sexta-feira, 1 de julho de 2011

Maratona de São Paulo 2011

Lei de Murphy é um adágio popular da cultura ocidental que afirma: "Se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará" ou "Se há mais de uma maneira de se executar uma tarefa ou trabalho, e se uma dessas maneiras resultar em catástrofe ou em consequências indesejáveis, certamente essa será a maneira escolhida por alguém para executá-la". Ela é comumente citada (ou abreviada) por "Se algo pode dar errado, dará" ou ainda "Se algo pode dar errado, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo a causar o maior estrago possível". (Wikipédia)  
E assim ocorreu em São Paulo. Havia uma semana que estava doente. Tosse, espirros, febre leve, garganta doendo, indisposição etc. Mas a passagem fora comprada, o hotel reservado, as férias, enfim, o cancelamento não seria proveitoso.
E fui danado pra Maratona.  
Ante as adversidades, a pretensão era acabar com o mesmo tempo de Porto Alegre: 04h 10min. Não deu. Efetivamente, não deu. Não obstante ter feito os 30 primeiros quilômetros em 3 horas, quebrei. Literalmente quebrei no quilômetro 30, a 12 Km do final. É essa a hora da onça beber água.  
Resolvi andar um pouco. E andei. E corri. E andei. E corri. Fiz os doze quilômetros em 1:30 hs. Tempo total: 4:30 hs. Meu pior tempo em Maratona.   Mas não foi só o tempo, pois que isso com efeito nada importa. Foi a (perda) auto estima. É prazeroso terminar correndo bem, constatar que os treinos surtiram efeito, que os estorvos foram superados. Não foi o que aconteceu.   Vamos pra próxima. Agora em Recife. Resfriado não corro mais.

Mudando de assunto. De quando em vez, procuro Schopenhauer. Peço auxílio. Com efeito, as lições do ranzinza não têm preço. Vejam o que ele ensina acerca de nossa conduta para com os outros (Aforismos para Sabedoria da Vida, pág. 199, Martins Fontes):

Pra sobeviver por este mundo afora, é conveniente levar consigo uma grande provisão de precaução e indulgência. Pela primeira seremos protegidos de danos e perdas, pela segunda, de disputas e querelas.
Quem tem de viver entre os homens não deve condenar, de maneira incondicionada, individualidade alguma, nem mesmo a pior, a mais mesquinha ou a mais ridícula, pois ela foi definitivamente estabelecida e ofertada pela natureza. Deve-se, antes, tomá-la como algo imutável que, em virtude de um princípio eterno e metafísico, tem de ser como é. Quanto aos casos mais lamentáveis, deve-se pensar: “É preciso que haja também tais tipos no mundo.” Do contrário, comete-se uma injustiça e desafia-se o  outro a uma guerra de vida ou de morte, já que ninguém pode mudar a própria individualidade, isto é, seu     caráter moral, suas faculdades de conhecimento, seu temperamento, sua fisionomia etc. Ora, se condenarmos o outro em toda a sua essência, então nada lhe restará a não ser combater em nós um inimigo mortal, pois só lhe reconhecemos o direito de existir sob a condição de tornar-se uma pessoa diferente da que invariavelmente é.
Portanto, para vivermos entre os homens, temos de deixar cada um existir como é, aceitando-o em sua individualidade ofertada pela natureza, não importando qual seja.

Seguem as fotos da Maratona.