terça-feira, 28 de julho de 2009

Fisioterapia

Cedi à fisioterapia. Não adianta insistir: ou se dá um tempo, faz fisioterapia e fortalece o músculo lesionado ou se submete a correr com dor por muito tempo. Escolhi a primeira opção. Depois de 4 sessões, e muito descanso, estou praticamente curado. Aplicaram-se as seguintes técnicas curativas:

Ultra-som:

O ultra-som é a aplicação terapêutica de ondas sonoras não audíveis pelo ouvido humano,
geralmente acima de 17.000HZ. Essas ondas promovem uma vibração muito rápida nos tecidos causando um calor profundo. Esse calor aumenta a mobilidade da articulação, analgesia, aumenta o fluxo sanguíneo no local, acelera o processo inflamatório e reduz o espasmo muscular.

O tempo de aplicação é de 5 a 10 minutos, variando de acordo com o tamanho da área lesionada.

É indicado para casos de tendinites, bursites, quadros dolorosos, entorses, lesões musculares e processos inflamatórios.

A aplicação do ultra-som é contra-indicada em: globo ocular, útero grávido, medula espinhal, coração, próteses metálicas e osteoporose.

Ondas Curtas:

É um aquecimento muito profundo. A dosagem é feita através da sensação do paciente de claro agradável na região da aplicação.

O tempo de aplicação pode variar de 15 a 30 minutos. O paciente deve retirar todos os objetos metálicos do corpo, pois eles podem aquecer e queimar o paciente.

É contra-indicado para pacientes portadores de implantes metálicos, dispositivos eletrônicos, marca-passos cardíacos e gestantes.

TENS:

TENS (Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea). É uma corrente elétrica que estimula os nervos periféricos através de eletrodos acoplados à pele. Essa técnica já é usada no tratamento da dor desde o final da década de 60.

O Tens estimula o sistema supressor da dor, porém como isso acontece, ainda não foi completamente esclarecido, sabe-se que essa estimulação inibe a transmissão dos impulsos dolorosos, que partem da região lesionada para o cérebro.

O principal objetivo do TENS é o alívio da dor, pois permite que o paciente, sem dor, atue mais ativamente na reabilitação, acelerando o processo. O TENS também pode ser usado para controle e/ou diminuição de edemas.

É contra-indicado em pacientes com marca-passos (se o marca-passo tiver a freqüência fixa
não tem contra-indicação), em gestantes e pacientes que tenham a sensibilidade alterada.

Em 10% dos casos, há agravamento da dor pelo uso do TENS, o fisioterapeuta deve ser avisado, pois basta alterar a freqüência do estímulo.

Como prometi, segue a foto da moto. Parece uma Harley-davidson, não é?

terça-feira, 21 de julho de 2009

Sobre dor e cópia!

Estou lesionado desde a meia maratona do Recife. Mais uma vez, a bendita panturrilha. Atribuo o incômodo à malhação sem o devido relaxamento posterior. Como se sabe, os músculos da área são pouco irrigados, de modo que é fundamental alongar ou trotar leve logo após a prática esportiva, particularidade que olvidei.

Fazer o quê? Aquentar as conseqüências: dores, dificuldade para andar e o pior, ficar sem treinar. Semana passada, corri apenas na terça-feira. Corri hoje, entretanto. A dor reapareceu.

É muito difícil superar a lesão. Tenho aplicado gelo, feito massagens com calminex e tomado relaxante muscular (mioflex). O tratamento até que tem surtido efeito, o problema é que voltei a correr. Deveria ter esperado mais um pouco, mas não agüentei.

Vou tentar correr menos quilômetros, até ficar totalmente recuperado.

Mudando de assunto, ocorreu-me transcrever Mario Quintana e Monteiro Lobato. Os colegas de engenharia “levantaram a lebre”, e dimanou da discussão textos maravilhosos:

Mario Quintana:

'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.

Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.

Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo,
a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.'

Monteiro Lobato:

"...a vida, Senhor Visconde, é um pisca - pisca.
A gente nasce, isto é, começa a piscar.
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso.
É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.Um rosário de piscadas.
Cada pisco é um dia.
pisca e mama;
pisca e anda;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?"

