domingo, 17 de fevereiro de 2013

Amor que fica!


No princípio era o Caos. Depois, Urano casa-se com Gaia e geram Cronos e outros Titãs. Cronos mata Urano cortando sua genitália que, ao cair no mar, gera Afrodite, a deusa do amor.
Amor e sexo sempre andaram juntos, o que dá azo muita vez à preleção da grave máxima: amor que fica é o amor de pica. Será? Verrugas à parte, o buraco é mais embaixo.

Depois de transferido para conjunto habitacional ao lado do GOE (grupo de operações especiais), no cordeiro, perdendo a belíssima vista do horizonte sobre o mar do Pina, pescador declara, agora mais do que nunca, o seu amor pela esposa.

Ele, malgrado a ausência dos dentes da frente, forma retilínea forjada na labuta diária sob sol escaldante; ela, roliça. Sexo diariamente, na base de pão com manteiga. No domingo, almoço com a sogra. Conversa à toa, riso fácil. A graça é “peiticar”.  Até com os amigos: vou levar tua mulher pra pescar hoje, “gaiudo”! 

Quebre-se o ambiente e o “amor” acaba! Basta sorte grande em loteria.

E o sujeito ganhou na megasena e ocultou o fato da esposa. Depois de vinte e cinco anos “comendo rato” juntos, ele pediu separação. Ainda bem que a justiça reverteu o intento maligno, fazendo-o dividir a bolada.

Noutro nível. Frida Kahlo amou Diego Rivera a vida toda, apesar de ser “fruita” e de ele ter tido seis filhos com sua irmã mais nova. Pelo sexo é que não foi.

Aos 52, tenho cá desconfiança que essa coisa de amor não tem vida própria.

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