segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Andar de ônibus!


Cinco e meio quilômetros. É essa a distância de casa pra o trabalho.

O motivo por que me mudei pras bandas de Casa Amarela foi a proximidade da Cidade Universitária e da Agamenon Magalhães. No final da década de 1990, o trânsito era bom nos dois sentidos. A Estrada do Encanamento fazia por merecer o nome. Aparência de interior.

Falta de planejamento, licenças inescrupulosas para construção de edifícios, aumento do poder aquisitivo, e conseqüente aumento de carros circulando etc. resultou no que resultou.

E eu de expectador, inerme. Ma non troppo. Introjetei a mim mesmo na busca de solução. Fui beber em fonte de águas revoltas, de há muito esquecida.

Voltei à motocicleta. Motoqueiro antigo, com algumas quedas no currículo. O astro rei, aliado à imprudência e à imperícia dos motoristas, me fez desistir.

Aderi ao caminhar. Persistia o problema solar pela manhã. Camaleão tentou adaptar-se: protetores, roupas especiais, sombra etc. Nada que impedisse o suor e seus incômodos todavia. Tomar banho no trabalho foi a solução.

Mas como Raul, prefiro metamorfosear, destruir opiniões formadas sobre tudo. Assim foi que, como Angélica (no sentido da música), decidi ir de táxi e voltar andando.

Ainda não satisfeito, aventurei-me nos coletivos. Não tive sucesso com os da 17 de agosto. Sorte diversa tive com o que sai do Córrego da Areia. O nome pode ser esquisito, mas o trajeto não podia ser melhor. Pego-o a 200 metros de casa, deixo-o a 50 metros do trabalho.

Não sei por que boa parcela da população tem aversão a ônibus. Sinceramente, arrependo-me de não os ter “descoberto” há mais tempo. Poderiam ser melhores, reconheço, mas nada que justifique a opção pelo automóvel nesse trânsito infernal . . .

E ainda tem o inusitado das coisas. Dia desses, casal de evangélicos entoaram hino ao longo do percurso. O homem esboçava reação inequívoca de sua convicção por aquilo que cantava.

Queria ser assim. Mas as dúvidas não me largam . . . 

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