domingo, 21 de abril de 2013

O discurso é o mesmo. Do pó vieste e ao pó retornarás (Gênesis, 3:19). Se bem que agora pode-se fazer liquefação, vulgo hidrólise alcalina; vira-se líquido. Tudo é cíclico. O mundo dá voltas. E me perguntam por que voltei ao ônibus. Sei lá. Acho que pra ver gente. Pois que gente é gente em qualquer lugar. Cabeça, olhos, braços, pernas, barriga, sexo. O resto é roupa. Dia desses, uma ruiva. Cabelinho temeroso do mais tênue chuvisco. À base de chapa pequena. Jeans apertado. Sentada confortavelmente naquele sol das 13hs. Headfone e um livrinho. Fiz vista comprida: “Memórias de minhas putas tristes”, de Gabriel Garcia Marquez. Pois é assim. Pensar que há capas que nunca leram um romance na vida, e só são capas. E os juízes se acham Deuses. Acima de tudo e de todos. Fiz uma prova do Direito Romano na FDR que uma das perguntas era a seguinte ipsis litteris : “O primeiro Rei de Roma foi? _ _ _ _ _ _” Deve ser por isto: o grande cabedal que se consegue na graduação. Ou será pelas difíceis interpretações das laboriosas legislações confeccionadas pelos nossos insignes parlamentares? Sei não. E aludo ao grande poeta Inglês: Hamlet: Pode-se pescar com um verme que haja comido de um rei, e comer o peixe que se alimentou desse verme. O Rei: Que queres dizer com isso? Hamlet: Nada; apenas mostrar-vos como um rei pode fazer um passeio pelos intestinos de um mendigo.

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