Percebe-se que se fala da mesma coisa. Monteiro antes de Quintana. Não se pode dizer, efetivamente, que este tenha copiado aquele. A utilização da idéia de um autor por outro todavia não é incomun. Eu mesmo, na minha insignificância de leitor esporádico, já percebi algumas cópias. E olha que feitas por escritores que são ícones da literatura mundial, como é o caso de Machado de Assis (a constatação, diga-se de passagem, foi-me induzida). Basta ler “A vida e as opiniões do cavalheiro Tristam Shandy”, de Laurence Sterne, e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado.

Fato interessante é que a maioria dos escritores nacionais traduziu obras de grandes escritores alienígenas. Machado mesmo traduziu “Trabalhadores do Mar”, de Victor Hugo. Quintana traduziu Marcel Proust. Raquel de Queiroz, Clarice Lispector, Antônio Houais, etc. São muitos. É indiscutível, a atividade de traduzir faz com que haja a incorporação do estilo do autor. Não é por isso que há de negar-se a genialidade de nossos escritores.

Mudando de assunto, novamente, voltei a andar de moto. Motoqueiro antigo, com duas quedas no currículo, decidi fugir do trânsito que de há muito me incomoda. A virago 250 cc estava na garagem havia 5 anos, apenas 2500 Km rodados. Voltei com tudo: comprei protetor de coluna (soube que é de uso obrigatório na Alemanha), blusão e protetor de pescoço. Uma beleza. Foto no próximo post.

Em tempo: "Levantar a lebre."

Metáfora de caça que significa descobrir algo que não é de conhecimento geral. Aparece em diversos outros provérbios, como: "A lebre é de quem levanta e o coelho de quem o mata" ou "Levantas a lebre, para que outrem medre (seja favorecido)".



quinta-feira, 16 de julho de 2009

No mato sem cachorro!

ESTAR NO MATO SEM CACHORRO

A caçada não é uma atividade exclusivamente humana, porque vários animais a praticam para garantir sua alimentação. O homem pré-histórico também a exerceu, e ainda hoje alguns povos primitivos continuam vivendo dela. O primeiro caçador de que se tem notícia foi Nemrod, que na expressão bíblica era robusto caçador diante de Deus e poderoso na terra, e é bem provável que caçasse o leão e outros animais com a lança, assim como os assírios faziam nos tempos primitivos. Os homens desse povo lendário também caçavam com arco e flecha, empregando cães e leopardos amestrados, e o faziam a pé, a cavalo ou em carros de duas rodas. Já os egípcios eram mais organizados e tinham esquematizado um sistema de caça onde empregavam cães e leões amestrados na busca e perseguição das presas, sendo as de maior tamanho mortas a flechadas pelo caçador que as seguia de carro.

Na Grécia e na Roma antiga a caçada desfrutou de grande prestígio, tanto que lhe atribuíam origem divina: as divindades Diana e Apolo se dedicaram a ela com afinco, da mesma forma como Hércules, Teseu, Meleagro e os demais heróis míticos, também foram grandes caçadores. Na Idade Média, os príncipes e nobres praticavam com grande entusiasmo o que consideravam como esporte de matar animais, usando nesse divertimento grande número de servos, batedores e cães. Mas por vontade dos soberanos ela era vetada aos religiosos, e em retribuição os bispos, também senhores feudais, proibiram-na a todos os seus súditos. Nos tempos modernos, a caça deixou de ser privilégio de uma determinada classe, podendo ser exercitada em todo o mundo, embora haja leis que a regulamentem e que visam sobretudo a proteção da fauna.

Como se percebe, o homem sempre teve no cão um companheiro confiável para exercer a atividade da caça, tendo conseguido, inclusive, adestrar algumas raças para a prática dessa tarefa. Como a dos perdigueiros, próprios para a caça a perdizes, mas com aptidão para quase todo tipo de caça; a dos paqueiros, que sabem caçar pacas; a dos veadeiros, treinados na caça aos veados; a dos onceiros, na de onças; e outras mais. Daí que a figura de um caçador desacompanhado do seu cachorro, que é quem localiza a presa buscada pelo dono, não é fácil de se ver, porque nesse caso ele estaria correndo o risco de andar, andar, andar, e não conseguir coisa nenhuma.

