contrato!

Não vou só de bike. Apetecem-me também os ônibus, sobretudo o que vem de um lugar depois de Nova Descoberta chamado Cassiterita, não obstante alcançar somente a Rosa e Silva. É que o Córrego da Areia, apesar de passar na Agamenon, trafega pela Rui Barbosa, sempre engarrafada. Mas não me importo de pegar qualquer ônibus que passe perto da Jaqueira; se engarrafar, desço e vou a pé. O carro fica na garagem, guardadinho. 

O Cassiterita é micro-ônibus, acho que sobra do transporte alternativo que dominava o Recife, no tempo de João Paulo. Trafega pela rua do Futuro. Alguns têm ar condicionado. 


Vez ou outra, o comum inusitado. Quarta-feira, vários adolescentes, vindos de escola que não pude identificar pela farda, adentraram no coletivo. Uma mocinha de mais ou menos dezessete anos e um rapazinho, com pinta de donzelo __ o assunto não prescinde de estudo mais elaborado, em momento oportuno__, de mesma faixa etária, sentaram-se ao lado de mim. 


E a conversa rolou solta. Acho que se tratava de vestibular. Ele, calouro do curso de engenharia; ela, indecisa. De forma nítida, rolava um “clima”, uma paquera. Olhares, risinhos, tudo como manda o figurino. Em certo momento, ela, mais incisiva, perguntou: Qual o teu nome? Estamos conversando há bastante tempo e ainda não sei o teu nome?! Depois das devidas apresentações, o rapazola pediu parada e desceu, não deixou entretanto de escutar “amanhã a gente se fala na escola”.


Achei muito legal. Lembrei-me na hora de minha saga no Forró do Náutico, no auge dos meus 18 anos, quando respondi que meu nome era Benedito e fui intimado a deixar de brincadeira e a dizer o meu nome verdadeiro. 


Noutro dia, escutei na marra o “pastor’ RR Soares. O motorista colocou o rádio nas alturas. Porra, até no coletivo aquela conversa mole de ungir as coisas. Esses sujeitos são uns “cara de pau”, e o povão, malgrado tão esperto pra certas coisas, deixa-se iludir facilmente. Ungir um cacete! 


Mas que volto à paquera. Decerto não transpassou de forma significativa pelas cabeças daqueles estudantes, naquele momento de pura catarse, qualquer sentimento relevante sobre o futuro ou outra inconveniência. As palavras saíam, mas com significado adaptativo ao contexto.


Esta é a graça da coisa. Gostar por gostar, sem cobranças, sem exigências, sem se pensar em mais nada, e sentir-se bem com isso. Tudo o mais se faz por contrato.

Preconceito

Há mais ou menos 23 anos, que, diga-se de passagem, não é pouco tempo, inventei de internar-me num SPA por conta de 64kg em 1.62 m de altura. Passei apenas três dias e murchei feito maracujá. Foi uma fome danada, comia-se apenas mato; não sei como aguentei. Depois de alguns dias os quilos voltaram - estavam com saudade, decerto -, e nunca mais me abandonaram.

Foi nesse mesmo SPA que conheci uma gordinha com quem convivi por mais ou menos um ano. Nunca me importei de ela ser gorda. Sexualmente falando, nada ficava a dever a nenhuma magrinha, muito pelo contrário; fica o alerta para os preconceituosos, geralmente aqueles que sempre comeram no mesmo prato. Tenho comigo o que incomoda com efeito é a opinião alheia, motivo por que se vive hoje em dia praticamente de aparência. 

Mas se vai mais além. Tem-se preconceito até com quem anda a pé ou de ônibus, ou não usa roupa de grife, ou não vive viajando, ou não é feliz. Porra, e tem que ser feliz? E que merda é ser feliz? É gastar milhões numa viagem pra ver museu? Ou gastar R$ 300,00 numa refeição com “amigos”, pra despejar tudo no ralo no dia seguinte!? 


