quarta-feira, 20 de março de 2013

Tudo são neurotransmissores!


Tudo são neurotransmissores e hormônios. Nos anos dourados, amor lascado. Sente-se falta do outro. Tem coisa melhor do que sentir falta para, logo após, esbaldar-se num reencontro? Ebulição nervosa.
 Com o passar, à conta dos efeitos nefastos do tempo, abrandamento. Serenidade complacente. Aceitação. Não digo que não haja exceções. Há os que se apaixonam por repetidas vezes (“sometimes” pela mesma pessoa), por natureza. Felizardos.
Apaixonar-se depois 40 com efeito é complicado, mormente por causa do medo de arriscar, reflexo do desgaste na transmissão sináptica; receio de abandonar sentimentos valorados e empilhados no substrato mental.
Mas há os que tentam, mesmo contra a sua índole. 
Depois de vinte anos de casada, separação. Filhos adultos, amigas casadas, conversas desafinadas, enfim solidão. Até aterrissar nas redes sociais.
 Nome: Loira solitária a procura de um grande amor.
Altura: 1,65 m
Peso: um pouco acima do peso.
Esportes: não pratico.
Bebida: Bebo socialmente
Filhos: Dois rapazes e uma moça (não moram comigo).
Descrição: É muito difícil falar de si mesmo . . . Mas sou uma pessoa super carinhosa, dedicada, trabalhadora, amiga de todas as horas. Sou dentista. Adoro minha profissão. Pretendo encontrar o grande amor de minha vida. Se você não tem esse interesse, não escreva pra mim. Não tenho mais idade pra aventuras sexuais. Sim. Só respondo as mensagens que vierem com fotos de rosto e de perfil.
Homem que deseja:
Altura: acima de 1.80 m.
Peso: normal ou um pouco acima.
Renda mensal: Acima de R$ 25.000,00
Estado civil: solteiro, divorciado ou viúvo.
Bebida: Não beba ou beba socialmente.
Idade: 40 a 50 anos.
Formação: Superior.
Descrição do Homem que deseja: Sinceramente, não sou muito exigente. Desejo entretanto um homem super carinhoso, trabalhador, honesto, bom amante, que goste de viajar e que, principalmente, não tenha pendências de relacionamentos anteriores.
No outro lado do Cyber espaço. Desempregado. Cinquenta e cinco anos. Roliço. À base de costeleta e “beer”.  Enrolado num casamento mal resolvido. Filhos, netos, sogra e genros a aporrinhá-lo. Pra dormir, clonazepan; para o sexo, sildenafil. Mas a mesma vontade de mudar.
Primeira leitura. Porra, e eu quero mulher pra amar ou pra arrancar dente?

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