Falar-se em “pele” agora é moda. Não “rolou”, é uma questão
de “pele” e coisa e tal. Advogado é quem gosta de incorporar esses tipos de
inovações semânticas. Houve tempo que era “engessar”. O discurso não era
discurso se não houvesse a palavra boiando no meio. Também “epitelial”; aqui, não
obstante decorrer de “pele”, pra indicar a superfície ou superficialidade de
qualquer questão.
Pra mim, melhor é “clima”. Pois que dele deriva esquentou,
esfriou e amornou. E o sujeito brochou
porque não houve “clima”. Ou a camisinha era muito grossa, matou o “clima”. E
transar de camisinha com efeito é o mesmo que chupar bombom com casca.
Tergiversei. E há clima de elevador: __ Bom dia, tudo bem? __ Tudo.
E pra que respondeu? A pergunta é protocolar, não existe interesse em saber a
real situação do outro, não há “clima”. Dê o troco: --Tudo bem? E fica por isso
mesmo.
E entra-se no “clima” do carnaval. Bem antes mesmo da
festança de quatro dias. E o sujeito se traveste de “super herói” e sai no
“Enquanto isso na Sala da Justiça”. Tenho vergonha. Não vejo graça alguma. Com
efeito, não incorporo o “clima” do carnaval. Não é minha “praia”.
Nunca fui pra o galo. E nem vou. Não há motivo pra se
orgulhar daquela multidão aglomerada no centro da cidade. Mas o povo se orgulha. Orgulha-se até por
Eike Batista ser um dos homens mais ricos do mundo!? No dia que me virem
fantasiado, com certeza estou na fase de euforia de distúrbio bipolar.
Gosto mesmo é de um forrozinho. Rela bucho com bucho, ou
outras coisas com outras coisas. Não que não “role” no carnaval. Até mais do
que no forró. Mas não há “clima”, ou melhor, o “clima” é prescindível.
Assisti muitos filmes românticos quando criança.
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