Os atuais estudos sobre a “psicologia da felicidade” têm demonstrado que parte da condição de ser feliz é inata, uma predisposição genética que confere maior ou menor propensão para sentir emoções positivas, ou seja, um dom. A outra parte diz com os eventos cotidianos.


Pra mim, ser feliz (parte não inata) é acordar com disposição e correr 10 KM em Brennand, chegar em casa, encontrar minha filhota esbanjando saúde e levá-la ao colégio. Ser feliz pra mim também é sentar confortavelmente numa cadeira de papai e ler um conto no KOBO, e depois cochilar e pensar que vou continuar fazendo isso até os 90; não é numerus clausus.


Tergiversei.


Em memória de minha fase etílica, digo, de forma categórica, opinião alheia pra mim é como cerveja quente.

domingo, 2 de março de 2014

Há dias em que as coisas não batem

Há dias em que as coisas não batem. Hoje, verbi gratia. Fui dormir na hora rotineira: 22Hs. Às 2:40 hs já tava aceso. Segundo a pulseira UP, acordei no sono NREM. Aí são dois os caminhos: ou se fica na cama, espichando-se feito tripa, ou se pula pra um livro. Adentrei no primeiro. Rolei pra um lado, pro outro, até que me acordei no meio de um sonho muito esquisito. Não sou de lembrar-me de sonhos, mas esse se impregnou nos circuitos mentais. Tinha morrido (tava lembrado do motivo mas esqueci) e minha “alma” (logo eu que não acredito na “mardita”) visitava toda a minha família, inclusive o meu irmão mais velho, que já morreu, mas que no sonho permanecia vivinho da silva. E havia certa comunicação dos vivos com o morto, mas aos poucos a minha “alma” ia sumindo. Levantei-me às 4:40hs, cansado, enfadado e chateado. Pra completar, começou a chover. Como já preparara a indumentária, e o pensamento já havia sido moldado de forma suficiente para aceitar o trânsito em frente ao Aníbal Bruno, que tem mais visitantes do que presos, pelo menos no horário em que passo por lá, danei-me pra cidade universitária. O céu deu uma trégua, mas o negrume das nuvens insistia. Comecei no meu peculiar passo de tartaruga, pra aquecer. Ultrapassado o cemitério da Várzea, que me fez recordar o sonho, São Pedro deu as caras e aguou a imundície que assola o entorno da CDU de forma contumaz. Mas veio “de com força” e alagou tudo. Pois que é assim: chuva na nossa “capitá” tem que ser leve e “curta”. Não há placa de concreto que resista à chuva grossa. Pode-se afundar o dinheiro do mundo todo em cimento, se não houver via de escoamento fura-se tudo; verdade verdadeira a máxima “água mole em pedra dura tanto bate até que fura”. Escondi-me embaixo de telha “brasilit”, puxadinho de uma barraca. Toda vez que passava um ônibus, levava um banho. Os motoristas fazem de propósito. Foda é que há no código de trânsito um artigo que proíbe a atitude. Esse é o tipo de dispositivo inócuo, pois que não há fiscalização. Aliás, não há fiscalização de merda nenhuma nesse país de novos ricos. Depois do aguaceiro, saí pulando feito bode, me livrando das poças. Calor e chuva. Acho que só acontece isso pelas bandas de cá. No sul, ou sujeito se fode no frio ou se apoquenta no calor. Aqui, não. É a chuva caindo e o calor comendo no centro. Enfim, aportei na padaria do totó, onde compro água mineral. Dei respirada e danei-me pra Zé Rufino. A chuva castigou de novo e eu a aceitei. O tênis aos solavancos. Sobe e desce meio fio, pula poça, desvia de capa cego. E os motoristas felás (árabes) da puta. É impressionante como a vida vale pouco. Os sujeitos não aliviam em nada; se bater no pedestre, que se foda, pois tudo continua do mesmo jeito. De maneira que fui-me livrando até chegar na 232. Como tava nublado e ainda “neblinando”, supus que uma garrafinha de água seria suficiente. Me lasquei. O sol abriu pra valer. Foi sede até a praça da Várzea, onde tomei em compensação uma maravilhosa água de coco. Arrastei-me até a CDU. Desmilinguido.

