terça-feira, 2 de agosto de 2011

Maratona do Recife 2011

Resenha da Maratona Maurício de Nassau 2011.
E George me deu o ultimato: se você não escrever alguma coisa no sobretudocorrida eu deixo de acessá-lo. Cedi. Resolvi contar a Maratona do Recife.
Antes de tudo, os prolegômenos. Correr 42 Km, modéstia à parte, não é pra qualquer um. Tem que haver condicionamento físico. O que não prescinde de treinamento regular e consistente, boa alimentação, descanso etc. É consabido.
Mais tem outra coisa, fundamental, determinante: ESTRATÉGIA. É esse o termo: es-tra-té-gia. Pode-se até correr sem ela e sair-se bem, mas é “roleta russa”. Melhor caminho é ter um plano mental de como se comportar ao longo do percurso.
Os treinos dão a medida exata do comportamento a ser seguido. Por meio deles, conclui-se o passo. Não pense que é fácil. Não é.
Corro há sete anos. Musculação duas vezes por semana. Pilates duas. Nada de bebidas ou noites de farra. Isso não mais me pertence.
Utilizo GPS e frequencimetro há bastante tempo, de maneira que sei, de forma pontual, a velocidade, a distância e os batimentos cardíacos. Entendo os batimentos cardíacos como suporte para qualquer estratégia, mormente para os “atletas” não profissionais. Quando se corre com freqüência baixa, o cansaço demora a chegar. É fato.
Mas vamos à Maratona.
Pensei em correr apenas 21 Km. Mas fiz inscrição nos 42. Não sou de fugir da raia. E parti para minha oitava maratona. A terceira do ano. Meio traumatizado com a maratona de São Paulo. Mestre George também não guarda boas recordações de São Paulo. Eita maratonazinha difícil!
Cogitei num acompanhante para nos seguir de bicicleta, em apoio. Não encontrei ninguém à empreitada. Mas foi o ZÉ. O zelador do prédio. Ficou em frente ao Paço Alfândega, no Km 21, e nos deu uma banana (literalmente) e um gatorade. Muito bom.
Chuva que Deus deu. Fui de carro, bem cedinho, e estacionei bem pertinho da largada.
Plano traçado: correr num passo de 6 min/Km. Forte das Cinco pontas, cais José Estelita, Antonio de Góis, Avenida Boa Viagem. E vimos a Elite voltando. Com grande satisfação, cumprimentei o Everaldo, corredor Baiano que conheci em Foz de Iguaçu. Cumprimentei amigos que não via há muito tempo, mas que sabia corredores, como José Carlos Auto de Alencar, colega da Receita nos idos de 1986. O Paulo Gustavo também passou. A cada dia corre mais e melhor.
A empolgação aflorou na subida do viaduto do Forte, no Km 19. Foi uma “paisagem” loira a minha frente. Contenção: olha o passo! Controlei-me. E a chuva deu uma trégua. E o sol começou a castigar. E o dedão do pé esquerdo começou a doer. Escolhi o tênis errado.
Mas a dor é reflexo. Liguei o ipod. Ivete Sangalo e Claudinha Leite. Som nas alturas. Olinda, enfim. Comentei com George: acho que os corredores de fora devem ficar abasbacados com tanta beleza. Com efeito, a orla do Recife e de Olinda é deslumbrante!
E no Km 32 cruzei com o Miguel, do Baleias __ encontrei a Marinês, integrante mor do Baleias em Pernambuco, no Km 21, ela me chamou de Xaxá (zoando), apelido familiar. Aliás, vi mais camisa do Baleias do que da Acorja.
Mestre George acompanhou-me até o 34º Km, depois disparou. O sujeito corre numa freqüência de 130 batimentos por minuto, em média. Condicionamento físico estupendo.
Na hora da onça beber água (Km 34), deu-me uma canseira medonha. Diminui o passo. E fui com a força da mente. Encontrei ainda o Júlio Cordeiro. Ele corria com um sapato social. O sujeito é uma fera. Correu as maratonas do Rio e de Brasília nas semanas anteriores.
Cheguei afinal. Ainda consegui dar um pique. Tempo pelo garmin: 4h12min50seg. A estratégia de manter o passo na casa dos 6min/Km foi fundamental. A unha do dedão do pé esquerdo está preta, mais eu estou feliz . . .

