sexta-feira, 29 de novembro de 2013

PITU!

De tanto assistir a filmes de Hollywood “tipo" MacGyver, moldei o espírito na base de pequenas aventuras. Nos idos de 1997, inventei, pela segunda vez, de morar em Aldeia, malgrado a convivência nada amigável com muriçocas, grilos, baratas e afins. Herdei ar condicionado de 20.000 BTU da antiga dona, que decerto tinha tendência a esquimó, haja vista o pequeno espaço do quarto. Pois que era muito difícil dormir. Quinze minutos do bicho ligado, o frio já era insuportável. O jeito era atolar-se embaixo de edredom e suportar a barulheira, o que não prescindia de sono profundo de ondas lentas. Botei na cachola que o ambiente, à conta do aparelho, ficava com pouca umidade. Tinha tendência a me preocupar quando não havia nada com que se preocupar, particularidade que me acompanha até hoje. Comprei resistência, meti-a em recipiente com água e fiz ligação elétrica. A geringonça esfumaçava "nevoazinha" quente, mas por pouco tempo. Adaptei-a. Introduzi boia de descarga e fiz ligação hidráulica. De maneira que a água sempre ficava no mesmo nível. A danada dava uns estalos; dormia-se com aquilo. Certa feita, acordei-me por conta de estrondo medonho e princípio de incêndio: o caseiro fechara a torneira inadvertidamente e a resistência funcionou a seco. O jeito foi comprar ventilador e escancarar a janela. Naquele tempo, tomava café, religiosamente, três vezes ao dia. Mas mania de Brasileiro é tomar PITU, segundo Mução. Nunca gostei das quatro letras; nem do sabor, tampouco do efeito. Quando passei no vestibular de engenharia (haja tempo), subi a serra de Jundiá, em Vicência, e tomei, com amigos Vicencianos, três tubos da cachaça. A ressaca foi tão grande que até hoje não mais entornei o “nefasto” líquido. Fico surpreso e muito admirado quando trabalhador da construção civil, que com efeito labuta (lá) no pesado, ressalta: bebi quase nada, apenas um quartinho. Para quem não sabe, a medida corresponde a 250 ml, ou seja, ¼ de litro, o que, para mim, é suficientemente bastante ao regurgito de dois dias ou mais. No respeitante aos efeitos “lúdicos”, a gama é muito rica e diversificada. Há os que choram, os que ficam brabos, os que riem e os que dormem. E há aqueles que inopinadamente metamorfoseiam-se em carentes donzelas, decerto habitantes de seus superegos.

Quente pra Dedéu!

O Recife é quente pra Dedéu. Dedéu foi um homem de pernas muito longas, particularidade que o auxiliava bastante em percursos de longa distância. Um belo dia, ele resolveu conhecer uma cachoeira situada numa densa floresta. Malgrado ter caminhado durante todo o dia, não a encontrou, o que o levou a concluir ela ficava longe demais: "O lugar era muito longe para o Dédeu". Se o lugar era longe para o Dédeu que tinha pernas longas, então era longe demais para qualquer pessoa. A expressão foi estendida para qualquer coisa que denote muita quantidade ou intensidade. Tergiversei de antemão. Mas que volto à alta temperatura de nossa cidade. Pois bem, vez ou outra encontro em restaurantes, ou mesmo andando pela rua, ao sol do meio dia, simulacros de advogado completamente paramentados com seus paletós listrados, gravatas coloridas e arrogância peculiar. No tempo da casa de Tobias, indagava aos acadêmicos se a vestimenta era imprescindível ao exame de fezes, pois que na sala de aula não fazia o menor sentido. Vá lá que se empertiguem no fórum, mas no mormaço é dose pra elefante. Ante esse curtíssimo relato de quinta-feira, digo com convicção espartana: Ninguém é tão importante quanto aparenta sê-lo. Vale acrescentar: "Os espartanos deixaram uma pegada espiritual indelével. O simples fato de que ainda hoje em dia o adjetivo “espartano” designe qualidades de dureza, severidade, resistência, estoicismo e disciplina, nos dá uma ideia do enorme papel que cumpriu Esparta. Foi muito mais que um simples Estado: foi um arquétipo, foi o máximo expoente da doutrina guerreira. Por trás da fachada perfeita de homens aguerridos e mulheres atléticas se escondia o povo mais religioso, disciplinado e ascético de toda Grécia, que cultivava a sabedoria de um modo discreto e lacônico, longe da euforia e das baixezas urbanas que já então haviam feito sua aparição."

Medo de Avião!

Fujo de perigo como o Diabo foge da Cruz. Não me conte que pulou de “body jumping”, pois que não tenho interesse por isso. Prefiro cama macia, travesseiro com capa anti-ácaro e televisão de 47 polegadas. Posso até aventurar-me numa trilha, mas tudo muito bem planejado, cronometrado, com consequências previsíveis. Não engulo esse troço de adrenalina. Prazer pelo inusitado nunca foi meu forte. Prefiro calçada. Se vou de bike pra o trabalho, o faço à conta do trânsito. E só. E não me venham com a conversa de que andar de carro é tão perigoso quanto, pois que não é, uma vez que se tem a proteção da lataria e do motor; de bike, nada se tem. Há mais ou menos vinte anos, arrisquei viagem internacional; fui a Orlando, na Flórida, depois de muita insistência de colega que morava por lá. Só suportei o trenzinho que adentrava, com certa velocidade, em cavernas e espaços pouco convencionais. Montanha Russa Nem pensar. Medo efetivamente não tenho, porém gostar de avião não gosto. Prefiro o solo. Estatísticas? Deixo-as para quem trabalha com elas; mas que não encontro justificativa, mormente nesse nosso país tropical de sextas-feiras etílicas, que me leve a acreditar, de forma incondicional, tudo corre a mil maravilhas. Fico impressionado com a naturalidade de certas pessoas. Andam com desenvoltura de pista de dança (quando se sabe dançar, é claro). E se levantam, e vão ao banheiro, riem e acham normal centenas de toneladas trepidarem por entre nuvens. O que mais gosto numa viagem é a perspectiva da volta. Antever o debruçar-se na janela e a vista, por entre prédios, de pontinha do mar. E tenho plena convicção, com Voltaire (Cândido): Não é preciso viajar para descobrir que o céu é azul. E falando em Voltaire, lembrei-me do senhor Pangloss, que inspirou Machado de Assis (A explicação do Doutor Pangloss é que o nariz foi criado para uso dos óculos), que por sinal era mulato, filho de lavadeira e fundou a Academia Brasileira de Letras. O Joaquim Barbosa, presidente do STF, que determinou a prisão dos mensaleiros, é negro e veio de família humilde. Não sei se é por isso que ele se empenhou tanto nesse caso, mas tenho cá desconfiança. Não defendo de jeito maneira impunidade, tampouco coaduno com argumentos que se fiam em comparações, mas que é inegável FHC e corja "a fortiori" mereciam estar atrás das grades também.

Meia maratona de Natal!

Antigamente lia até obituário de Jornal. Tinha interesse “macabro” por tudo quanto era notícia. Boa parcela de minhas horas diárias era gasta na leitura dessas folhas que incomodam muito quando a janela está aberta, ou quando se está a lê-las na praia. De fato, é idiotice sem tamanho ler na praia, pois que além do visual do horizonte que, diga-se de passagem, ao nível do mar é muito mais bonito, há as paisagens humanas, em trajes mínimos, o que não se é de desprezar por qualquer humano que tenha saliência fora do corpo que ainda funciona por estímulos visuais. Mas há certas coisas que se faz pelo costume e outras nem tanto. Às vezes, pergunto-me, cá com meus botões, e aqui faço parênteses para dizer a expressão, segundo Márcio Cotrim, vem dos tempos em que se gastava deveras tempo para colocar os botões em seus devidos orifícios, qual o motivo que leva o sujeito a sair de casa num sábado de manhã, viajar quatro horas metido num automóvel, almoçar comida de shopping, que não vale o gato enterra em areia fofa, e depois sujeitar-se a ficar num “mói” de gente sem fim, para, ao final, gastar suas energias remanescentes numa corrida por via escura e com muito vento. Mas a cidade de Natal está entregue às moscas. Já o tinha percebido quando no final do ano passado viajei com minha rebenta pra admirar aquelas paisagens maravilhosas que a natureza proporciona e os políticos vagabundos insistem em não preservar com a ajudinha do povo que, como já disse alhures, apesar de ter aumentado a renda, continua na idade da pedra no que diz respeito à educação. Os shoppings todavia mantém-se à parte de toda sujeira e desorganização que se percebe nitidamente quando se anda de carro ou a pé naquela cidade; se bem que a pé é muito mais complicado por lá. Enquanto se paga seis reais que, ressalte-se, não é pouco, para deixar o carro quando se vai comprar mercadorias, dar um passeiozinho ou apenas uma mijadinha nesses centros comerciais, aqui em Recife, na cidade dos reis magos, pelo menos no “mall” em que fui pegar o Kit da corrida que consumiu minhas energias nesse sábado que também se correu a corrida do circuito adidas no marco zero, não se paga nada. De modo que todo meu esforço na busca de guichê para pagar o ticket de entrada foi em vão, como também o é essa minha conversa à toa nesse domingo enfadonho de fantástico, o show da vida, apesar de que ultimamente não tenho assistido televisão, mas aí já é outra história .

O mão de vaca!

