sexta-feira, 7 de novembro de 2014
Balzaquiana
A máxima “Cobra que não anda não engole sapo” se aplica a mim, mas de
forma literal. Como serpenteio pelas ruas apertadas dessa nossa cidade
que não resiste a breve chuva em dias de maré cheia, aceito quase que
diariamente o batráquio. Ontem mesmo digeri um, a seco. Vinha eu na
dobrável em rua lateral à praça em frente da Jaqueira, quando,
resolutamente, um som de buzina teimava em tirar-me o sossego de
ciclista. Ressabiado, olhei para um lado, para o outro, mas não
encontrei escape, de modo que a única alternativa foi aumentar a
velocidade. Não satisfeito, o som avolumou-se. Tratava-se de uma
Balzaquiana. Comestível, mas muito impaciente.
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