domingo, 17 de fevereiro de 2013

Tarado!


Depois do Kobo, mania de ler vários livros simultaneamente. Pulo aqui e ali, mas sempre volto ao inteligível, à leitura tranquila. Prefiro as tiradas de Rubião aos conflitos de um dia de Leopold Bloom.


O moribundo deixa-lhe o fiel escudeiro. Logo que sabe da morte do pai do Humanitismo (aqui, a genialidade do autor é impressionante, antes mesmo de Saussure estabelecer as bases do estruturalismo), resolve livrar-se do animal.

 

Como a transmissão da herança resta condicionada aos bons cuidados que se devem prestar ao cão, corre o professor em desespero ao seu encontro. Isso acontece muita vez nas relações humanas.

 

Machado é aficionado por braços, ombros e colo. Acho que era o que se podia mostrar, decentemente. Geralmente, quando começa a descrever os atributos de uma mulher, ressalta-lhe a aparência mais jovial e fala dessas partes do corpo.

 

A preocupação com a jovialidade transborda a personagem com efeito.

 

Fico a imaginar como se dava o processo de sedução naqueles tempos. Primeiro os braços, depois os ombros, um tiquinho de perna . . . O beijo devia beirar o clímax. O sujeito com leves traços de ejaculação precoce tava fodido.

 

Hoje a coisa degringola. Na praia, difícil é ver o fio dental: é só bunda, e bunda. Não digo lá pelos vinte anos, pois que nessa idade, excepcionado-se padre, tudo que use saia é comestível, mas a partir dos cinquenta há que haver um certo mistério, combustível indispensável, sob pena de usar-se aditivo.

 

O sujeito que transa com a esposa depois de trinta anos de casados é um tarado!

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