Vá lá que se faça economia, pois que não se pode gastar mais do que se ganha. É questão de matemática, meu caro Watson! Mas algumas pessoas economizam por economizar, pelo simples prazer de acumular, seja o que for. O pior é que muita vez não se avalia o custo benefício do sacrifício. Até papel higiênico . . .(dupla face). Conheci um sujeito tão unha de fome que economizava até a mulher. Resvala de forma natural, o mão de vaca não se contenta apenas com o guardar, mas também com o implicar, com o levar vantagem em tudo. No trânsito, anda feito cobra, serpenteando; malgrado, um “encostaozinho” de nada faz o seu mundo desabar, o que não prescinde de aconselhamento médico e de uma boa dose de benzodiazepínicos, em compensação. Para esse tipo de gente convém choque de “realidade”, nos moldes do que assolou Ebenezer Scrooge (Tio Patinhas), no Christmas Carol, de Charles Dickens. Acho que nem tanto, basta uma “gaia” bem botada!

Corredores buceta!

Voltando da rua da Aurora, ontem, passei por muitos bares. Todos cheios. Todo “mundo” enchendo o tacho, não obstante a enorme quantidade de participantes da Fila Night Run. Acho que foi a corrida com maior número de pessoas de que já participei. Gente saindo pelo ladrão. Na Assembléia de Deus da Cruz Cabugá, mais gente. Chego à conclusão, nesses últimos anos muitos espermatozoides penetraram em vários óvulos de forma efetiva e, com efeito, o povão tá com mais dinheiro no bolso, malgrado no que diz respeito, parafraseando Dilma, à Educação e obediência às leis, mais liso do que nunca. Não me acostumo. Vou correr porque correr é correr, como assim o é andar de bike. Mas não me chamem pra ver as belezas naturais de Porto de Galinhas, pois que só prefiro a penosa , diga-se de passagem, assada em televisão de cachorro. Passar duas horas com a bunda atolada num banco de carro, com a paciência refém de fluxo que não lhe dá margem a qualquer ação, não é pra mim. Sexta-feira paguei uma boa parcela de meus pecados, ressalto, “boa parcela”, ao ir pegar o kit da corrida na Centauro do Shopping Recife. Saí do Canon Trade Center, na Agamenon, às 16:00 hs. Cheguei ao Shopping às 17:00. Passei mais uma hora numa fila e sofri na Avenida Recife por mais uma. De Sorte que aportei na minha moradia às 19:00hs. Em compensação, comi duas consideráveis rodelas de inhame que, dizem, faz muito bem à saúde. Voltando aos bares, acho impressionante a quantidade de jovens que bebem e ainda dirigem. Não sei o que se passa na cabeça desses fedelhos, mas que tenho significativa desconfiança fundamentada em minha experiência pessoal. Os tempos são outros entretanto. Muitos, nada obstante beberem de forma considerável, aventuram-se, por força do vigor da idade, em algumas corridinhas esporádicas; são os famosos corredores “buceta”. Não me perguntem o porquê do diminutivo de bolsa caracterizar tão nefasta prática.

Catadoras de piolhos!

Quarta feira passada quebrei os óculos. Partiu bem no meio, na parte de metal. Nem acabei de pagar as lentes. Pirangagem. Aproveitei armação usada. Tem certas economias que não valem a pena. O problema é que não tenho armação reserva. Pirangagem também. De maneira que saí feito cego do trabalho, tateando pelas ruas Amélia e Futuro. Na estrada do encanamento, avisto de longe, com as luzes ainda acesas, a ótica Carol (já passava das 18:00 hs). Apertei o passo e consegui que a moça abrisse o estabelecimento. Expus a situação da falta de óculos reserva e coisa e tal. Aí ela veio com aquela conversa mole: Tá apressado? No que respondi: prá quê? se não estou vendo nada. Quis empurrar-me uma armação, outra e mais outra. Optei pela escuridão. Retornei à estrada do Encanamento, literalmente. Em casa, encontrei óculos só pra longe, de três anos atrás. Pelo menos, deu pra dirigir na quinta. Danei-me pra Manoel Borba. Na calçada, Roberto me atende: soldar a gente solda, mas sem garantia, porquanto o lugar que quebrou é muito delicado. Quinze reais. Daqui a meia hora está pronto. Esperei. Nesse curto intervalo presenciei umas dez pessoas com óculos quebrados. Solda, sempre quinze reais; outros reparos, dez reais, cinco e até três. Fiquei admirado. Do outro lado o “Foto Beleza”. Lembrei de foto que tirei num lambe-lambe, no centro da cidade. Acho que não existe mais esse tipo de profissional. Tampouco outros que fizeram história. Em frente ao antigo Cine Glória, um sujeito ficava sentado com sua faquinha à espera de área dura de pele, grossa e rígida, decorrente de repetidos contatos e pressões, conhecida como calo, que também designa aquele que não larga do seu pé. Nunca precisei do serviço, porquanto minha pele é fina e não tenho propensão para alimentar conversas à toa. Amolador de facas, datilógrafo (pessoas com menos de quinze anos não têm ideia do que se trata), reparador de panelas . . . coisas do passado. Tenho na sala televisão de 55 polegadas que nunca funcionou direito. É tão pesada que só se consegue levantá-la com o esforço de três homens. Ninguém conserta, e nem compra. Estou cogitando ir em brexó pra ver se a retiram de lá sem custo. Profissionais nessa área também são cada vez mais raros. Se bem que em Casa Amarela ainda persistem. Vez ou outra mando consertar ventilador em loja especializada, bem assim reparar os sapatos de Bia (colocar velcro) no sapateiro. Imaginar que existiam profissionais do choro. Ou seja, parentes do “de cujus" se poupavam da afobação pagando choradeiras. Mais pra trás, catadoras de piolhos que, em virtude do ofício, decerto também catavam o “Phthirus pubis”, também conhecido como chato.

Sexo meia boca!

Quarta feira passada, levei tombo de bike por conta de ranhura duma boca de lobo na Santo Elias. O impacto foi tão forte que quebrou o aro da roda. Machuquei mão e cotovelo. De fato foram meros arranhões. Na quinta feira, peguei o Sítio dos Pintos pra ir e vir do trabalho. Na volta, o inferno. Não obstante sentar-me de pronto, no início da Rosa e Silva, vi o bicho começar a encher e a encher e encher. E mais do que encher: transbordar. Senti os espaços serem preenchidos por buchos, braços, pescoços e bocas numa aproximação tediosa de bafejos indesejados. Solavancos de montanha russa; sardinhas enlatadas. Desci aos trancos e barrancos. Motorista, vou descer (felá da puta; isso ficou só na mente). Não entendo por que não há controle do número de passageiros nos coletivos. Por que nunca se levantou a questão. Vida de gado, povo marcado, povo feliz, mas nem tanto. É uma miséria trabalhar por oito horas, comer em self service e enfrentar esses ônibus diariamente. É falta de respeito muito grande por quem leva esse país nas costas. Apesar disso, em casa, pão com manteiga e sexo, pra amenizar. Às vezes, meia boca. Fazer o quê?

Lei de Murphy!

Já falei da Lei de Murphy alhures. Ela se resume ao seguinte: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.” A lei tem-me castigado nas últimas maratonas, ou melhor, nos dias que antecedem a prova. A bola da vez é o nariz entupido, que insiste em não dar espaço à passagem de ar, tão necessário e importante à sobrevivência humana. Tudo à conta de desodorante antitranspirante e de ar condicionado. Fazer o quê? Passar na Pague Menos e comprar um abridor de narina; funcionar não funciona, mas pelo menos tem-se a impressão. Não uso descongestionante pois que acelera os batimentos cardíacos e dá sono. No estágio de enfermidade que me encontro, consultar médico vale nada, ou quase nada (como diz a música). Não obstante o plano, por sinal caro, há que suportar-se longa fila de forma impreterível. Se for uma médica, e nova, ainda dá pra dá umas olhadinhas e coisa e tal, o que compensa o sacrifício; se não, é aguentar a xaropada do sujeito que nem olha pra sua cara e empurra-lhe uma caixa de Alegra e, muita vez um de tarja preta, que nunca mais desgarra de você. A conversa é essa: o que lhe trouxe aqui “jovem”? E só. Alguns ainda pedem um hemograma, TGO, TGP, T3, T4, uréia e outras coisitas. Faz tempo que fui a médico que faz Anamnese. Similar ao SUS, em que tudo se resume a vírus. Da análise desses exames, constata-se que alguns resultados são expressos ng/dl, o que significa dizer 1 g dividida por um bilhão por decilitro. Pergunto, como se pode fiar numa medida dessas de forma inconteste? É quase uma divisão por infinito . . . De maneira que esses “médicos” devem voltar a praticar medicina urgentemente . . . Vou ficando por aqui com o nariz entupido mais com muita vontade de correr a maratona de amanhã.

Sou baixinho!