Não vou só de bike

Não vou só de bike. Apetecem-me também os ônibus, sobretudo o que vem de um lugar depois de Nova Descoberta chamado Cassiterita, não obstante alcançar somente a Rosa e Silva. É que o Córrego da Areia, apesar de passar na Agamenon, trafega pela Rui Barbosa, sempre engarrafada. Mas não me importo de pegar qualquer ônibus que passe perto da Jaqueira; se engarrafar, desço e vou a pé. O carro fica na garagem, guardadinho. O Cassiterita é micro-ônibus, acho que sobra do transporte alternativo que dominava o Recife, no tempo de João Paulo. Trafega pela rua do Futuro. Alguns têm ar condicionado. Vez ou outra, o comum inusitado. Quarta-feira, vários adolescentes, vindos de escola que não pude identificar pela farda, adentraram no coletivo. Uma mocinha de mais ou menos dezessete anos e um rapazinho, com pinta de donzelo __ o assunto não prescinde de estudo mais elaborado, em momento oportuno__, de mesma faixa etária, sentaram-se ao lado de mim. E a conversa rolou solta. Acho que se tratava de vestibular. Ele, calouro do curso de engenharia; ela, indecisa. De forma nítida, rolava um “clima”, uma paquera. Olhares, risinhos, tudo como manda o figurino. Em certo momento, ela, mais incisiva, perguntou: Qual o teu nome? Estamos conversando há bastante tempo e ainda não sei o teu nome?! Depois das devidas apresentações, o rapazola pediu parada e desceu, não deixou entretanto de escutar “amanhã a gente se fala na escola”. Achei muito legal. Lembrei-me na hora de minha saga no Forró do Náutico, no auge dos meus 18 anos, quando respondi que meu nome era Benedito e fui intimado a deixar de brincadeira e a dizer o meu nome verdadeiro. Noutro dia, escutei na marra o “pastor’ RR Soares. O motorista colocou o rádio nas alturas. Porra, até no coletivo aquela conversa mole de ungir as coisas. Esses sujeitos são uns “cara de pau”, e o povão, malgrado tão esperto pra certas coisas, deixa-se iludir facilmente. Ungir um cacete! Mas que volto à paquera. Decerto não transpassou de forma significativa pelas cabeças daqueles estudantes, naquele momento de pura catarse, qualquer sentimento relevante sobre o futuro ou outra inconveniência. As palavras saíam, mas com significado adaptativo ao contexto. Essa é a graça da coisa. Gostar por gostar, sem cobranças, sem exigências, sem se pensar em mais nada, e sentir-se bem com isso. Tudo o mais se faz por contrato.