Vejam as fotos:










sexta-feira, 1 de julho de 2011

Maratona de São Paulo 2011

Lei de Murphy é um adágio popular da cultura ocidental que afirma: "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará" ou "Se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultar em catástrofe ou em consequências indesejáveis, certamente essa será a maneira escolhida por alguém para executá-la". Ela é comumente citada (ou abreviada) por "Se algo pode dar errado, dará" ou ainda "Se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo a causar o maior estrago possível". (Wikipédia)  
E assim ocorreu em São Paulo. Havia uma semana que estava doente. Tosse, espirros, febre leve, garganta doendo, indisposição etc. Mas a passagem fora comprada, o hotel reservado, as férias, enfim, o cancelamento não seria proveitoso.
E fui danado pra Maratona.  
Ante as adversidades, a pretensão era acabar com o mesmo tempo de Porto Alegre: 04h 10min. Não deu. Efetivamente, não deu. Não obstante ter feito os 30 primeiros quilômetros em 3 horas, quebrei. Literalmente quebrei no quilômetro 30, a 12 Km do final. É essa a hora da onça beber água.  
Resolvi andar um pouco. E andei. E corri. E andei. E corri. Fiz os doze quilômetros em 1:30 hs. Tempo total: 4:30 hs. Meu pior tempo em Maratona.   Mas não foi só o tempo, pois que isso com efeito nada importa. Foi a (perda) auto estima. É prazeroso terminar correndo bem, constatar que os treinos surtiram efeito, que os estorvos foram superados. Não foi o que aconteceu.   Vamos pra próxima. Agora em Recife. Resfriado não corro mais.

Mudando de assunto. De quando em vez, procuro Schopenhauer. Peço auxílio. Com efeito, as lições do ranzinza não têm preço. Vejam o que ele ensina acerca de nossa conduta para com os outros (Aforismos para Sabedoria da Vida, pág. 199, Martins Fontes):

Pra sobeviver por este mundo afora, é conveniente levar consigo uma grande provisão de precaução e indulgência. Pela primeira seremos protegidos de danos e perdas, pela segunda, de disputas e querelas.
Quem tem de viver entre os homens não deve condenar, de maneira incondicionada, individualidade alguma, nem mesmo a pior, a mais mesquinha ou a mais ridícula, pois ela foi definitivamente estabelecida e ofertada pela natureza. Deve-se, antes, tomá-la como algo imutável que, em virtude de um princípio eterno e metafísico, tem de ser como é. Quanto aos casos mais lamentáveis, deve-se pensar: “É preciso que haja também tais tipos no mundo.” Do contrário, comete-se uma injustiça e desafia-se o  outro a uma guerra de vida ou de morte, já que ninguém pode mudar a própria individualidade, isto é, seu     caráter moral, suas faculdades de conhecimento, seu temperamento, sua fisionomia etc. Ora, se condenarmos o outro em toda a sua essência, então nada lhe restará a não ser combater em nós um inimigo mortal, pois só lhe reconhecemos o direito de existir sob a condição de tornar-se uma pessoa diferente da que invariavelmente é.
Portanto, para vivermos entre os homens, temos de deixar cada um existir como é, aceitando-o em sua individualidade ofertada pela natureza, não importando qual seja.

Seguem as fotos da Maratona.









sábado, 28 de maio de 2011

Maratona de Porto Alegre!

Maratona de Porto Alegre.

No começo do ano, estava lesionado. Fascite plantar. Consultei uma fisioterapeuta, comprei umas palmilhas . . . melhorei. O volume de treino, à conta da enfermidade, não aumentou. Sempre a mesma “pisada”: dois de 13,5 Km (terças e quintas) e um longão de 21, 25 ou 30 Km, no sábado ou no domingo.
O passo na casa dos 6 minutos por quilômetro.
De maneira que o tempo na maratona de Porto Alegre ficou dentro do previsto: 4:10 hs.
Demais, cheguei numa boa. Mestre George também, malgrado uma leve indigestão.

Encontrei o Júlio Cordeiro em São Paulo. O sujeito tava tossindo que só. Perguntei-lhe como iria correr uma maratona com aquela tosse. Não só correu, como, mais uma vez, deu show, basta ver o seu tempo. É uma fera!

