Estou lesionado desde a meia maratona do Recife. Mais uma vez, a bendita panturrilha. Atribuo o incômodo à malhação sem o devido relaxamento posterior. Como se sabe, os músculos da área são pouco irrigados, de modo que é fundamental alongar ou trotar leve logo após a prática esportiva, particularidade que olvidei.
'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo,
a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.'
"...a vida, Senhor Visconde, é um pisca - pisca.
A gente nasce, isto é, começa a piscar.
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos - viver é isso.
É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.Um rosário de piscadas.
Cada pisco é um dia.
pisca e mama;
pisca e anda;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim, pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?"
Percebe-se que se fala da mesma coisa. Monteiro antes de Quintana. Não se pode dizer, efetivamente, que este tenha copiado aquele. A utilização da idéia de um autor por outro todavia não é incomun. Eu mesmo, na minha insignificância de leitor esporádico, já percebi algumas cópias. E olha que feitas por escritores que são ícones da literatura mundial, como é o caso de Machado de Assis (a constatação, diga-se de passagem, foi-me induzida). Basta ler “A vida e as opiniões do cavalheiro Tristam Shandy”, de Laurence Sterne, e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado.
Fato interessante é que a maioria dos escritores nacionais traduziu obras de grandes escritores alienígenas. Machado mesmo traduziu “Trabalhadores do Mar”, de Victor Hugo. Quintana traduziu Marcel Proust. Raquel de Queiroz, Clarice Lispector, Antônio Houais, etc. São muitos. É indiscutível, a atividade de traduzir faz com que haja a incorporação do estilo do autor. Não é por isso que há de negar-se a genialidade de nossos escritores.
Em tempo: "Levantar a lebre."
Metáfora de caça que significa descobrir algo que não é de conhecimento geral. Aparece em diversos outros provérbios, como: "A lebre é de quem levanta e o coelho de quem o mata" ou "Levantas a lebre, para que outrem medre (seja favorecido)".
Um comentário:
Mário Quintana não foi eleito para a ABL, casa que abriga José Sarney e Marco Maciel. É mole?
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