Trânsito

Essa semana voltei à bike dobrável. Depois da queda em boca de lobo, fiquei meio assustado. Além do que a possante ficou desconjuntada; afolozada, a bem da verdade. Levei-a na Impact Bike em Casa Amarela, e deram-lhe um trato significativo. Ficou novinha em folha. Retornei ao velho percurso Casa Amarela - Agamenon. É impressionante como os motoristas não respeitam as magrelas. Puta que pariu! Bando de energúmenos! Pensam que as ruas, e também as calçadas, são de uso exclusivo dos carros. E o prefeito filhote do Costinha vive incentivando a população a andar de bike. Acho irresponsabilidade. Primeiro deveria haver campanha educativa pra informar, relembrar, esclarecer, incutir na cabeça dos desmiolados motoristas que as ruas não lhes pertencem, que há de haver compartilhamento. Acontece que, é o que transparece das ações, ninguém tá aí pra coisa nenhuma. Estão prometendo fazer num sei quantos quilômetros de ciclovias pra daqui a dez anos. É brincadeira. Não querem efetivamente resolver o problema do trânsito. Vou enumerar quatro medidas, apenas quatro, que dariam uma guinada na esculhambação atual: 1) Criação de faixa de rolamento exclusiva para todo e qualquer meio de transporte coletivo, que necessariamente teria que ter ar condicionado. 2) Proibição de se estacionar veículos num raio de 300 metros de qualquer colégio (seria uma maravilha para os pais e para os filhotes que teriam a oportunidade de fazer uma caminhada diária de no mínimo 600 metros). 3) Proibição de carga e descarga de mercadorias das 06 às 09 hs, e das 12 às 14 horas; se a operação demandasse maior número de horas, de forma necessária, deveria ser feita no período noturno, depois das 20 Hs. 4) Criação de ciclovias, devidamente demarcadas, em vias com mais de 1 KM. Mas não, ficam com puxa encolhe, com conversinha mole e coisa e tal. Parece até que todos os problemas foram resolvidos com a criação da ciclo faixa aos domingos. Ninguém nem houve mais falar em, como é mesmo o nome?, Ah, sim, João Braga. Mas a prefeitura tá alugando helicópteros pra mapear os imóveis, inclusive com a utilização de raio laser. Tudo em nome do IPTU. Já os esgotos pululam em velocidade constante. Efetivamente, acho esses “gestores” do Recife muito fracos, pra não dizer outra coisa. Mas se convive com isso. Pior é falta de ar ou problema do coração, seja de ordem material ou sentimental.

Meu negócio está de pé

Meu negócio está de pé, tudo depende agora de sua posição. O nome do proponente Armando Botelho Pinto, vulgo Dr. Fuldêncio. Para o oblato, tudo leva a crer se trata de enrabação. Pois é assim, às vezes diz-se uma coisa e na recepção entende-se outra. Nos filmes hollywoodianos tem muito disso. O Americano é craque em criar expectativa. Vai moendo. O sujeito declara o seu amor, no que é correspondido, mas as coisas vão-se complicando, complicando, pra tudo dar certo no final. Não me esqueço de “O Sexto Sentido”, em que a alma de “Bruce Willis” zombeteia o filme inteirinho como se matéria fosse. Já o Brasileiro é imediatista. Se é pra ter sexo, tira-se logo a roupa, mostra-se meio metro de peito e vasta cabeleira sexual. Cláudia Ohana ficou famosa na particularidade. Na década de oitenta era o “must”. Por incrível que possa parecer, assisti a filme em que Eva Vilma desfila nuinha da silva. Bundinha chocha. Mas os atores têm mania de dizer que tudo é de “forma técnica” e coisa e tal. Alegar tecnicidade em cena cujo ator se posta nu em cima de atriz também nua é o mesmo que afirmar chifre em cabeça de cavalo. A não ser que o sujeito não goste da fruta, tenha problemas circulatórios, ou seja casado de há muito com a parceira. Chuchu não tem gosto, mas faz bem à saúde.

A caravana passa e os cães ladram

Não assisto televisão aberta. Acho que não perco muita coisa. Mas a minha “ausência” não é por conta de nenhuma linha, tendência ou seja lá o que for; é porque não gosto de verdade. Ariano Suassuna, o nosso maior escritor paraibano, declara de boca cheia que gosta muito. Não vejo demérito nisso. Nem fantástico, nem novelas, nem nada. Exceção é o Jornal de sangue do meio dia (Cardinot), depois do almoço, hora do cochilo (soninho da beleza). Acho que tudo é uma questão de objetivo. De prioridade. O tempo urge, a caravana passa e os cães ladram.

