Não acredito a maneira como uma pessoa se sente e se comporta reflita
traços fixos formados no cerne da personalidade. De maneira que nunca
gastei um só centavo com tratamentos dispendiosos e demorados que ao
final não levam a nada. Prefiro cuidar dos receptores das emoções.
Vou com renomado neurocientista que assim se expressou:
“Eu penso sobre meus sentimentos, minhas motivações. Falo com meu terapeuta
sobre eles, e finalmente saio com uma história que parece fazer
sentido, que me satisfaz. Eu preciso de uma história para acreditar. Mas
será verdade? Provavelmente não. A verdade real está em estruturas como
meu tálamo, hipotálamo e amigdala, e a isso eu não tenho acesso
consciente, não importa o quanto sonde meu interior.”
Não engulo
tratamento exageradamente cortês. Pra mim, é cortina. Geralmente, a
persona atrás da gentileza não é nada confiável. As palavras amigáveis
não significam nada se o corpo parece dizer algo diferente.
Muita vez me tacham de obtuso.
Segundo Leonardo Mlodinow, há duas maneiras de se chegar à verdade: a
maneira do cientista e a do advogado. Os cientistas reúnem evidências,
buscam regularidades, formam teorias que expliquem suas observações e as
verificam.
Os advogados partem de uma conclusão acerca da qual
querem convencer os outros, e depois buscam evidências que a apoiem, ao
mesmo tempo que tentam desacreditar as evidências em desacordo.
A
mente humana foi projetada para ser tanto cientista quanto advogado,
tanto um buscador consciente da verdade objetiva quanto um advogado
inconsciente e apaixonado por aquilo em que quer acreditar.
Acreditar no que você quer que seja verdade e depois procurar provas
para justifica-la não parece ser a melhor abordagem para a tomada de
decisões. Mas a seta casual nos processos de pensamento humano tende de
forma consistente a partir da crença para a evidência, e não
virce-versa.
Pode-se dizer o cérebro é um bom cientista, mas é um advogado absolutamente brilhante.
Eis a razão por que se toma tanta decisão errada nessa vida.
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