Sinceramente, não sou
daqui. Alienígena. Com efeito, nasci em Angélicas. Se estamos situados no cu do
mundo, vim de suas entranhas mais profundas. Não tenho cá muitas lembranças (relampejou
“De volta aos seios de Duília”), lembro todavia o barulho do “motor da Luz”.
Claridade após as dezoito horas, só com a geringonça ligada.
Mas, como ia dizendo,
sou um peixe fora d’água. Fui três vezes a campo de futebol: duas no arruda e
uma na Ilha. Em uma das vezes, levei um banho de xixi depositado numa lata
adrede arremessada àquele fim. Ainda bem que escapei do recipiente . . .
Noutra, no Arruda,
fui pra o setor de cadeiras. Até que me empolguei com algumas jogadas. Tinha um
negão do meu lado tomando cerveja que era grito só. Determinado momento, gol do
santa cruz. O sujeito me deu um abraço inesperado, pelo que pensei: tá me estranhando? Ficou só na esfera mental.
Outra. Carnaval. Pra
não dizer que não, fui uma vez a Olinda. Tomei uma bebida de nome “Pau dentro”.
Depois de pouco tempo fiquei todo “encalombado”, parecia até que tava com
“bexiga”. E aquele negócio de bloco passa, não passa; aquele sol da porra. Um
“mói” de bêbados sem tamanho.
Como já disse
alhures, no dia que me virem nesses tipos de eventos os neurotransmissores com
certeza estarão em baixa.
A onda agora é falar
de Feliciano. E eu tenho lá nada a ver com esse FDP. Pra mim ele é florzinha, o
que não opera relevância no cargo que ocupa todavia, pois que a particularidade
em nada afeta o caráter do sujeito. Malgrado, ele é safado, estelionatário.
Pedir cartão do banco e senha e ameaçar o fiel de suprimir (falsas) recompensas
divinas é sacanagem.
Mas quem não é sacana
naquele congresso? Sarney? Será que Sarney seria melhor do que Feliciano na
presidência da comissão em questão? Renan Calheiros seria melhor? Pois esses
senhores estão no comando do Senado “Ad aeternum”. Severino Cavalcanti, aquele
“buchudinho” de João Alfredo, foi presidente da Câmara dos Deputados!
Poderia também tirar
uma foto e colocar na internet dizendo que o Feliciano não me representa. E não
me representa mesmo. Como não me representam Renan Calheiros, Eduardo Henrique
Alves “et caterva”.
Ninguém se lembra
mais dos dólares na cueca do irmão de Genoíno, que, não obstante condenado pelo
supremo, foi empossado deputado federal. Esse país é uma zona. O mal não é
Feliciano; é coisa maior.
E perguntaram a Gustave
Flaubert quem era Emma Bovary, no que ele respondeu: Emma Bovary c´est moi. Essa coisa de gostar é “foda” mesmo.
Recentemente, li pela enésima vez Quinca Borba, de Machado de Assis. A história
é de Rubião: “Ao vencedor as batatas”. Mas o autor empurra no meio outras
historinhas que se o leitor for ligeiro deixa escapar.
Uma dessas é o romance de Carlos Maria e Maria Benedita (eita nome feio da porra). O
Carlos Maria é bonitão, conquistador. Maria Benedita é acanhada, feinha. Rubião
gosta da mulher do Palha, Sofia, que gosta do Carlos Maria, que não gosta de
ninguém.
Sabendo do imenso
amor que Maria Benedita tem por ele, e influenciado pela prima, Carlos Maria casa-se com ela e o casamento se mantém na
base do gosto de você porque você gosta de mim. Mas não é que é assim? A não
ser masoquista, quem gosta de quem não gosta da gente?
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