Máxima

Toda gente se apega a determinada máxima alguma vez. Parece que a maldita foi feita exclusivamente pra você, o tanto que lhe toca. À parte os solecismos mentais próprios do processo de formação, isso acontece decerto à conta da experiência: “Praxis est iudicium veritatis” (A prática é o critério da verdade). Nos idos de 1970, meu pai consultava um advogado que prometia resolver pendência relativa à licença de funcionamento de sua farmácia. Numa das visitas, lá estava eu. O sujeito era gordo e falante. Bigode tipo suíças. Bonachão. O escritório era grande e tinha um birô recoberto por vidro, "cheinho" de cartões por baixo. Na parede, vários diplomas. Pode ser até que houvesse um de curso de datilografia, muito comum naquela época, quem sabe? Um de forma particular me tocou: “Diploma de vida, acostumado a vencer dando murro em ponta de faca”. Com efeitos retroativos, depois de 40 anos consegui diplomar-me. Essa semana me afetou a “Senectus Morbus”. Pois que não é verdade verdadeira! A velhice com efeito é doença, e como tal deve ser tratada. Merecem reparo o corpo e a mente; esta em especial tratamento de choque. Não é pra menos. Atualmente, adaptar-se a certas coisas “permissa venia” é Phoda com ph. Liga-se a televisão e três veados fazem a festa. Se se diz que não se gosta de “viadagem”, pode-se incorrer em “crime” de homofobia. Ou seja, tem-se que aceitar e aplaudir a putaria de todo jeito. Um professor da Universidade Rural está sendo execrado por não concordar com certos exageros de alguns gays. O besteirol foi manchete em todos os jornais locais. Tanta coisa com que se preocupar, ou melhor, noticiar, e os caras ficam com essa tolice de querer incriminar o professor que, a meu ver, não disse nada demais (pode ser que tenha sido infeliz no uso de algumas palavras). Outra. Maconha. E eu tenho mais cabeça para aceitar o uso da maconha como se fosse coisa normal. Tico e teco (neurônios) que ainda trabalham pra caralho não vão nessa não. E o Brasil é Uruguai? É não, é muito diferente. Só sei que ao meio dia vejo a desgraceira na televisão. Ontem mesmo filho matou a mãe e a irmã por conta de R$ 350,00, pra comprar maconha. Ressalte-se: maconha. Não foi crack não. De maneira que não obstante esses pensamentos tortos e desconexos, vou tomando minha dose diária de endorfina, pois que “mens sana in corpore sano”.

