Cinco e meio quilômetros. É essa a distância
de casa pra o trabalho.
O motivo por que me mudei pras bandas de Casa
Amarela foi a proximidade da Cidade Universitária e da Agamenon Magalhães. No
final da década de 1990, o trânsito era bom nos dois sentidos. A Estrada do
Encanamento fazia por merecer o nome. Aparência de interior.
Falta de planejamento, licenças inescrupulosas
para construção de edifícios, aumento do poder aquisitivo, e conseqüente
aumento de carros circulando etc. resultou no que resultou.
E eu de expectador, inerme. Ma non troppo. Introjetei a mim mesmo na
busca de solução. Fui beber em fonte de águas revoltas, de há muito esquecida.
Voltei à motocicleta. Motoqueiro antigo, com
algumas quedas no currículo. O astro rei, aliado à imprudência e à imperícia
dos motoristas, me fez desistir.
Aderi ao caminhar. Persistia o problema solar
pela manhã. Camaleão tentou adaptar-se: protetores, roupas especiais, sombra
etc. Nada que impedisse o suor e seus incômodos todavia. Tomar banho no
trabalho foi a solução.
Mas como Raul, prefiro metamorfosear, destruir
opiniões formadas sobre tudo. Assim foi que, como Angélica (no sentido da
música), decidi ir de táxi e voltar andando.
Ainda não satisfeito, aventurei-me nos coletivos.
Não tive sucesso com os da 17 de agosto. Sorte diversa tive com o que sai do
Córrego da Areia. O nome pode ser esquisito, mas o trajeto não podia ser
melhor. Pego-o a 200
metros de casa, deixo-o a 50 metros do trabalho.
Não sei por que boa parcela da população tem
aversão a ônibus. Sinceramente, arrependo-me de não os ter “descoberto” há mais
tempo. Poderiam ser melhores, reconheço, mas nada que justifique a opção pelo
automóvel nesse trânsito infernal . . .
E
ainda tem o inusitado das coisas. Dia desses, casal de evangélicos entoaram
hino ao longo do percurso. O homem esboçava reação inequívoca de sua convicção
por aquilo que cantava.
Queria
ser assim. Mas as dúvidas não me largam . . .
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