domingo, 31 de março de 2013

Alienígena!


Sinceramente, não sou daqui. Alienígena. Com efeito, nasci em Angélicas. Se estamos situados no cu do mundo, vim de suas entranhas mais profundas. Não tenho cá muitas lembranças (relampejou “De volta aos seios de Duília”), lembro todavia o barulho do “motor da Luz”. Claridade após as dezoito horas, só com a geringonça ligada.
Mas, como ia dizendo, sou um peixe fora d’água. Fui três vezes a campo de futebol: duas no arruda e uma na Ilha. Em uma das vezes, levei um banho de xixi depositado numa lata adrede arremessada àquele fim. Ainda bem que escapei do recipiente . . .
Noutra, no Arruda, fui pra o setor de cadeiras. Até que me empolguei com algumas jogadas. Tinha um negão do meu lado tomando cerveja que era grito só. Determinado momento, gol do santa cruz. O sujeito me deu um abraço inesperado, pelo que pensei:  tá me estranhando? Ficou só na esfera mental.
Outra. Carnaval. Pra não dizer que não, fui uma vez a Olinda. Tomei uma bebida de nome “Pau dentro”. Depois de pouco tempo fiquei todo “encalombado”, parecia até que tava com “bexiga”. E aquele negócio de bloco passa, não passa; aquele sol da porra. Um “mói” de bêbados  sem tamanho.
Como já disse alhures, no dia que me virem nesses tipos de eventos os neurotransmissores com certeza estarão em baixa.
A onda agora é falar de Feliciano. E eu tenho lá nada a ver com esse FDP. Pra mim ele é florzinha, o que não opera relevância no cargo que ocupa todavia, pois que a particularidade em nada afeta o caráter do sujeito. Malgrado, ele é safado, estelionatário. Pedir cartão do banco e senha e ameaçar o fiel de suprimir (falsas) recompensas divinas é sacanagem.
Mas quem não é sacana naquele congresso? Sarney? Será que Sarney seria melhor do que Feliciano na presidência da comissão em questão? Renan Calheiros seria melhor? Pois esses senhores estão no comando do Senado “Ad aeternum”. Severino Cavalcanti, aquele “buchudinho” de João Alfredo, foi presidente da Câmara dos Deputados!
Poderia também tirar uma foto e colocar na internet dizendo que o Feliciano não me representa. E não me representa mesmo. Como não me representam Renan Calheiros, Eduardo Henrique Alves “et caterva”.
Ninguém se lembra mais dos dólares na cueca do irmão de Genoíno, que, não obstante condenado pelo supremo, foi empossado deputado federal. Esse país é uma zona. O mal não é Feliciano; é coisa maior.
E perguntaram a Gustave Flaubert quem era Emma Bovary, no que ele respondeu: Emma Bovary c´est moi.  Essa coisa de gostar é “foda” mesmo. Recentemente, li pela enésima vez Quinca Borba, de Machado de Assis. A história é de Rubião: “Ao vencedor as batatas”. Mas o autor empurra no meio outras historinhas que se o leitor for ligeiro deixa escapar.
Uma dessas é o romance de Carlos Maria e Maria Benedita (eita nome feio da porra). O Carlos Maria é bonitão, conquistador. Maria Benedita é acanhada, feinha. Rubião gosta da mulher do Palha, Sofia, que gosta do Carlos Maria, que não gosta de ninguém.
Sabendo do imenso amor que Maria Benedita tem por ele, e influenciado pela prima, Carlos Maria casa-se com ela e o casamento se mantém na base do gosto de você porque você gosta de mim. Mas não é que é assim? A não ser masoquista, quem gosta de quem não gosta da gente?

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