Com efeito sou baixinho: 162 cm. Pareço menor quando tiro foto perto de George (185 cm) ou de Fernando (194 cm), amigos corredores. Poderia preparar um ângulo que me mostrasse maior, acho que me seria de muita valia dado a importância que dou ao assunto. Fico muito alegre em saber que um jogador da seleção brasileira, que agora não me recordo o nome, tem a minha altura. Deve ser muito difícil pra ele enfrentar aqueles varapaus europeus, como o é para mim segurar na barra superior dos ônibus. Acho que outra dificuldade significativa é beijar mulheres mais altas, pois que a situação impinge certo grau de inferioridade, de submissão, o que não acontece no caso de a mulher ser menor. Quanto ao sexo, não vejo problema, e isso nunca me afetou de fato, mesmo em posições não usuais, como quando se usa da verticalidade para o ato. Mas que não se pode fugir da regra, concluída com muito esforço e labuta, da física: quanto maior é o objeto maior é o esforço em mantê-lo, por certo tempo, em determinada posição. Nesse quadro, não me parece que a falta de cabelo tenha alguma influência no que estou a tratar; o tamanho, que também não pode ser muito pequeno pra não causar efeito psicológico negativo, todavia é de suma importância. Sinto certo orgulho em falar de pessoas baixinhas marcadas para sempre na história da Humanidade. Não que acredite tenha sido a baixa estatura a causa de sua glória. O ser humano é muito competitivo, decerto resquícios do tempo das cavernas, e a particularidade serve como argumento pra qualquer embate. Em particular, já mencionei Getúlio Vargas, que media 160 cm e tinha uma raiva da gota disso. Malgrado a loucura que o acometeu, levando-o ao suicídio, em vida, não obstante aquela barriga nada sexy, foi homem de várias amantes __ a disputa não se tratava de questões políticas, e sim de questões sentimentais, se assim se pode dizer. Mas que deixo pra lá o assunto, não obstante repisar a sua grande importância, e tergiverso sobre questões totalmente, integralmente, propositadamente fora do contexto. Discordo da legislação, fiada em regra presuntiva, que concede à mulher direito à parcela dos bens do marido em face de separação do casal, quando tudo leva a crer em nada ela contribuiu para a formação desses bens. Sem entrar em filigranas jurídicas, por não caberem e serem deveras inconvenientes neste ambiente de discussões amenas, digo categoricamente, pois que assim acho, com forte convicção, esposa não é família. Esposa é hoje não é amanhã; às vezes, não obstante os respectivos documentos comprobatórios, nem hoje lato sensu. Família é pai, mãe, filhos e, em parte, irmãos. Esse é meu sentir, que exponho de peito aberto depois de correr 27 Km, neste sete de setembro em que há promessa de se andar nu de bike no centro desse Recife velho e carcomido por série de larápios travestidos de gestores públicos. Eu que contribuí com líquido seminal na geração de um ser vivo, por acaso do destino, malgrado ter desperdiçado muita vez prováveis leitores de Bukowski, só depois dos 40, tive a grata surpresa de constatar o amor de verdade, o que de fato revela o elo semântico do termo, ser o de pai por filho, nessa exclusiva ordem hereditária, que surge e mantém-se sem exigências, sem cobranças, e que a tudo se conforma. Lendo Philip Roth (Homem Comum), percebi a genialidade do autor ao se referir ao assunto. Se tiver tempo e vontade leia-o, vale à pena. Não digo não exista amor fora do seio familiar. Dia desses, li reportagem de mulher que doou um rim à amiga. Porra, ou essa mulher é doida, ou com efeito o seu ato foi de amor verdadeiro. De minha parte, só doaria parte de meu corpo pra minha filha, de forma incondicional. Até mesmo o coração, que já é dela de fato. Pra o resto, meu apoio com palavras e coisa e tal.

A cultura venceu!

Mas não se pode negar aquela escultura que margeia o outro lado do marco zero parece um “caralho de asas”. Toda vez que olho pra aquele negócio roliço, cheio de asinhas, outra coisa não me vem à mente. Acho que é sentimento de todos que o vêem. Os turistas devem ficar abismados: O que é aquilo ali do outro lado? É obra de arte de nosso grande artista Francisco Brenand, responde-se. O sujeito deve achar meio esquisito num primeiro momento. Depois releva pois obra de arte é obra de arte. E tira foto e coisa e tal e mostra aos amigos. A mulher de Roberto Magalhães todavia invocou-se com o troço. Mas a cultura venceu! Brennand também produz esculturas de mulheres “bundudas”. Se se colocasse uma junto do bilolão completar-se-ia a cena: O caralho à espreita do “oiti”. Interessante. Mas já postei alhures a provável origem do caralho de asas. Vou repetir. O mito do “caralho de asas” é reminiscente da lenda grega de Leda e o cisne, segundo a qual Júpiter, metamorfoseado em cisne, manteve relações sexuais com a ninfa Leda, concebendo os gémeos Castor e Pólux. No nordeste sobretudo a expressão é muito usada para justificar gravidez por falta de prevenção: foi domir sem calcinha e o voador aproveitou-se! Fico pensando o que se passa na cabeça do artista quando faz um “negócio” daqueles. E tem mais, além do bilolão máster há bilolas menores, bilolazinhas acompanhantes. A vista do cais do porto é uma “bilolagem” só. Acho que serve de inspiração. Há algumas semanas presenciei dois sujeitos aos pés do elevado, sob pedras, tentando imitá-lo num vai-e-vem com suas parceiras, sequiosas de cultura. Lembrei da máxima: água de morro abaixo e mulher quando quer dar ninguém segura. Aos navegantes serve de Farol. Se fosse tempo de descobrimentos, decerto se diria, em vez de terra, bilola à vista!

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Socialista sou eu!

Socialista sou eu. Quando entrei na Faculdade de engenharia, em 1979, andava de ônibus. Nunca gostei. Pouco tempo depois, comprei uma caloi 10. De maneira que engolia a Caxangá quase que diariamente, pois morava bem pertinho do Parque da Exposição de Animais. Enxergava aquela avenida que fica ao lado da escola de medicina como uma via infinita. Imaginava-me percorrendo-a em cima de uma moto. À conta de duas monitorias, bolsa do CNPQ e ajuda complementar de minha genitora, sempre presente nestes aspectos, comprei uma “motinha” que me serviu deveras; inclusive em casos amorosos. Se bem que de bicicleta fazia algumas investidas inusitadas, como visitar o famoso “Green Capins”. Mas que depois da moto, migrei para o automóvel, um chevete, de vez. Nunca gostei de trânsito engarrafado. Se bem que naqueles tempos ainda era bem suportável, diferentemente de hoje em dia. Mas ter carro é muito bom. Pode-se sair a qualquer momento, voltar à hora que quiser. Com efeito, é uma máquina que proporciona liberdade; ou proporcionava até certo tempo atrás. Depois desses anos todos percebi que quando se anda de carro, e somente de carro, fica-se meio solitário, distante das pessoas. De maneira que essas caminhadas que tenho feito do trabalho pra casa em muito têm me ajudado. Mas às vezes são cansativas, pois que corro pela manhã e ainda ando de bike. Dia desses, passando pelo cruzamento da Rosa e Silva com rua Amélia, avistei um “sítio dos pintos”, que é um bairro que fica depois do Horto de Dois Irmãos. E aí me bateu na cachola a possibilidade de pegá-lo pra voltar pra casa. De maneira que quando cheguei na Jaqueira, chupei três laranjas e retornei pra Rosa e Silva. Fiquei numa parada quase em frente a uma Padaria. Deu-me vontade de comprar pão, mas desisti porque engorda. Como o “Sítio dos Pintos” não passava, peguei um “Rui Barbosa Dois irmãos”, que vinha vazio. Sentei numa cadeira já perto da porta de saída e liguei o rádio em Mução pra ouvir a pegadinha (já era perto das dezoito horas). Até a Dezessete de agosto ele andou no passo de tartaruga, mas ainda vazio. Depois da primeira Farmácia dos Pobres, pois na 17 de agosto tem três farmácias dos pobres (ou há muitos pobres ou muito doentes), começou a encher, encher e encher. Acho que são pessoas que vão pra Universidade Rural; só pode ser isso. Faltando umas três paradas, resolvi levantar-me e ficar mais perto da porta de saída. Um gordão queria porque queria ficar na minha frente, como se eu fosse invisível. Mas o alertei que tivesse calma, o que ele aceitou numa boa, acho que por conta da sua namorada que parecia ser gente decente. Desci satisfeito e ainda caminhei um quilômetro até chegar ao prédio. Fiquei com um pouco de medo pois que a rua tem iluminação deficiente(eufemismo de escura). Mas descobri que todos os ônibus que passam na Rosa e Silva passam perto do mercado de Casa Amarela, onde eu compro queijo de coalho, inhame, batata e coisas do tipo.

Déjà vu

Almoçando hoje com Bia, ela me falou que tava com sensação de Déjà vu. Fiquei embasbacado pois ela só tem sete anos e meio. Tinha que o seu substrato mental ainda não armazenara informações que pudessem ser percebidas como acontecendo de novo. A cada dia uma nova surpresa. Essas crianças de hoje não são como as de antigamente com certeza. A era da computação ampliou os horizontes; hoje é mais fácil de se aprender as coisas. Não que isso impeça ou modifique algumas particularidades que, acho, são inatas. A preguiça é uma dessas. Quem é preguiçoso é por natureza. Não me venham dizer que preguiça se aprende, pois tenho convicção inelutável de que não se aprende. Há dias em que ela não quer ir pra escola. Aí se apoia nos quase sempre infalíveis estratagemas: dor de cabeça, dor de barriga, dor na perna e por aí vai. Como estava meio aborrecido porque ela não estava fazendo os deveres de casa, o rol de doenças que me apresentou não foi suficiente ao meu convencimento de dispensá-la de ir pra escola quinta-feira passada. Mas depois de refletir bem e de mais uma dor de garganta que apareceu de forma repentina e proposital ao seu intento de passar a manhã na frente da televisão e ler um livro que baixei no Kobo exclusivamente pra ela, cedi. Mas cedi numa boa. Não me apoquento com essas coisas de ela não querer ir pra aula algumas vezes; às vezes até em dias seguidos. Vejo a “problemática” de soslaio, de bandinha. Quando era criança nunca ninguém me obrigou a ir pra escola ou a estudar. E muita vez faltava às aulas. Mas como era muito amostrado e queria estar sempre em evidência estudava “sponte propria”, particularidade que me acompanhou até muitos anos depois. Mas criança é criança e nada mais do que criança. Tem que brincar, assistir televisão, comer guloseimas e faltar às aulas de vez em quando, pois com efeito ouvir essas professoras primárias uma manhã inteirinha não é mole. E me lembrei, não sei por que, de metempsicose. Se a crença com efeito tiver algum valor, pode ser que estejamos maltratando alguns de nossos antepassados sem perceber. Mas tudo fica no campo das conjecturas. Pra mim não vale quase nada, ou melhor, nada mesmo, pois que acredito que quando se morre os tapurus comem até a alma. De maneira que, repiso, pra mim, se for pra fazer alguma coisa boa que se faça nessa vida e se for esperar alguma recompensa por isso que a espere vir de dentro de seu próprio eu, de sua consciência. E por falar em consciência lembrei-me de Antônio Damásio, grande neuro cientista português que vem inculcando, por meio de suas pesquisas, a estrita e necessária relação entre corpo e mente. Vem por tabela confirmar a grave e antiga máxima “mens sana in corpore sano”.