DNA

Na época de Machado de Assis não se fazia exame de sangue, nem tampouco de DNA. Ezequiel com efeito pode ter sido o pai do filho de Capitu, mas não havia certeza. É inegável quando os filhos crescem geralmente se parecem com os seus pais. Parecer com vizinho ou amigo com efeito não é normal. A incerteza faz muito mal pra quem não entende que pai é aquele que cria, particularidade de mais fácil aceitação todavia quando se sabe de antemão de onde partiu o espermatozoide. Dia desses, assisti a programa fuleiro em que casal café com leite trocava farpas por conta do filho loiro. A mulher irredutível. É dele. E o sujeito injuriado. Me traiu. E o rolo com acusações infindáveis. Puxou-se a família. A jararaca da sogra. Nessas horas sempre se vai atrás das origens. Qualquer deslize é mote suficiente. Depois do bafafá, abriu-se o exame. O rebento era filho do negão. Conheço sujeito muito gente boa, malgrado algumas idiossincrasias. Certa feita o encontrei abraçado com uma árvore na praça de Casa Forte. Não há nada de estranho em revelar o amor que se sente pela natureza. Mas às vezes se extrapola. Envereda-se até pelo reino animal. Um caruaruense se apaixonou por uma jumenta. Pode isso? Quando morava ao lado do Arriégua __ cujo dono é Ceará, o buchudinho que é, ou era, professor de economia da UFPE, e é muito gente boa__ implicava com colega por meio de galinha imaginária chamada cocó, que alegava ser sua paixão de infância. Ele ficava furioso. Sobretudo quando refazia os diálogos amorosos: cocozinha meu amor . . .cocó . . có. Lembra até Lolita de Nabokov: “Lolita, luz de minha vida, labareda em minha carne. Minha alma, minha lama. Lo-li-ta: a ponta da língua descendo em três saltos pelo céu da boca para tropeçar de leve, no terceiro, contra os dentes.” Mas que volto à arvore de Casa Forte. Nem sei se se trata do Jatobá. Não me lembro. Mas o sujeito tava feito lesma, esparramado de braços abertos. De fato ele é gente boa, mas os seus circuitos mentais frequentemente necessitam de lubrificação. Conheci-o apaixonado por uma moça muito mais jovem e bonita, apesar de casado e com uma ninhada de filhos. Aquilo o massacrava. Pois bem, descasou-se e por puro lance de sorte travou relacionamento com a beldade. Depois de pouco tempo, a moça estava completamente apaixonada. Ele entretanto deu ré. A coisa desandou. Fato é que existia uma gordinha no meio do caminho. Namorada da adolescência. Casaram-se no juiz e tudo. Amor pra todo lado. Legítimo. Pelo menos no dizer de suas confidências. Mas aí os efeitos do tempo e da convivência não perdoaram. Bem, vai passar muito tempo no banheiro? O fim. Não há amor que resista. Nesse ínterim, filho. A paixão mudou de direção, mas as inconveniências persistiram. Diferentemente de Bentinho, bateu-lhe na cachola certa incongruência de datas antes de o rebento completar um ano. Disfarçadamente, colheu um pouco de saliva e fez o DNA. O filho não era seu.

Pessoa Melhor

O facebook organiza retrospectiva do cristão com base em posts guardados não se sabe onde. A internet pra mim ainda é mistério. Já falei alhures, porém não custa repetir, sou do tempo da máquina de escrever, de maneira que os atuais avanços tecnológicos me causam grande espanto e interesse.

O que chama atenção com efeito não prescinde de boa dose de mistério. Praia é lugar onde se percebe bem isso. Nunca mais fui à de Boa Viagem. Quando ia a visão ficava tão encharcada de bundas metidas em fios dentais que não havia espaço para outros sentimentos.

De sorte que como estava ficava e, depois de certo tempo, pois que há particularidades físicas que não podem com efeito ser desprezadas, sucumbia muita vez à escuridão dos olhos fechados. Não há negar, é preferível o desbravamento de uma gaúcha em dia de frio, pois nem só de bunda vive o homem. Além de que as loiras e as branquinhas, pelo menos para os Nordestinos e jogadores de futebol, são mais atraentes, malgrado às vezes quando desprovidas das graves vestimentas assemelharem-se a papa de aveia, que não obstante o valor nutritivo de forma prazerosa só se come uma única vez.

E tem a voz. A voz é fundamental. Não há tesão que resista ao sotaque cearense, pelo menos na fase em que a consciência está no controle, o que decerto não diz com a juventude ou quando se está sobre o domínio de Baco. Mas que volto à retrospectiva. Dizem que recordar é viver novamente. Acho que a máxima encerra certa dose de verdade. Mas é perigosa. Se se olha só para o passado, entra-se em "loop” e não se vai adiante. É melhor tirar foto panorâmica e analisar o contexto.

Pretendo em 2014 tornar-me uma pessoa melhor.