A expressão “estar no mato sem cachorro” é uma redundância dessa situação quase nunca vista, e significa que alguém em sérias dificuldades não tem muita chance de escapulir da “fria” em que se meteu.


FERNANDO KITZINGER DANNEMANN

Murro em ponta de faca!

Um advogado amigo de meu pai ostentava em seu escritório, com destaque, entre diversos diplomas, o que dizia o seguinte: “Diploma de vida. Acostumado a vencer dando murro em ponta de faca”. A máxima causou-me grande impacto, sobretudo porque o protagonista cursara diversas faculdades, inclusive com pós-graduações.

Naquele tempo, não pudia avaliar com clareza o seu real significado. Para mim, a formação superior era pressuposto necessário e suficiente para uma vida estável, em todos os sentidos. Foi com esse pensamento que cursei Engenharia Eletrônica, a mais concorrida, à época.

Enganei-me. As coisas não funcionam assim. Mormente porque a formação superior é dirigida para determinada área específica. De maneira que o mecanicismo incrustado em mim ruiu logo após o término da faculdade.

Foi tanto que me vi “num mato sem cachorro”: o que faria com o diploma? Emprego não havia. A cabeça cheia de integrais e derivadas, que, com licença da palavra, até hoje não serviram pra “porra” nenhuma. Inexperiente que só. Totalmente inseguro. Um nada.

Por puro lance do destino, pelo menos financeiramente, consegui estabilidade. Passei em concurso público. Mas não posso dizer, efetivamente, que isso era o sonho de minha vida. Fazer o quê?

Ao longo desses vinte e três anos de serviço, entretanto, acho que me adaptei a essa nova realidade. Sinto-me, de certa forma, profissionalmente realizado.

Em verdade, acho que nunca dei murro em ponta de faca, mas se fosse eleger o diploma mais importante, a ficar na posição de destaque, seria o de maratonista. É por esse que tenho “trabalhado” nos últimos anos.

Falando em passado, transcrevo excertos da obra monumental de Marcel Proust, “Em busca do tempo perdido – No Caminho de Swann” (esse primeiro volume eu li rsrsrsrs):

A imobilidade das coisas que nos cercam talvez lhes seja imposta por nossa certeza de que essas coisas são elas mesmas e não outras, pela imobilidade de nosso pensamento perante elas.

Fazia muitos anos que, de Combray, tudo que não fosse o teatro e o drama do meu deitar não existia mais para mim, quando num dia de inverno, chegando eu em casa, minha mãe, vendo-me com frio, propôs que tomasse, contra meus hábitos, um pouco de chá. A princípio recusei e, nem sei bem por que, acabei aceitando. Ela mandou buscar um desses biscoitos curtos e rechonchudos chamados madeleines, que parecem ter sido moldados na valva estriada de uma concha de São Tiago. E logo, maquinalmente, acabrunhado pelo dia tristonho e a perspectiva de um dia seguinte igualmente sombrio, levei a boca uma colherada de chá onde deixara amolecer um pedaço de madeleine. Mas no mesmo instante em que esse gole, misturado com os farelos do biscoito, tocou-me o paladar, estremeci, atento ao que se passava de extraordinário em mim. Invadira-me um prazer delicioso, isolado, sem a noção de sua causa. Rapidamente se me tornaram indiferentes as vicissitudes da minha vida, inofensivos os seus desastres, ilusória a sua brevidade, da mesma forma como opera o amor, enchendo-me de uma essência preciosa, ou antes, essa essência não estava em mim, ela era eu.

domingo, 12 de julho de 2009

Meia Maratona do Corre-Recife

O grupo Pegasus, desta vez completo, ou seja, eu, Milton e George, participou hoje da meia maratona do Corre - Recife. Saímos na pipoca, levamos Felipe, entretanto, no apoio. Eu e George começamos a correr do final da estrada do Encanamento, acrescentando 3 Km aos 21.380 do percurso da meia (aferi pelo Garmin).