De peito aberto

Com efeito sou baixinho: 162 cm. Pareço menor quando tiro foto perto de George (185 cm) ou de Fernando (194 cm), amigos corredores. Poderia preparar um ângulo que me mostrasse maior, acho que me seria de muita valia dado a importância que dou ao assunto. Fico muito alegre em saber que um jogador da seleção brasileira, que agora não me recordo o nome, tem a minha altura. Deve ser muito difícil pra ele enfrentar aqueles varapaus europeus, como o é para mim segurar na barra superior dos ônibus. Acho que outra dificuldade significativa é beijar mulheres mais altas, pois que a situação impinge certo grau de inferioridade, de submissão, o que não acontece no caso de a mulher ser menor. Quanto ao sexo, não vejo problema, e isso nunca me afetou de fato, mesmo em posições não usuais, como quando se usa da verticalidade para o ato. Mas que não se pode fugir da regra, concluída com muito esforço e labuta, da física: quanto maior é o objeto maior é o esforço em mantê-lo, por certo tempo, em determinada posição. Nesse quadro, não me parece que a falta de cabelo tenha alguma influência no que estou a tratar; o tamanho, que também não pode ser muito pequeno pra não causar efeito psicológico negativo, todavia é de suma importância. Sinto certo orgulho em falar de pessoas baixinhas marcadas para sempre na história da Humanidade. Não que acredite tenha sido a baixa estatura a causa de sua glória. O ser humano é muito competitivo, decerto resquícios do tempo das cavernas, e a particularidade serve como argumento pra qualquer embate. Em particular, já mencionei Getúlio Vargas, que media 160 cm e tinha uma raiva da gota disso. Malgrado a loucura que o acometeu, levando-o ao suicídio, em vida, não obstante aquela barriga nada sexy, foi homem de várias amantes __ a disputa não se tratava de questões políticas, e sim de questões sentimentais, se assim se pode dizer. Mas que deixo pra lá o assunto, não obstante repisar a sua grande importância, e tergiverso sobre questões totalmente, integralmente, propositadamente fora do contexto. Discordo da legislação, fiada em regra presuntiva, que concede à mulher direito à parcela dos bens do marido em face de separação do casal, quando tudo leva a crer em nada ela contribuiu para a formação desses bens. Sem entrar em filigranas jurídicas, por não caberem e serem deveras inconvenientes neste ambiente de discussões amenas, digo categoricamente, pois que assim acho, com forte convicção, esposa não é família. Esposa é hoje não é amanhã; às vezes, não obstante os respectivos documentos comprobatórios, nem hoje lato sensu. Família é pai, mãe, filhos e, em parte, irmãos. Esse é meu sentir, que exponho de peito aberto depois de correr 27 Km, neste sete de setembro em que há promessa de se andar nu de bike no centro desse Recife velho e carcomido por série de larápios travestidos de gestores públicos. Eu que contribuí com líquido seminal na geração de um ser vivo, por acaso do destino, malgrado ter desperdiçado muita vez prováveis leitores de Bukowski, só depois dos 40, tive a grata surpresa de constatar o amor de verdade, o que de fato revela o elo semântico do termo, ser o de pai por filho, nessa exclusiva ordem hereditária, que surge e mantém-se sem exigências, sem cobranças, e que a tudo se conforma. Lendo Philip Roth (Homem Comum), percebi a genialidade do autor ao se referir ao assunto. Se tiver tempo e vontade leia-o, vale a pena. Não digo não exista amor fora do seio familiar. Dia desses, li reportagem de mulher que doou um rim à amiga. Porra, ou essa mulher é doida, ou com efeito o seu ato foi de amor verdadeiro. De minha parte, só doaria parte de meu corpo pra minha filha, de forma incondicional. Até mesmo o coração, que já é dela de fato. Pra o resto, meu apoio com palavras e coisa e tal.

domingo, 21 de julho de 2013

Maratona do Rio

O Rio de Janeiro continua lindo. Mas se transformou em canteiro de obras. Engarrafamentos quilométricos. Esse ano o número de corredores da maratona aumentou, e muito. Corri todo tempo com várias pessoas ao meu lado. Bom. Com efeito, a melhor maratona do Brasil. Não só pela beleza do percurso, mas também pela organização e sobretudo pelos participantes. Tinha gente de todo lugar; se não me engano, corredores de sessenta países distintos. Fato que me chamou atenção foram os grupinhos. Mulheres atarracadas, malhadas, bem vestidas, sobrepondo-se à beleza natural da cidade. Encanta-me em particular o sotaque carioca. A voz é melosa, macia, chamativa. Do Rio migrei pra Fortaleza. Fui levar Bia pra conhecer o Beach Park. Por mim, teria ficado em casa, lendo a “Mortalha de Alzira” e soltando pum. Não sei como as aeromoças (peniqueiras de luxo) aguentam: é uma coisa de passar por zona de turbulência; recolhe carrinho, aperta o cinto. Vá à puta que pariu quem acha normal. Deveria existir lei que obrigasse o comandante a dizer as condições do voo a cada cinco minutos. Ficaria mais tranqüilo. Fazer o quê? Depois de piscina de onda (decerto com centenas de litros de xixi) e ar condicionado, ganhei uma rinosinusite (rinite+sinusite). Mas mesmo assim andei no calçadão da beira-mar. As academias aportaram em Fortaleza. As lojas de suplementos também. O Cearense se supera em tudo (parece que escuto o sotaque). Muita mulher bonita e muitos turistas (não há confundir). A veia turística de lá é desobstruída; diferentemente do Recife, impregnada ainda pela petulância da descendência dos senhores de engenho. Mas o sotaque é coisa feia. É um “negócio” de macho pra lá, de macho pra cá. Só imagino na hora do orgasmo: “Te segura aí Macho que tô gozando”. Hoje corri 21 Km; durante a semana, 66 Km.

A Clausura

A clausura (da classe média) muita vez leva a pensar quem nasce em favela não tem sentimento. Seja bicho. Com particularidades inatas de perversidade. O que se reforça quando o filósofo popular do meio dia, vulgo Cardinot, noticia com alarde: “meliante” de quinze anos mata madame sem dó nem piedade. Sei não. Malgrado a favor da desvinculação da responsabilidade criminal da maioridade civil, penso de forma diversa. Concluo ante o que vem a mim. Certa feita, levei (eu e mais uns corações bons) turma inteirinha de escola da Ilha de Deus pra Aldeia. De sete a onze anos, mais ou menos. A dita ilha, pra quem não conhece, fica entre a Imbiribeira e o Pina. Agora não, mas no tempo da aventura ligava-se àquele primeiro bairro por ponte de madeira só para pedestres. Os moradores, essencialmente, pescadores, marisqueiros, prostitutas, desocupados e afins. Era perigoso por demais ultrapassar os limites do “continente”. Em Aldeia, farra: piscina, futebol, brincadeiras sem fim. A moda era “É o tchan” e suas coreografias. Todos no clima. Bullyng coisa de americano. Hora do lanche. Bolsinhas repletas de biscoitos, frutas, sanduíches etc. Tudo arrumadinho, numa demonstração inequívoca de muito carinho e preocupação dos pais. Hora do almoço. Círculo. Reza. Galinhada adrede preparada. Nenhum sobressalto. Nenhuma “brincadeira” arredia. Alguns desses meninos podem ter entrado no mundo do crime, quem sabe? No que diz respeito a sentimento, “tabula rasa”. . .

