sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Maratona do Rio 2014

E foi assim. Semana passada, já prevendo a dureza que seria a maratona do Rio, não fiz longão. Mas corri 15 Km no sábado, pedalei 40Km no domingo, corri 10Km na terça, na quarta e na quinta, mas bem devagar. Na quinta mesmo, à noite, comecei a sentir a parte posterior da coxa esquerda. Pensei comigo: puta merda, a três dias da maratona . . .
Passei a sexta-feira, já no Rio, de coxal, mas mesmo assim a perna não parava de doer. Aquilo foi-me botando medo. No sábado, comecei a sentir também a perna direita. Passei o dia todo repousando. Como só levei um coxal, danei-me pra o Rio Sul pra comprar um par. Não tive sorte. Nenhuma loja de materiais esportivos, naquele shopping, vende o acessório.
Decidi correr sem ele. No começo da prova, fui pisando em ovos, com medo danado de quebrar. Já tive problemas com o mesmo músculo, há uns dois anos. Quando o “bicho” trava não dá nem pra andar.
Lá pelo km 20, já meio anestesiado, percebi que a dor não mudaria de estágio. Aí fui pra o abraço e aumentei a velocidade; corri os últimos 20Km num passo abaixo de 6 min por quilômetro. Cheguei dando salto mortal . . .rsrsr Ainda andei 1,5 km até o Hotel, na chuva, diga-se de passagem.
Com efeito, não sigo planilha, nem corro me preparando pra nenhuma corrida. Corro porque gosto, porque me faz bem. De maneira que não passa pela minha cabeça cobrança para dar certo em virtude de treinos. Isso não. Mas se há de convir, comprei passagem, reservei hotel, criei toda uma expectativa, não seria “justo” morrer na praia. Eita, lembrei da conversa do justo e do certo. Pois que nem tudo que é justo é certo, e geralmente o que é certo não é justo. Mas isso é outra história. Tergiversei.
A corrida do Rio é especial. Nunca vi tantas mulheres bonitas por metro quadrado em minha vida. Grupinhos de duas, de três. Atarracadas. Rabos de cavalo a balançar de um lado pra outro. Um encanto.
Mas que volto aos prolegômenos. Na primeira noite no Hotel uma coisa me incomodou bastante. Uma “pingueira” em cima da caixa do ar condicionado. As 23h da sexta, resolvi trocar de quarto. Não consegui. Mudei no sábado.
Programei o despertador para as 4:30hs. Não é que o meu LG “faiou” e eu, cansado da noite anterior, só me acordei às 5:05hs! Levantei-me de “supapo’, coloquei os apetrechos, comi duas bananas, uma fatia de pão integral, corri pra o restaurante, que já estava aberto por conta dos corredores, tomei uma xícara de café e danei-me pra o aterro. A organização da maratona disponibiliza ônibus que saem do Flamengo até o Recreio dos Bandeirantes, local do começo da prova. O último entretanto estava previsto pra sair às 5:40hs.
Na pressa, esqueci da capa de chuva que adrede comprei no atacado dos presentes. Quando senti o lombo molhar, pois que estava chovendo, corri de volta pra o Hotel. Peguei a chave, corri pra o quarto, peguei a capa. Danei-me pra o aterro, correndo. Já perto dos coletivos, percebi que não estava com o cartão de embarque que vem com o kit. Retornei pra o Hotel. Fui no restaurante, perguntei sobre o cartão, a copeira disse que o tinha jogado no lixo. Pedi que o procurasse. Ela foi e o encontrou.
Com o cartão na mão, perguntei a hora: 5:35 hs. Me fodi. O jeito era pegar um táxi. E tinha? Chovendo, nenhum filho da puta queria parar. Fui até o Largo do Machado. Nada. Até que encontrei um corredor que estava esperando dois outros colegas e me ofereceu uma vaga no carro em que iam. Alertou-me, entretanto, que devido à grande quantidade de corredores, poderia ser que ainda estivesse saindo ônibus.
De maneira que corri feito louco e consegui pegar o último. O último. Cheguei quase na hora da largada.
O prazer que dá correr 42 Km numa cidade como o Rio vale tudo isso.

Nenhum comentário: