Tudo são
neurotransmissores e hormônios. Nos anos dourados, amor lascado. Sente-se falta
do outro. Tem coisa melhor do que sentir falta para, logo após, esbaldar-se num
reencontro? Ebulição nervosa.
Com o passar, à conta dos efeitos nefastos do
tempo, abrandamento. Serenidade complacente. Aceitação. Não digo que não haja
exceções. Há os que se apaixonam por repetidas vezes (“sometimes” pela mesma
pessoa), por natureza. Felizardos.
Apaixonar-se
depois 40 com efeito é complicado, mormente por causa do medo de arriscar,
reflexo do desgaste na transmissão sináptica; receio de abandonar sentimentos
valorados e empilhados no substrato mental.
Mas há os
que tentam, mesmo contra a sua índole.
Depois de
vinte anos de casada, separação. Filhos adultos, amigas casadas, conversas
desafinadas, enfim solidão. Até aterrissar nas redes sociais.
Nome: Loira solitária a procura de um grande
amor.
Altura: 1,65
m
Peso: um
pouco acima do peso.
Esportes:
não pratico.
Bebida: Bebo
socialmente
Filhos: Dois
rapazes e uma moça (não moram comigo).
Descrição: É
muito difícil falar de si mesmo . . . Mas sou uma pessoa super carinhosa,
dedicada, trabalhadora, amiga de todas as horas. Sou dentista. Adoro minha
profissão. Pretendo encontrar o grande amor de minha vida. Se você não tem esse
interesse, não escreva pra mim. Não tenho mais idade pra aventuras sexuais.
Sim. Só respondo as mensagens que vierem com fotos de rosto e de perfil.
Homem que
deseja:
Altura:
acima de 1.80 m.
Peso: normal
ou um pouco acima.
Renda
mensal: Acima de R$ 25.000,00
Estado
civil: solteiro, divorciado ou viúvo.
Bebida: Não
beba ou beba socialmente.
Idade: 40 a
50 anos.
Formação:
Superior.
Descrição do
Homem que deseja: Sinceramente, não sou muito exigente. Desejo entretanto um
homem super carinhoso, trabalhador, honesto, bom amante, que goste de viajar e
que, principalmente, não tenha pendências de relacionamentos anteriores.
No outro
lado do Cyber espaço. Desempregado. Cinquenta e cinco anos. Roliço. À base de
costeleta e “beer”. Enrolado num
casamento mal resolvido. Filhos, netos, sogra e genros a aporrinhá-lo. Pra
dormir, clonazepan; para o sexo, sildenafil. Mas a mesma vontade de mudar.
Primeira
leitura. Porra, e eu quero mulher pra amar ou pra arrancar dente?
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