Batismo

Bia ainda não foi batizada. Por minha causa. Não sou lá muito chegado a “rituais”. Deixo ao seu alvedrio. Não gosto em específico de missa. Assegurar abrigo celeste em troca apenas de fé, cabe não na minha cabeça. Mas não é isso. É o discurso. Fala-se ainda em capeta. Porra nenhuma !? Capeta é o sujeito que vê o próximo sucumbido de fome e o deixa morrer. É o político cabra safado que só pensa em roubar . . . Mas há quem acredita. Há quem acredita a ida semanal à igreja livra a alma das trevas. Pode ser ela encontre abrigo debaixo de sete palmos. E Gustave Flaubert sapeca em Madame Bovary (na figura de monsieur Homais): Tenho uma religião; a minha religião. E tenho mais do que eles, com seus trejeitos e palhaçadas! Adoro a Deus, ao contrário deles! Creio num ser supremo, num Criador, que não sei quem é, que nos colocou aqui embaixo para cumprirmos com nosso dever de cidadãos e pais de família; mas não preciso de ir a uma igreja beijar bandejas de prata e engordar com meu dinheiro um grupo de farsantes que passam melhor do que nós! Pode-se honrar a Deus muito bem num bosque, numa campina ou mesmo contemplando a abóbada estrelada, como os antigos. O meu Deus é o Deus de Sócrates, de Franklin, de Voltaire e de Béranger! Sou pela “Profissão de fé do vigário de Savoia”, e pelos princípios imortais de 89! E também não admito uma criatura de Deus que caminha de cajado na mão, coloca seus amigos em ventre de Baleias, morre dando um grito e ressuscita ao fim de três dias, coisas em si mesmas absurdas e completamente opostas, além do mais, a todas as leis da Física. O que nos demonstra que os padres sempre se chafurdaram numa ignorância torpe na qual se esforçam por colocar também o povo.

Live Track

Assinei o “Live track’ da garmin por um mês (R$ 4,00). O programa permite o acompanhamento, em tempo real, do treino. Ou seja, a garmin disponibiliza um link de acompanhamento para pessoas previamente escolhidas (no meu caso, amigos do facebook). Excelente. Amanhã de manhã, a partir das 06:00 hs, o link estará disponível: correrei de casa até o marco zero, onde participarei da corrida das estações Adidas, num total, mais ou menos, de 20 Km. Hoje fiz teste no treino de bike. Enrolei-me com o celular, porquanto liguei ao mesmo tempo o “endomondo’, o “garmin fit”, o rádio e o “play”. Salada. Mas no final deu tudo certo. Novela é sair de casa com a “speed”. “Desentocá-la” da varanda, encher pneu, elevador, sacar pneu da frente, baixar bancos do carro, tirar trecos da mala e colocá-los na frente, ver os pontos de atrito . . . E os acessórios? Protetor solar, camisa proteção solar, short compressão, tênis sem cadarço (por conta do pedal em forma de concha), óculos, cinta cardíaca, gel . . . Tudo isso pra treino de uma (01) hora. Depois, toda “arrumação” da volta. O procedimento, no começo, me impacientava. Fui acostumando, acostumando, até que, hoje, acho divertido. Correr não, pois que pratico a atividade há muito tempo. Mas um dos motivos que me levaram a andar de ônibus, a pé e de bike foi ter levado multa da CTTU. Quatro anos atrás, aventurava-me numa motocicleta de 600 cilindradas. Moto pesada, motociclista baixinho, ‘cirque du soleil’. À conta disso mesmo (ipso facto), todo equipado: protetor de coluna, de cotovelo, de joelho, luva, capacete etc. Saindo da Padre Inglês (saudosa rua dos meus tempos de Radier) para pegar a Conde da Boa Vista, não ouvi nada. Um mês após, o presente: multa gravíssima, perda de 7 pontos na carteira e contingente suspensão do direito de dirigir. Porra, o que eu teria feito? Quem me teria multado? Perder o direito de dirigir, inclusive automóvel? O próprio Josef K de Kafka (O processo). A possibilidade de não poder dirigir por certo tempo me angustiou. Como levaria Bia pra escola? Como iria trabalhar? Como iria fazer feira? Pior. Como iria conciliar todas essas atividades? Passou-me contratar motorista. Camaleão metamorfoseia-se em cobra e adrede troca de pele. Comecei a andar de ônibus, a pé e de táxi. Acostumei. Isso é o que a maioria da população faz. A multa. Mas que a única prática a se enquadrar na capitulação seria andar com a viseira levantada. Recorri à CTTU. Perdi. Recorri à Jarí (Detran). Perdi. Recorri ao Cetran. Ganhei.

A Avenida Norte Mudou

A avenida norte mudou. Para acessar a Cônego Barata, é necessário pegar à direita depois da Estrada Velha de água Fria, e contornar pela Rua Boa Vontade. Algumas vezes, tenho feito o trajeto, que não me é estranho de há muito. Lembranças da Rua Boa Vontade. Reluto, pois que com efeito o que vale é o aqui e agora. Mas que muita vez me acomete essa “coisa” de retrospectiva (com Émile Durkheim, em “As Regras do Método Sociológico”: Coisa é todo objeto de conhecimento que não é naturalmente apreendido pela inteligência, tudo aquilo de que não podemos adquirir uma noção adequada por um simples processo de análise mental, tudo que o espírito só consegue compreender na condição de sair de si próprio, por via de observações e de experimentações, passando progressivamente das características mais exteriores e mais imediatamente acessíveis às menos visíveis e às mais profundas). Vem do nada. Ou de uma foto. De uma simples lembrança, como na obra de Marcel Proust. Acho que acontece isso com todo mundo que já passou de certa idade. Não digo a obra monumental do autor, mas que, no mundo normal, dos simples mortais, dá pra fazer boa avaliação. Importa a quantidade e qualidade dos eventos rememorados. Numa escala de zero a cinco. Sexo em lugares inusitados. Cinco.

Nos Braços de Erebus

Dormir nos braços de Erebus. A Babá de Bia, que tem 23 anos e ganha salário mínimo, fez plano numa funerária. Porra, pra que você quer um plano desses? Indaguei. Ela me respondeu que não quer problemas no seu enterro. Fiquei admirado. Mas não é que em parte ela tem razão; caixão, deslocamento, taxas, flores etc., tudo é caro. Não tenho essa preocupação. Prefiro comprem caixão dos mais vagabundos e me enterrem no cemitério mais próximo. E tenho lá vontade de florear nada pra tapuru! Melhor seria virar pó (cremação) e adubar pé de “comigo ninguém pode”, o que não é barato todavia. Falar em barato, lembrei-me do caso da rã. Meu falecido pai, por brincadeira (apenas de sua parte), encomendou a iguaria a um brejeiro. Na hora da entrega do batráquio entretanto assustou-se com o preço, pelo que o sujeito retrucou: como jia quem pode!? E o brother me alertou que daqui a dez anos serei um velho. Não respostei, mas pensei: velhice é estado de espírito. E eu quero lá saber o que vai acontecer (comigo) daqui a dez anos? Só sei que agora estou a todo vapor. Enquanto estiver assim, está bom. Mas sigo fielmente Schopenhauer: “É mais feliz aquele que consegue viver sem grandes sofrimentos do que o outro que vive cercado de alegrias e prazeres. (...) O tolo vive perseguindo a alegria da vida e acaba ludibriado, enquanto o sábio procura evitar o mal”. E encontrei amigo que não via de há muito. Um ano mais velho do que eu. Morador de Boa Viagem. Confidenciou-me, toma 10 tipos diferentes de remédios por dia, carrega no peito dois “stents” e dorme com a ajuda de aparelho pra combater apnéia obstrutiva do sono. Com essa minha mania de médico, aconselhei-o a andar na avenida, no que ele me respondeu: Mas eu moro a três quadras da Avenida! Mas o assunto da vez são as manifestações públicas de repúdio ao poder constituído. O pessoal tá com a gota indo pra rua. Alguns vão pra namorar, outros pra roubar, incendiar e tumultuar, e outros com efeito pra protestar. Não me vejo em condições de opinar, mas percebi na fala da presidente certa arrogância; e acho que ela deu golpe baixo (aproveitando o momento) ao anunciar a contratação de médicos cubanos. Sacanagem. O caminho não é por aí. Seu eu fosse pra rua, ia protestar contra essa coisa de “carreira política”. Carreira política um cacete. Vão trabalhar seus filhos da puta! Acabar com essa coisa de o sujeito passar a vida se reelegendo. Não suporto ver Inocêncio Oliveira gaguejando na televisão.

O sapato no pedal

O sapato no Pedal. Impacienta-me certos tíquetes nervosos. Bater com caneta em mesa, balançar pernas, piscar olhos em demasia etc. Saio logo de perto, quando possível. Conheci um sujeito que balançava a cabeça constantemente (dava uns “supapos”). Era muito esquisito. A última vez que o vi tava curado. Perguntei-lhe se tinha consultado neurologista, se submetido a tratamento específico e coisa e tal. Ele me respondeu que começou a fumar maconha; um cigarro pela manhã, outro à tarde e mais um à noite, antes de deitar (posologia). Fica a dica. Com efeito não suporto coisas repetitivas. Aqui, saio do particular e vou pra o geral. Feijão com arroz todos os dias, não obstante a combinação ser muito nutritiva, é dose pra elefante. Imagine sexo durante trinta anos com a mesma pessoa. Há quem diga o importante é se reinventar. Só se houver lavagem cerebral. . .no mínimo. Mas volto aos tíquetes. Era “mão-de-obra” levar a bike pra UFPE. Desmontar, colocar e tirar do carro, centralizar a roda, ajustar os freios etc. A cada pedalada, um barulhinho: “Quit”. Várias pedaladas: “quit, quit, quit . . .”. Eita coisinha pra me incomodar. Decerto o ranger viria da fricção do freio no aro da roda. E, de fato, quando descia da bike, ajustava o freio e voltava a pedalar o ruído sumia. Porém depois de pouco tempo voltava. Fui deixando prá lá. Convicção plena, inelutável, da origem do incômodo. Só algum tempo depois descobri que ele derivava da fricção do tênis no pedal, nada tendo a ver com o freio. Nas relações humanas muita vez acontece a mesma coisa . . .

