Não pense que é fácil andar a pé pelas ruas do Recife, pois que não
é. Além da falta de passeios públicos, dos esgotos a céu aberto, da iluminação
precária, da falta de segurança, existe um problema ainda maior: falta de
respeito dos motoristas pelo pedestre.
Vou eu caminhado pela rua do futuro e
deparo-me com uma das inúmeras “calçadas estacionamento”. Desvio pra pista ao
mesmo tempo em que um motorista manobra um automóvel pra sair da calçada. O que
ocorre? Ou corro pro meio da pista ou sou atropelado.
Vou eu passando na faixa de pedestre e o sinal
abre para os automóveis. O que acontece? Corro ou sou atropelado, no mínimo por
uma motocicleta.
Vou eu caminhando em frente a um Shopping ao
mesmo tempo em que um automóvel vai saindo. O que ocorre? Ele toma a dianteira,
inexoravelmente, forçando-me a esperá-lo sair. Dia desses uma gordinha fez isso
comigo em frente a um mini Shopping que fica na Estrada do Encanamento. Nem
olhar pra mim a bochechuda (disse bochechuda) olhou. Tava numa ânsia
desenfreada de sair. Vade retro.
Mas falando em expressão latina, ocorreu-me a
seguinte pra retratar a situação: REM
facias, REM, si possis, rect, si non, quocumque modo REM (Horácio 65-8 a.C)
– “Que a todo custo enriquecer procures, honrada ou torpemente”, na tradução de
Giannetti, nosso filósofo da moda.
Numa alusão a Quentin Tarantino, poder-se-ia
indagar o que tem a ver o cu com as calças. Mas se tudo tá ligado!? É a ânsia
desenfreada do ter a todo custo que faz com que as pessoas ajam assim.
E não venha com essa conversinha de feicibuk
de quem gostar compartilhe, pois que de boas intenções o inferno está cheio. Eu
quero ver é na prática, na chincha. E o que mais se vê com efeito é ostentação.
O sujeito se sente superior até por usar paletó.
Tergiversei, como diz José Teles na sua
cansada coluna do Jornal do Comércio.
Mas é porque tudo se amalgama.
Nenhum comentário:
Postar um comentário