Encontrei o Baleias Miguel, no mesmo passo de Marinês, na corrida. Confessei-lhe que era leitor assíduo de seu blog. Ele ficou bastante satisfeito. Com efeito, ele escreve muito bem (em todos os sentidos).

Enfim, a minha sexta maratona foi muito boa. Mês que vem, São Paulo e os seus túneis.

E me questionaram por qual time eu torcia. Acho que pelo Sport, respondi. Acha? O estranhamento foi imediato. Acho, penso, cogito, às vezes, que sou torcedor do Sport. Outras, nem tanto. No íntimo, torci pelo Santa Cruz na decisão do campeonato Pernambucano. Tenho lá minhas razões: time com maior regularidade, saindo do inferno para a glória!

Podia até ter torcido pelo Náutico. Possibilidade remota, mas não impossível. Já torci pelo time no campeonato Brasileiro.

Só alimento esse papo virtualmente; é uma infâmia torcer por mais de um time, consoante pensamento da maioria. Cabe a indagação: se se gosta de mais de uma mulher __ que, de antemão, trata-se de um ser racional __ por que o preconceito com relação às agremiações futebolísticas? Pura bobagem . . .

Vejam as fotos da corrida: 















sábado, 9 de abril de 2011

Programa de Sábado.


Programa de sábado.

Resolvemos correr em Aldeia. Percurso já manjado, mas muito agradável. Saída e chegada no quilômetro 12; vinte e cinco mil metros de muito verde. Não contávamos entretanto com a lama. Pois é, em virtude do forte temporal que caiu ontem, as estradas estavam muito enlameadas. Logo perto da Indaiá, escorreguei numa valeta e caí. Fiquei entalado, com as pernas pro ar, sem poder me levantar. O comparsa George riu tanto que se esqueceu de me socorrer . . . nem eu mesmo me contive. Faltou uma câmara!
Depois do susto, prosseguimos com muita chuva, e lama, é claro. Enfrentamos o diabo até chegar em Chã de Cruz:  ladeiras como quiabo, areia fofa, cachorros etc.
Já me questionaram diversas vezes sobre esse tipo de programa. Sujeito acostumado a passar tardes inteiras a discutir problemas insolúveis, com movimentos mínimos de braço, para levantar copo, operar uma mudança tão radical? Pois é, beirando os cinqüenta e um, empolgo-me ainda com esse tipo de coisa. Com outras também, que “ainda não morri”.
A propósito, o meu “brother”, o caçula de 49, vociferou o “post” da corrida das pontes: que vale dizer que tinha muita mulher bonita se tu nem ao menos cogitou a possibilidade de comer alguma delas?
Depois dos 50, meu caro Watson, tudo fica mais complexo, mais difícil. Além do que nem tudo que se vê, não obstante a beleza, é comestível, ou, caso seja, é possível digerir.
Mas vamos ficar com os detalhes do treino:

domingo, 27 de março de 2011

Corrida das Pontes!

Hoje, Corrida das Pontes. Pense num “moi” de mulher bonita. Num sei de onde saíram tantas. Enfurnadas, com certeza.

Tempo: 52 minutos de muito sol, pelo garmin. Para quem se acostuma a correr muitos quilômetros entretanto fica o gostinho de quero mais.

Vejam as fotos do grupo de dois. Os detalhes do garmin  mando depois.

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domingo, 20 de março de 2011

Infecção e Felicidade!