domingo, 21 de abril de 2013

Preocupação é foda

Preocupação é foda. O meu finado irmão Afrânio Samuel, coração de elefante, sistema nervoso cabeça de alfinete, em certa fase da vida perseguia problemas. Quero te mostrar uma coisa. O que é? Vem ver aqui no banheiro. Fui. Coloca o ouvido juntinho, tá ouvindo? Com muita insistência, sonzinho de ínfimo vazamento no aparelho de descarga. Rebati na hora: deixa essa “bosta” pra lá! Que aumente, quando inundar a cozinha a gente chama um encanador. Ele não se aguentava e morria de rir: é mesmo, é mesmo . . . Estava no fundo do poço. Só queria ouvir de minha boca que aquilo não valia nada. Mas é assim, quando não há freio, o nível de preocupação vai aumentando, aumentando, até agigantar-se de tal forma que se enlouquece. Não que a loucura seja de todo ruim: “O homem é tanto mais feliz quanto mais numerosas são as suas modalidades de loucura” (Erasmo de Rotterdam, Elogio à Loucura; apesar de escrito no início do século XVI, o livro é muito atual). Mas há os “normais” que se preocupam com a vida dos outros, numa disputa desmedida. Certa feita, estava eu à espera de sessão de fisioterapia, lendo “contigo” com capa puída de três anos atrás, adrede posta numa mesinha para os pacientes (literalmente), quando presenciei duas senhoras travarem embate sobre a qualidade (especialidade) e quantidade dos médicos que consultavam. De otorrino a ginecologista, passando por ortopedista, oftalmologista, endocrinologista etc. Até nisso. E se preocupam com a opinião dos outros. Aqui, o “mundo” é vasto. Da aparência ao desempenho sexual. Mas isso só ocorre, na minha modesta opinião de observador, na dita classe média, que com efeito dorme atolada em preconceitos. A mente é suja de antemão: basta um homem e uma mulher despidos se esfregarem às 8 hs da noite em frente a um shopping para concluir-se pelo atentado violento ao pudor!

Mecanicismo

Mecanicismo grosso modo é uma teoria filosófica determinista segundo a qual todos os fenômenos se explicam pela causalidade mecânica ou em analogia à causalidade mecânica (causalidade linear ou, instrumentalmente, como meio para uma causa final). Mas tem certas coisas que não se explicam. Vou dizer uma na bucha: amor. Sobre o sentimento, assim se expressou o poeta maior português: Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder. É querer estar preso por vontade É servir a quem vence o vencedor, É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade; Se tão contrário a si é o mesmo amor? Há certos indícios. Vá lá a atração, que não prescinde de antemão de certas particularidades físicas, seja aperitivo, mas com efeito nem perto chega. O respeito, a consideração, a amizade, o companheirismo, tudo enfim leva ao sentimento, mas não se pode dizer constituam premissas necessárias. A não ser assim, o “gaiúdo não tinha tanto amor pela traíra. Interessante o amor porvir. Nunca te vi sempre te amei. Aqui, pura invencionice da solidão. Alguns entendem o amor que fica, ou o amor verdadeiro seja o amor de Pica. Em realidade, pode-se tripartir o amor em Agapê, Fileo e Eros. O primeiro é o incondicional: eu te amo mesmo que tu não me ames. O segundo, é o retributivo: retribui-se o amor na medida do amor que se recebe. O último, o relacionado ao sexo. Não acredito este último seja o que fica. Se fosse assim, as prostitutas, experts na arte do prazer, “prenderiam” todos os seus amantes. Demais, sexo é sexo. Fazer “amor” é bom em si. Sinceramente, com pouco amor é bem melhor. Mas retorno às causas. Há mais mistérios entre o amor e as suas causas do que julga nossa vã psicologia.
O discurso é o mesmo. Do pó vieste e ao pó retornarás (Gênesis, 3:19). Se bem que agora pode-se fazer liquefação, vulgo hidrólise alcalina; vira-se líquido. Tudo é cíclico. O mundo dá voltas. E me perguntam por que voltei ao ônibus. Sei lá. Acho que pra ver gente. Pois que gente é gente em qualquer lugar. Cabeça, olhos, braços, pernas, barriga, sexo. O resto é roupa. Dia desses, uma ruiva. Cabelinho temeroso do mais tênue chuvisco. À base de chapa pequena. Jeans apertado. Sentada confortavelmente naquele sol das 13hs. Headfone e um livrinho. Fiz vista comprida: “Memórias de minhas putas tristes”, de Gabriel Garcia Marquez. Pois é assim. Pensar que há capas que nunca leram um romance na vida, e só são capas. E os juízes se acham Deuses. Acima de tudo e de todos. Fiz uma prova do Direito Romano na FDR que uma das perguntas era a seguinte ipsis litteris : “O primeiro Rei de Roma foi? _ _ _ _ _ _” Deve ser por isto: o grande cabedal que se consegue na graduação. Ou será pelas difíceis interpretações das laboriosas legislações confeccionadas pelos nossos insignes parlamentares? Sei não. E aludo ao grande poeta Inglês: Hamlet: Pode-se pescar com um verme que haja comido de um rei, e comer o peixe que se alimentou desse verme. O Rei: Que queres dizer com isso? Hamlet: Nada; apenas mostrar-vos como um rei pode fazer um passeio pelos intestinos de um mendigo.

domingo, 31 de março de 2013

Alienígena!


Sinceramente, não sou daqui. Alienígena. Com efeito, nasci em Angélicas. Se estamos situados no cu do mundo, vim de suas entranhas mais profundas. Não tenho cá muitas lembranças (relampejou “De volta aos seios de Duília”), lembro todavia o barulho do “motor da Luz”. Claridade após as dezoito horas, só com a geringonça ligada.
Mas, como ia dizendo, sou um peixe fora d’água. Fui três vezes a campo de futebol: duas no arruda e uma na Ilha. Em uma das vezes, levei um banho de xixi depositado numa lata adrede arremessada àquele fim. Ainda bem que escapei do recipiente . . .
Noutra, no Arruda, fui pra o setor de cadeiras. Até que me empolguei com algumas jogadas. Tinha um negão do meu lado tomando cerveja que era grito só. Determinado momento, gol do santa cruz. O sujeito me deu um abraço inesperado, pelo que pensei:  tá me estranhando? Ficou só na esfera mental.
Outra. Carnaval. Pra não dizer que não, fui uma vez a Olinda. Tomei uma bebida de nome “Pau dentro”. Depois de pouco tempo fiquei todo “encalombado”, parecia até que tava com “bexiga”. E aquele negócio de bloco passa, não passa; aquele sol da porra. Um “mói” de bêbados  sem tamanho.
Como já disse alhures, no dia que me virem nesses tipos de eventos os neurotransmissores com certeza estarão em baixa.
A onda agora é falar de Feliciano. E eu tenho lá nada a ver com esse FDP. Pra mim ele é florzinha, o que não opera relevância no cargo que ocupa todavia, pois que a particularidade em nada afeta o caráter do sujeito. Malgrado, ele é safado, estelionatário. Pedir cartão do banco e senha e ameaçar o fiel de suprimir (falsas) recompensas divinas é sacanagem.
Mas quem não é sacana naquele congresso? Sarney? Será que Sarney seria melhor do que Feliciano na presidência da comissão em questão? Renan Calheiros seria melhor? Pois esses senhores estão no comando do Senado “Ad aeternum”. Severino Cavalcanti, aquele “buchudinho” de João Alfredo, foi presidente da Câmara dos Deputados!
Poderia também tirar uma foto e colocar na internet dizendo que o Feliciano não me representa. E não me representa mesmo. Como não me representam Renan Calheiros, Eduardo Henrique Alves “et caterva”.
Ninguém se lembra mais dos dólares na cueca do irmão de Genoíno, que, não obstante condenado pelo supremo, foi empossado deputado federal. Esse país é uma zona. O mal não é Feliciano; é coisa maior.
E perguntaram a Gustave Flaubert quem era Emma Bovary, no que ele respondeu: Emma Bovary c´est moi.  Essa coisa de gostar é “foda” mesmo. Recentemente, li pela enésima vez Quinca Borba, de Machado de Assis. A história é de Rubião: “Ao vencedor as batatas”. Mas o autor empurra no meio outras historinhas que se o leitor for ligeiro deixa escapar.
Uma dessas é o romance de Carlos Maria e Maria Benedita (eita nome feio da porra). O Carlos Maria é bonitão, conquistador. Maria Benedita é acanhada, feinha. Rubião gosta da mulher do Palha, Sofia, que gosta do Carlos Maria, que não gosta de ninguém.
Sabendo do imenso amor que Maria Benedita tem por ele, e influenciado pela prima, Carlos Maria casa-se com ela e o casamento se mantém na base do gosto de você porque você gosta de mim. Mas não é que é assim? A não ser masoquista, quem gosta de quem não gosta da gente?

É uma zona!