Ao chegar à Jaqueira, encontrei o Anízio, que conheci dia desses correndo no centro da cidade. Para minha surpresa, ele é marido de Dra. Verônica, minha odontóloga de longa data.

Há alguns dias, visitei o seu "site", achei-o muito bom (coloque a palavra endorfinados no google), muito bem feito. Ele, inclusive, me alertou que não conseguira fazer comentários aos meus "posts". Descobri que existia uma trava no blogger. Quem quiser, e porventura ver esse meu diário, agora pode mandar os comentários.

Voltando à meia, acho que corri bem, malgrado o sol. Terminei-a com 1h49min, passo 5min12s/km.

Vejam as fotos (Mais uma vez, Felipe negligenciou).











sábado, 4 de julho de 2009

Perda de Peso 2!

Perda de peso é assunto recorrente. Lendo o blog do Eduardo Acácio (http://www.porqueeucorro.blogspot.com/), descobri que ele fora obeso. Obeso mesmo, a foto publicada não deixa margem à dúvida. Pois bem, ele conseguiu ficar magro, em pouco tempo, seguindo orientações de um nutricionista, o que aliou a um programa de corrida.

Não me engano, o seu sucesso deu-se à conta da reeducação alimentar: correr não emagrece. Explico. É comum dizer-se que pra se perder 1 Kg de peso tem-se que gastar em torno de 7.000 cal. Malgrado não ser adepto das teorias mecanicistas, como já disse alhures, adiro, de certa forma, à alegação.

Partindo dessa premissa, portanto, e considerando que, em média, a cada dez quilômetros de corrida gasta-se 1000 cal, chega-se à conclusão de que para perder 1Kg ter-se-ia que correr 70 km, considerando as outras variáveis (relacionadas ao peso) constantes, é claro.

Mas a coisa não funciona assim. Depois de uma corrida, a fome aumenta, e não aumenta apenas logo após, mas sim ao longo de todo o dia. Basta exagerar um pouquinho, e vai pro “beleléu” todo o esforço (não é preciso dizer que a maioria dos alimentos são altamente calóricos). Além disso, o organismo, como se sabe, tem mecanismo de auto regulação: com o passar do programa de corrida, gasta-se menos calorias e absorve-se com mais eficiência os alimentos, como forma de compensação pelo esforço realizado.

Achei muito interessante um artigo que saiu na Revista Runners, do mês de junho de 2009, sobre o assunto. No artigo, o jornalista (especialista) propõe redução na quantidade de calorias e aumento na quilometragem, atacando o problema por dois lados diversos. Vale a pena lê-lo.

Mudando de assunto, o grupo Pegasus acolheu em seus braços, mais uma vez, o companheiro Milton, que andava por outras estâncias. Voltou que voltou. Sábado passado, nos acompanhou no longão de 25 Km, percorrendo 10. Infelizmente, não se fez registro fotográfico. Prá semana, na meia maratona do Corre (Corredores do Recife), far-se-á, com certeza (houve reclamações de que é um saco ficar vendo fotografias de três marmanjos rsrsrsrsrsrs).

E nesses tempos insanos, vale transcrever Graciliano em “Angústia”:

__ Para casa, Marina, bradava d. Adélia. Acabe com isso. Você gasta o sabão todo.
Marina dava um muxoxo, e o movimento das mãos friccionando a pele macia continuava.
__ Baixe o fogo, Marina. Venha para casa.

A espuma entrando nos sovacos e nas virilhas fazia um gluglu que me excitava extraordinariamente. Parecia que Marina queria esfolar-se. Imaginava-a em carne viva, toda vermelha. Imaginava-a branquinha, coberta de uma pasta de sabão que se rachava, os cabelos alvos, como uma velha. Essas duas imagens me davam muito prazer. Queria que aparecesse a Julião Tavares assim encarnada e pingando sangue, ou encarquilhada e decrépita, os pelos do ventre como um capulho de algodão. A torneira se abria. Lá estava Marina outra vez nova e fresca, enchendo a boca e atirando bochechos nas paredes, resfolegando, sapecando frases desconexas.

Amanhã, corro 25 Km. A pisada agora é essa: 14 Km na terça, 15 na quinta e 25 no domingo.