Quinta-feira  passada, almocei no Bom Gustaio (é esse o nome?) do Tacaruna. Não deu outra. Infecção intestinal. Corri na sexta literalmente me cagando. Tive que fazer um “pit stop” na mata. Uma vez que a maldita não passava, e sabendo piamente que se tratava de infecção intestinal decorrente da ingestão de comida, fui na farmácia comprar uns comprimidos de colestase. Para minha surpresa, deixaram de fabricá-lo. Mas como ainda me lembrava do nome da droga, comprei Giarlam. Só tomei um comprimido, tive alergia.
Passei o sábado me sentido mal.
Já me tinha prometido não mais comer no Shopping Tacaruna. Ora, como se pode comer num lugar que logo na entrada inala-se o fedor de bosta? Pois é, de há muito que o acesso pela Agamenon tem um problema no esgoto. Quando se abaixa o vidro para pegar o ticket, sente-se o cheiro.
Hoje, entretanto, resolvi correr. Fui com o comparsa George de Casa Forte até o primeiro quiosque aberto na praia de Boa Viagem, e retornei à Casa Forte. Trinta e um quilômetros. Se a lua, ontem, não foi como se esperava, hoje o sol foi terrível. Desde cedo já massacrava. Superei-me.
E como o papo está escatológico, lembrei-me de contar que estou lendo Lord Jim, de Joseph Conrad. Como tenho a mania de comprar, sempre, o respectivo filme, comprei o estrelado por Peter O’toole e James Mason (acho que só tem esse). Uma merda. Além de que o primeiro deixar transparecer, durante todo o filme, a sua “viadagem”, o que não condiz com a figura do Jim.
 E coloquei no facebook vídeo de menino arrancando um dente de leite. E ele acredita na “fada do dente”, e prometeu colocar o dentinho embaixo do travesseiro pra ganhar dois reais. A felicidade é nossa vizinha . . .
Vejam os detalhes do treino:

domingo, 6 de março de 2011

Treino do Galo!

E ontem corremos pelo centro. Fomos ver o galo. E, com efeito, a cidade parecia um galinheiro, de tanta sujeira. As barracas, às 06:30 hs, já tomavam conta. Os primeiros raios de bêbados já assolavam. Acho que perduraram até o final do dia . . .
Nunca gostei de carnaval. Tampouco de multidões, seja de que tipo for, até de procissão. Fujo como o diabo foge da cruz.
O carnaval, de forma principal. Não acho graça. E tem uns blocos que são pra lá de ridículos, como é o caso do na “sala de justiça”: fantasiados de super-heróis fazem trejeitos infantis.
Não sei. Já perto de 51, custa-me avaliar se sou radical. Pode ser. Mas efetivamente não gosto de carnaval.
Mas valeu o treino: 25 km bem corridos. Vejam os detalhes do connect:

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O que importa?

Na década de 1980, já me aventurava na jaqueira. Corridinhas de 6 a 7 Kms, compartilhadas, logo após, impreterivelmente, por umas cervejinhas e  cirragozinhos. Dos diminutivos, sobraram-me os últimos, que me acompanharam até os 42.
Foi naquele tempo dos diminutivos que comprei o “Guia Completo de Corrida”, de James F. Fixx, bioquímico que morreu de infarto pouco tempo após a publicação do livro. Pretensão cartesiana de engenheiro comprá-lo.
Mas o livro era bom, ou melhor, alguns de seus conselhos são de grande valia até hoje. Com efeito, correr longas distâncias a ritmo lento, confortável (vide escala de Borg), faz grande diferença, sobretudo na preparação pra maratona.
Venho correndo 52 Kms por semana. Dois treinos de 13,5 (terças e quintas) e um de 25 (domingos). Não mais do que isso, no momento. Ontem, corri de Casa Forte até Piedade, e de Piedade  até a pracinha de Boa Viagem.  Chuva que Deus deu. No final, como prêmio, água de coco e açaí.
E hoje peguei um trânsito infernal: gastei 55 minutos pra percorrer os cinco quilômetros que me separam da DRJ. É esse o tempo da reflexão. Hoje refleti o refletir. Com algumas variantes, é claro. É impressionante como o cotidiano tem o poder de afastar o pensamento introspectivo.
E cogitei: que me importa chegar atrasado 10 ou 15 minutos? Que me importa isso? Se dentro do carro estou com ar condicionado, escutando a CBN, com celular,  barrinhas de cereais . . . o que, de fato, importa isso a mim?
Vejam os detalhes do Treino:

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

365 maratonas em um ano!

Belga de 49 anos bate recorde ao correr 365 maratonas em um ano

‘Maratona Man’, Stefaan Engels completa façanha em Barcelona

Por Das agências de notícias Barcelona, Espanha

Stefaan Engels Maratona Man recorde (Foto: EFE)Stefaan Engels na linha de chegada (Foto: EFE)

O belga Stefaan Engels, de 49 anos e conhecido como "Maratona Man", completou neste sábado, em Barcelona, sua 365ª maratona consecutiva em um ano, uma façanha que o colocará no Livro dos Recordes. O fundista encerrou com sucesso o objetivo de correr a distância de 42,195 quilômetros diariamente durante um ano e, apesar do cansaço, se mostrou muito satisfeito com a façanha.