Esse país é uma zona mesmo. Pois não é que os prédios construídos para os desabrigados da chuva que caiu em Niterói  (RJ) estão rachando !?I O empreiteiro saiu-se com essa: Foi a chuva forte do final de semana . . .
E o sujeito escreveu uma receita de miojo na redação do Enem. Tirou nota acima de 5. O ministro (Aluísio Mercadante) disse que a correção foi feita e a nota seria justa, pois que se extraiu a dita receita. __ De agora por diante quem escrever receita de miojo tira nota zero!
E o governo do estado de PE tá ficando Lelé. Vai fuder o estado com essa coisa de virar presidente. A seca tá comendo até a alma dos sertanejos enquanto se gasta mais de um BILHÃO num estádio de futebol, e o sujeito alucinado pelo poder.
O filhote de Costinha (Geraldo Júlio) vive nos paliativos. Faz um recapeamento aqui, tira uma barraca ali, coloca João Braga pra conversar merda acolá e os problemas principais (saúde, educação e moradia) continuam do mesmo jeito.
Agora inventaram de construir um túnel no final da Caxangá. Essa avenida é a menina dos bolsos desses pilantras. Vive em obras constantemente.  Pasmem: as paradas terão ar condicionado. O sujeito fica no ar condicionado, quando pega o ônibus se fode no calor.
Ainda tem uns bestas que são a favor, à conta da ideologia, que é assim, que é assado e coisa e tal . . . pra mim essa corja merecia ser banida, eliminada, estropiada. 
Fica difícil enxergar luz no fim do túnel. Ao revés, se o estado começar a perder investimento, ver-se-á  a desgraceira. A violência não poderá ser encoberta por nenhum pacto, seja de morte ou de vida.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Tudo são neurotransmissores!


Tudo são neurotransmissores e hormônios. Nos anos dourados, amor lascado. Sente-se falta do outro. Tem coisa melhor do que sentir falta para, logo após, esbaldar-se num reencontro? Ebulição nervosa.
 Com o passar, à conta dos efeitos nefastos do tempo, abrandamento. Serenidade complacente. Aceitação. Não digo que não haja exceções. Há os que se apaixonam por repetidas vezes (“sometimes” pela mesma pessoa), por natureza. Felizardos.
Apaixonar-se depois 40 com efeito é complicado, mormente por causa do medo de arriscar, reflexo do desgaste na transmissão sináptica; receio de abandonar sentimentos valorados e empilhados no substrato mental.
Mas há os que tentam, mesmo contra a sua índole. 
Depois de vinte anos de casada, separação. Filhos adultos, amigas casadas, conversas desafinadas, enfim solidão. Até aterrissar nas redes sociais.
 Nome: Loira solitária a procura de um grande amor.
Altura: 1,65 m
Peso: um pouco acima do peso.
Esportes: não pratico.
Bebida: Bebo socialmente
Filhos: Dois rapazes e uma moça (não moram comigo).
Descrição: É muito difícil falar de si mesmo . . . Mas sou uma pessoa super carinhosa, dedicada, trabalhadora, amiga de todas as horas. Sou dentista. Adoro minha profissão. Pretendo encontrar o grande amor de minha vida. Se você não tem esse interesse, não escreva pra mim. Não tenho mais idade pra aventuras sexuais. Sim. Só respondo as mensagens que vierem com fotos de rosto e de perfil.
Homem que deseja:
Altura: acima de 1.80 m.
Peso: normal ou um pouco acima.
Renda mensal: Acima de R$ 25.000,00
Estado civil: solteiro, divorciado ou viúvo.
Bebida: Não beba ou beba socialmente.
Idade: 40 a 50 anos.
Formação: Superior.
Descrição do Homem que deseja: Sinceramente, não sou muito exigente. Desejo entretanto um homem super carinhoso, trabalhador, honesto, bom amante, que goste de viajar e que, principalmente, não tenha pendências de relacionamentos anteriores.
No outro lado do Cyber espaço. Desempregado. Cinquenta e cinco anos. Roliço. À base de costeleta e “beer”.  Enrolado num casamento mal resolvido. Filhos, netos, sogra e genros a aporrinhá-lo. Pra dormir, clonazepan; para o sexo, sildenafil. Mas a mesma vontade de mudar.
Primeira leitura. Porra, e eu quero mulher pra amar ou pra arrancar dente?

quinta-feira, 14 de março de 2013

Indigestão mental!

Às vezes, indigestão mental. Processamento difícil. Saúde, amor (ou a falta) trabalho, filha, passado, futuro (não nessa ordem necessariamente). Tudo pra viver o presente. O agora.
O amor de forma específica.
João que amava Tereza que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili 
que não amava ninguém. 
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, 
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, 
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes 
que não tinha entrado na história.
O tempo não descansa, nem perdoa. Malgrado, não se pode dizer efetivamente ele exista. O passado não está mais aqui, o futuro ainda não chegou e o presente voa tão rápido que parece não ter extensão alguma.
Para Lulu Santos, ele escorre pelas mãos.
E para o poeta solitário:
O tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa. 
Quando se vê, já são seis horas! 
Quando de vê, já é sexta-feira! 
Quando se vê, já é natal... 
Quando se vê, já terminou o ano... 
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida. 
Quando se vê passaram 50 anos! 
Agora é tarde demais para ser reprovado... 
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio. 
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas... 
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo... 
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo. 
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz. 
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.
Correr. Comer. Descansar. Cagar  (cagar de fato é um dos sintomas de felicidade). E repetir.   
Eita vida besta!



O caseiro!


A personagem de Catherine Deneuve no “belle du jour”, de Luis Bunuels, intriga até hoje.  A vulgaridade de prostituta a contrastar com o porte elegante da belíssima loira gente boa, ma non troppo, com efeito é instigante.

Contam que pedreiro, sujeito bruto, ao ver a recusa de um freguês da bela à conta de uma mancha que ela ostentava na perna, numa sessão domingueira do São Luís, gritou de pronto: EXIGENTE!

Lembrei-me na hora de caseiro que tive em Aldeia. Chegou puxando cachorra. Desprovido de tudo, com exceção de fogão portátil e algumas roupas. Sim, e da mulher com o bucho pela boca.

Sujeito magro, desdentado e sarará.  Mais ou menos da minha idade. A companheira, adolescente de uns 19 anos, por aí. Tomou-a de outro, ou seja, “gaia”.

Em pouco tempo, inteirou-se dos afazeres da chácara. Esperto. Consertava vazamentos, sabia pintar, arranhava a eletricidade. Mas era preguiçoso. Como ninguém é perfeito todavia e sua mulher deu à luz uma filhinha, e eu não tinha filhos, e me apeguei por demais àquela pessoinha que chegava ao mundo,  não o demiti.

Depois de certo tempo, tomou ares e resolveu comprar um carro. Ao intento, pediu-me R$ 2.000,00 emprestado (ganhava salário mínimo). Comprou um chevete, caindo aos pedaços. Pense numa bronca.

Adquirido o possante, o magro se endiabrou: comeu a sogra, uma das cunhadas e tava cortejando outra. Não digo a primeira, que já ultrapassara a barreira dos cinqüenta e ademais afeita a todo tipo de escapulida, mas não entendo como aquelas meninas saíam com aquele calango.

Só parou a sanha sexual quando apreenderam o veículo, por falta de habilitação do condutor.

Pra ser sincero!


Pra ser sincero, só falo do que vejo e sinto. O homem é produto do meio. Malgrado, parafraseando Voltaire (Cândido), “não é preciso viajar pra saber que o céu é azul”.

Disto não posso fugir. Se moro na divisa de Casa Amarela, ando de Córrego da Areia e como na padaria da Várzea (comendo pra fazer bosta, como diz uma amiga), impossível  estragar  verbo com amenidades.

Vou de chincha mesmo, com sofreguidão, que me é peculiar “ab ovo”.

Penso até encabular certas palavras. Inefável. Inefável amor. Paixão. Mas não encontro buraco. Outra. Indelével. Pensamento indelével. Obstinação. Lembro logo constipação. Dor de barriga. Laxante. Diarréia.

Não digo o velho safado (Bukowski), apesar do tom coloquial, porque com efeito não chego ao extremo. Mas numa história de amor acho mais relevante  o peido sonoro  que se  “solta” inadvertidamente.

Pode ser pior!


Desempregado, liso, mulher e dois filhos pra criar. O único bem uma vaquinha amarrada no quintal, comendo monturo e jorrando leite minguado.
__ Sr. Padre, estou desesperado, queria ajuda . . .
__ Coloque a vaca dentre de casa.
__ Mas seu padre?!
__ Coloque e volte aqui depois de quinze dias.
O espaço, que já era pequeno, tornou-se impossível. A vaca mugia, os garotos choravam e a mulher reclamava __a entonação lembra Selma do Coco:
Eu vi um sapo correndo de lá
A menina que chorou
Quando olhei prá gaiola eu vi
A minha rola que voô
Oi corre, corre, corre
Pega, pega minha rola
"avôa", "avôa", "avôa"
Pega, pega minha rola
Eu não vou na sua casa
Prá você não ir na minha
Que tu tem a boca grande
Vai comer minha galinha
Mas a fé remove montanhas.
__ E aí meu filho?
__ Um miséria Sr. Padre. Um inferno.
__ Retire a vaca e retorne depois de 15 dias.
Paz. Mansidão e muito cuscuz. O sujeito afofa.
A volta gloriosa.
__ Melhorou a situação meu filho?
__ Depois da retirada de “mimosa”, o céu Sr. Padre.
Quando os neurotransmissores insistem em não  funcionar direito converso por meia hora com minha secretária da Brasilit. 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Amor que fica!


No princípio era o Caos. Depois, Urano casa-se com Gaia e geram Cronos e outros Titãs. Cronos mata Urano cortando sua genitália que, ao cair no mar, gera Afrodite, a deusa do amor.
Amor e sexo sempre andaram juntos, o que dá azo muita vez à preleção da grave máxima: amor que fica é o amor de pica. Será? Verrugas à parte, o buraco é mais embaixo.