Fora de tempo

Ontem, ao parar em cruzamento da estrada do Arraial, que por sinal tem esse nome por conta do Arraial (Velho do Bom Jesus) que existia no parque que hoje se chama “sítio da Trindade”, fui abordado por um sujeito vestido de palhaço. Era em torno de meio dia e o sol queimava até pensamento. A tinta derretida escorria pelo seu rosto suado. Abri o vidro do carro depois de muita insistência sua e ele me alertou que se tratava apenas de propaganda, no que retruquei que pensara tratar-se de animadores do DETRAN. Ele então me perguntou se eu não tinha “conhecimentos” para colocá-lo nesta função etc. e coisa e tal. O trânsito deu uma pausa, fechei o vidro e danei-me pra casa. No cruzamento da rua Amélia com a rua do futuro, um "magrelozinho" desnutrido faz malabarismo com três bolas de tênis. Não sei por que ele se veste de palhaço . No cruzamento da Rosa e Silva com rua Amélia, um ciclista de monociclo também faz peripécias vestido de palhaço. A não ser em festa infantil, acho desperdício de juízo o sujeito enfurnar-se numa roupa larga, estampada de cores diversas e colocar meia bola de ping-pong no nariz. Mas todo palhaço, mesmo os que não usam a indumentária, tem suas razões decerto. Depois de cinquenta e três, ainda não sei como me comportar em determinadas situações próprias do meu habitat. Dia desses, no elevador, casal de fedelhos, depois de darem o bom dia protocolar, sugaram mutuamente suas línguas de tal forma que tive a nítida impressão de que o resto do mundo ficara a infinitos quilômetros de distância; sobretudo aquela pessoa translúcida de cabeça baixa a poucos metros. Às vezes tenho a sensação de que sempre vivi fora de tempo. Quando era mais jovem, tinha respeito enorme pelos mais velhos. Hoje, tenho respeito enorme pelos mais jovens.

Misantropia

Misantropia. Não que tenha ojeriza in totum pela vida em sociedade, mas a cada dia afasto-me mais dela. É explicável. Deixei de beber. Deixei de fumar. Durmo cedo. E sobretudo lapidei os ouvidos. Tô na base do essencial e imprescindível. Quem me conhece de há muito estranha, pois que era do tipo que chegava primeiro e saía por último. Só decepção. E o ser humano, pelo menos no meu mundo, não é flor que se cheire. De maneira que é mais prudente manter certa distância. Schopenhauer trata do assunto no dilema do porco-espinho. O dilema diz respeito à noção de que quanto mais próximos estão os porcos-espinhos, maior a probabilidade deles se ferirem mutuamente; mantendo-se distantes, irão sentir frio. Assim é na sociedade, onde o vazio e a monotonia fazem com que os homens se aproximem, mas seus defeitos, desagradáveis e repelentes, fazem com que se afastem. Difícil é achar a distância ideal. É por isso decerto muitos casais têm optado por morar sob tetos distintos. Acho atitude muito acertada, até quanto ao sexo. Dia desses num restaurante ouvi mulher em mesa ao lado confidenciar a amigos que estava muito feliz por o marido ter construído banheiro só pra ela. Deve ter sofrido e sentido horrores por anos a fio. Parece que a conclusão não decorre da premissa. Analisando a fundo todavia (sem trocadilho), percebe-se tem tudo a ver. Existe coisa mais desagradável ao amor, não obstante a normalidade fisiológica, do que o pum fora de hora?

Comenda

Não enxergo, hoje em dia, motivo decente pra comenda. Se o sujeito recebe pelo que faz, e, na maioria das vezes, muito bem, por que conceder-lhe distinção honorífica? Podem-me tachar de obtuso, de antissocial e coisa e tal, mas acho palhaçada, no estrito sentido do termo: ridículo medalhão que se ostenta em peito impregnado de soberba. Muita vez espertalhões que não soltam peido a favor do vento, malgrado terem construído sua “glória” em detrimento do fi-o-fó alheio. Não há negar, de há muito, e não só aqui, a vida em sociedade não prescinde dessa prática. Também não é de hoje que muitos a criticam. Leon Tolstoi retrata muito bem a situação em “A morte de Ivan illich”. Para quem não leu, a história trata-se da vida em sociedade do magistrado Ivan illich, e de seu calvário em face de dor repentina que o leva à morte. Pois que digo: prefiro a recompensa de casquinha mista, depois de longa fila de espera; kriptonita nossa de cada dia.