- Estou muito contente que esse projeto tenha acabado. Sinto que tirei um peso das minhas costas. Foi realmente um ano muito, muito longo para mim.

Maratonista desde os 25 anos, o belga explicou que se propôs ao desafio para mostrar a si mesmo que poderia enfrentá-lo, e para lançar uma mensagem ao mundo.
- Estou convencido de que, em um ano, ensinei muita gente a correr.

No total, Engels percorreu uma distância de 15.401 quilômetros, um número equivalente à distância dos Estados Unidos de costa a costa, a uma média de quatro horas por maratona.

O “Maratona Man” destacou ainda que nunca teve problemas de saúde nem com o corpo, apesar de ter perdido aproximadamente 15 quilos desde que começou a cumprir o objetivo e que gastou um total de 25 pares de tênis.

No entanto, questionado por seu próximo desafio, Engels lembrou que já se encontra perto dos 50 anos e que tem metas diferentes às realizados até o momento, como divulgar mensagens de auto-superação.

- Acho que não correrei mais riscos em relação a meu corpo, que está cansado. Não posso pensar em algo superior a isso. É tempo para outras coisas em minha vida - finalizou o maratonista belga, que prefere agora divulgar sua história, como no livro ou no documentário produzidos sobre sua aventura.
 

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domingo, 30 de janeiro de 2011

Existe amor assim?

AMA-ME POR AMOR DO AMOR SOMENTE.

"Ama-me por amor do amor somente.
Não digas: “Amo-a pelo seu olhar,
o seu sorriso, o modo de falar
honesto e brando. Amo-a porque se sente

minh’alma em comunhão constantemente
com a sua”. Por que pode mudar
isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
do tempo, ou para ti unicamente.

Nem me ames pelo pranto que a bondade
de tuas mãos enxuga, pois se em mim
secar, por teu conforto, esta vontade

de chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
me hás de querer por toda a eternidade."

- Elizabeth Barrett Browning -
  ( Tradução Manuel Bandeira)

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sábado, 15 de janeiro de 2011

Amor e Medo!

Quando eu te vejo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
— "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"

Como te enganas! meu amor, é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...

Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.

O véu da noite me atormenta em dores
A luz da aurora me enternece os seios,
E ao vento fresco do cair das tardes,
Eu me estremece de cruéis receios.

É que esse vento que na várzea — ao longe,
Do colmo o fumo caprichoso ondeia,
Soprando um dia tornaria incêndio
A chama viva que teu riso ateia!

Ai! se abrasado crepitasse o cedro,
Cedendo ao raio que a tormenta envia:
Diz: — que seria da plantinha humilde,
Que à sombra dela tão feliz crescia?

A labareda que se enrosca ao tronco
Torrara a planta qual queimara o galho
E a pobre nunca reviver pudera.
Chovesse embora paternal orvalho!

Ai! se te visse no calor da sesta,
A mão tremente no calor das tuas,
Amarrotado o teu vestido branco,
Soltos cabelos nas espáduas nuas! ...

Ai! se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio,
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos — palpitante o seio!...

Ai! se eu te visse em languidez sublime,
Na face as rosas virginais do pejo,
Trêmula a fala, a protestar baixinho...
Vermelha a boca, soluçando um beijo!...

Diz: — que seria da pureza de anjo,
Das vestes alvas, do candor das asas?
Tu te queimaras, a pisar descalça,
Criança louca — sobre um chão de brasas!

No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
Ébrio e sedento na fugaz vertigem,
Vil, machucara com meu dedo impuro
As pobres flores da grinalda virgem!

Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra,
E tu serias no lascivo abraço,
Anjo enlodado nos pauis da terra.

Depois... desperta no febril delírio,
— Olhos pisados — como um vão lamento,
Tu perguntaras: que é da minha coroa?...
Eu te diria: desfolhou-a o vento!...

Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo.
Se de ti fujo é que te adoro e muito!
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo!...

 

Casimiro de Abreu.