Depois de transferido para conjunto habitacional ao lado do GOE (grupo de operações especiais), no cordeiro, perdendo a belíssima vista do horizonte sobre o mar do Pina, pescador declara, agora mais do que nunca, o seu amor pela esposa.

Ele, malgrado a ausência dos dentes da frente, forma retilínea forjada na labuta diária sob sol escaldante; ela, roliça. Sexo diariamente, na base de pão com manteiga. No domingo, almoço com a sogra. Conversa à toa, riso fácil. A graça é “peiticar”.  Até com os amigos: vou levar tua mulher pra pescar hoje, “gaiudo”! 

Quebre-se o ambiente e o “amor” acaba! Basta sorte grande em loteria.

E o sujeito ganhou na megasena e ocultou o fato da esposa. Depois de vinte e cinco anos “comendo rato” juntos, ele pediu separação. Ainda bem que a justiça reverteu o intento maligno, fazendo-o dividir a bolada.

Noutro nível. Frida Kahlo amou Diego Rivera a vida toda, apesar de ser “fruita” e de ele ter tido seis filhos com sua irmã mais nova. Pelo sexo é que não foi.

Aos 52, tenho cá desconfiança que essa coisa de amor não tem vida própria.

Tarado!


Depois do Kobo, mania de ler vários livros simultaneamente. Pulo aqui e ali, mas sempre volto ao inteligível, à leitura tranquila. Prefiro as tiradas de Rubião aos conflitos de um dia de Leopold Bloom.


O moribundo deixa-lhe o fiel escudeiro. Logo que sabe da morte do pai do Humanitismo (aqui, a genialidade do autor é impressionante, antes mesmo de Saussure estabelecer as bases do estruturalismo), resolve livrar-se do animal.

 

Como a transmissão da herança resta condicionada aos bons cuidados que se devem prestar ao cão, corre o professor em desespero ao seu encontro. Isso acontece muita vez nas relações humanas.

 

Machado é aficionado por braços, ombros e colo. Acho que era o que se podia mostrar, decentemente. Geralmente, quando começa a descrever os atributos de uma mulher, ressalta-lhe a aparência mais jovial e fala dessas partes do corpo.

 

A preocupação com a jovialidade transborda a personagem com efeito.

 

Fico a imaginar como se dava o processo de sedução naqueles tempos. Primeiro os braços, depois os ombros, um tiquinho de perna . . . O beijo devia beirar o clímax. O sujeito com leves traços de ejaculação precoce tava fodido.

 

Hoje a coisa degringola. Na praia, difícil é ver o fio dental: é só bunda, e bunda. Não digo lá pelos vinte anos, pois que nessa idade, excepcionado-se padre, tudo que use saia é comestível, mas a partir dos cinquenta há que haver um certo mistério, combustível indispensável, sob pena de usar-se aditivo.

 

O sujeito que transa com a esposa depois de trinta anos de casados é um tarado!

sábado, 2 de fevereiro de 2013

CLIMA


Falar-se em “pele” agora é moda. Não “rolou”, é uma questão de “pele” e coisa e tal. Advogado é quem gosta de incorporar esses tipos de inovações semânticas. Houve tempo que era “engessar”. O discurso não era discurso se não houvesse a palavra boiando no meio. Também “epitelial”; aqui, não obstante decorrer de “pele”, pra indicar a superfície ou superficialidade de qualquer questão.

Pra mim, melhor é “clima”. Pois que dele deriva esquentou, esfriou e amornou.  E o sujeito brochou porque não houve “clima”. Ou a camisinha era muito grossa, matou o “clima”. E transar de camisinha com efeito é o mesmo que chupar bombom com casca. Tergiversei. E há clima de elevador: __ Bom dia, tudo bem? __ Tudo. E pra que respondeu? A pergunta é protocolar, não existe interesse em saber a real situação do outro, não há “clima”. Dê o troco: --Tudo bem? E fica por isso mesmo.

E entra-se no “clima” do carnaval. Bem antes mesmo da festança de quatro dias. E o sujeito se traveste de “super herói” e sai no “Enquanto isso na Sala da Justiça”. Tenho vergonha. Não vejo graça alguma. Com efeito, não incorporo o “clima” do carnaval. Não é minha “praia”.

Nunca fui pra o galo. E nem vou. Não há motivo pra se orgulhar daquela multidão aglomerada no centro da cidade.  Mas o povo se orgulha. Orgulha-se até por Eike Batista ser um dos homens mais ricos do mundo!? No dia que me virem fantasiado, com certeza estou na fase de euforia de distúrbio bipolar.

Gosto mesmo é de um forrozinho. Rela bucho com bucho, ou outras coisas com outras coisas. Não que não “role” no carnaval. Até mais do que no forró. Mas não há “clima”, ou melhor, o “clima” é prescindível.

Assisti muitos filmes românticos quando criança.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Call Center


Sábado passado, dei um ré involuntário e destruí o pára-choque do carro do vizinho. O fato me constrangeu. Porra, o carro parado na garagem! Quanto ao dano material, não tive preocupação; o seguro paga.  E paga integral. Não há franquia quanto a dano em carro de terceiro.
Como  contratei o seguro no Banco do Brasil, sem a intermediação de corretor, tive eu mesmo que efetuar a abertura do sinistro. Para que o seguro autorize o serviço no carro da vítima, há que se fazer o boletim de ocorrência e abrir sinistro em seu nome, comunicando-se o número do registro do sinistro do segurado. Tudo muito simples e rápido.
Mas envolve o Call Center. Aí, o problema. Não sei por que, mas não me dou bem com esse tipo de atendimento. Não sei se é a voz (geralmente, sotaque do interior paulista), ou se é a maneira de tratar: “disfarçatês (neologismo) de reverência”. O fato é que não me dou bem.
Certa vez tive embate com atendente da SKY.
__Pois não senhor?
__O sinal caiu, não estou conseguindo acessar os canais.
__O senhor já viu se o cabo da antena está conectado?
__Está.
__Está chovendo?
__Choveu um pouco, mas parou.
__Então o senhor tem que esperar um tempo e religar o aparelho.
__Mas o aparelho está ligado, o que falta é o sinal. Não há um procedimento que vocês adotam que faz um boot no sistema e o sinal volta? Já fiz isso outras vezes.
__Senhor. Como choveu, o senhor tem que esperar um pouco.
__Minha filha, já choveu outras vezes e não houve perda de sinal . . .
__Senhor, o procedimento é esse.
__Não é não minha filha. Já liguei outras vezes e procederam com o Boot.
__Senhor, não há por que fazer o boot. O senhor deve esperar.
__Minha filha, qual o problema em fazer o boot?
__Senhor!  O senhor tem que esperar.
__Esperar coisa nenhuma, pago um fortuna e não tenho o sinal.
__Senhor! O senhor deve esperar.
__Esperar porra nenhuma. E acabe com essa merda de me chamar de senhor. Senhor uma bosta!
__Senhor, vou desligar o telefone.
__Vá à puta que a pariu. Não desligue não, enfie no cu.
Não foi diferente com a comunicação do sinistro do vizinho. Pela manhã, uma atendente me informou que eu (segurado) poderia fazer  a comunicação em nome da vítima, desde que tivesse todos os documentos necessários. À tarde, já de posse dos documentos, liguei novamente.
__Queria fazer a comunicação de sinistro de terceiro.
__O Senhor é o terceiro?
__Não, sou o segurado, mas estou com todos os documentos necessários.
__O Senhor não pode fazer a comunicação em nome de terceiro.
__Mas uma colega sua afirmou hoje pela manhã que podia.
__O senhor não pode.
__Mas por que não pode?
__Somente ele é quem pode fazer.
__Mas se ele estivesse sem poder falar?
__O senhor, segurado, não pode fazer em nome dele?
__E a mulher dele pode?
__Pode.
__E um corretor, pode?
__Pode.
__Então, por que eu não posso?
__O senhor não pode.
__E se eu me passasse por ele?
__O senhor estaria mentindo . . .
__Há quantas atendentes aí?
__Vinte e nove.
__Tchau!
Com efeito, não me dou bem com Call Center. As (os)  atendentes não têm discernimento, e às vezes se afobam. Pior é quando descobrem que estão falando com alguém do nordeste.
É inegável, há grande discriminação do sul/sudeste com o resto do país. Imagino o inconveniente de aguentar um nordestino como Lula na presidência da república. Pior do que a aceitação de Obama nos EUA.
Não vejo motivo para isso entretanto. Tenho uma amiga que diz que se tem cu é a mesma coisa. Acredito que seja assim. Por que no que diz respeito (parafraseando Dilma) à cultura, à inteligência e outras “coisitas” do gênero, sou mais o nordeste.
Há uns vinte anos, fui à Curitiba participar de curso de formação de professor. Gente de todo país. Nunca dei uma aula em toda na minha vida. Sou até meio gago quando fico nervoso. De maneira que no dia anterior à prova, que era dar uma aula, tomei chopp à noite inteirinha. Falei mais do que locutor de jogo de futebol.
Tinha um gaúcho que se achava o tal. Ar de superioridade.  Nem sei se era de pelotas. Só sei que estragava paletó todos os dias. No dia da prova, sem mais nem menos, começou a chorar. Uma negação.
Descobriu-se que estava curtindo mágoas de uma “gaia” recente. E que inclusive tentara pular da janela do apartamento, propósito não alcançado ante o conselho da mulher: Ô Tchê, te coloquei um par de chifres e não um par de asas.