 

Abreu, Casimiro de (1837-1860), poeta romântico brasileiro. Dono de rimas cantantes, ao gosto do público, Casimiro de Abreu publicou apenas um livro, As Primaveras (1859). Filho de um rico comerciante, Casimiro de Abreu nasceu em Barra de São João (Rio de Janeiro) e cresceu no Rio, então capital do Império e centro cultural do país. Entre 1853 e 1857, estudou em Portugal. A vocação literária, porém, suplantou a vida acadêmica. Em Lisboa, iniciou-se como poeta e dramaturgo. A peça Camões e Jaú estreou no teatro D. Fernando e, nela, o autor proclama sua brasilidade, as saudades dos trópicos e refere-se a Portugal como "velho e caduco". De volta ao Brasil, dedicou-se à atividade comercial, com o apoio paterno. Mas definia este trabalho como uma "vida prosaica…que enfraquece e mata a inteligência". Morreu aos 21 anos, de tuberculose, em Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro. Seu poema mais famoso é Meus Oito Anos. Da segunda geração romântica brasileira, Casimiro de Abreu cultivava um lirismo de expressão simples e ingênua. Seus temas dominantes foram o amor e a saudade. Embora criticado por deslizes de linguagem e falta de embasamento filosófico, Casimiro de Abreu é admirado, justamente, pela simplicidade. Alguns versos acabaram se incorporando à linguagem corrente como, por exemplo, simpatia é quase amor, hoje nome de um famoso bloco do carnaval carioca.

É pequena a obra poética de Casimiro de Abreu. Porém, deixou-nos de forma marcante, a poesia da saudade: "Canção do exílio" ("Meu lar") em que partia da aceitação premonitória, "Se eu tenho de morrer na flor dos anos", para a formulação de um desejo que se realizou plenamente: "Quero morrer cercado dos perfumes / Dum clima tropical.”. Meus Oito Anos, Minha Terra - poemas escritos em Portugal, onde adquiriu sua educação literária.

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Só love!

E o sujeito confidenciou: faz três meses que não faço sexo. E tu não namoras há um mês? Pois é, estou esperando o momento certo para uma nova lua de mel. Não agüentava mais a minha ex-mulher: sexo de manhã, à tarde e à noite. Vivia estressado, ou melhor, VICIADO.

Agora tá bem melhor. Só Love.

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Post antigo.

Quem não tem o que falar ...

Quando não há o que falar. . . é “mió calar”. Em caminho de paca tatu caminha dentro? Não! Tatu caminha atrás. Sempre tive curiosidade de saber o perfil de quem acaba uma maratona abaixo de 3:00 hs. Pois bem, matei a minha curiosidade. Fui no site da webrun e coloquei os nomes dos atletas que acabaram a maratona de São Paulo nesse tempo.

Em essência, todos magros. Não obstante a indução não se constituir método seguro, é evidente que gordura não combina com velocidade, tampouco com saúde. Difícil é encontrar velho gordo, mais difícil que enterro de anão, ou ladrão de óculos.

Falar em velhice, não digo que vou ficar velho. Se ficar, pretendo que seja com saúde, o que passa, necessariamente, por uma boa dose de exercícios físicos e alimentação regrada. Se morrer jovem, pelo menos não quero ser afligido pelo mal de Ivan Ilitch, motivo por que tento desviar-me, com todas as forças, das futilidades que a vida em sociedade nos impõe.

E José Américo sapeca no intróito de “A Bagaceira”:

Antes que me falem:

Há muitas formas de dizer a verdade. Talvez a mais persuasiva seja a que tem a aparência de mentira.

Há miséria maior do que morrer de fome no deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã.

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Walt Whitman!

E Bertrand Russell cita Walt Whitman (A conquista da felicidade, Ediouro 2003):

 

Creio que poderia transformar-me e viver com os animais. Eles são tão calmos e donos de si,

Detenho-me para contemplá-los sem parar.

Não se atarantam nem se queixam da própria sorte,

Não passam a noite em claro, remoendo suas culpas,

Nem me aborrecem falando de suas obrigações para com Deus.

Nenhum deles se mostra insatisfeito, nenhum deles se acha dominado pela mania de possuir coisas.

Nenhum deles fica de joelhos diante do outro, nem diante da recordação de outros da mesma espécie que viveram há milhares de anos.

Nenhum deles é respeitável ou desgraçado em todo o amplo mundo.

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domingo, 9 de janeiro de 2011

Caju.

E eu escorei o pé de caju! Uma imagem vale mais que mil palavras.