Há mais ou menos 23 anos, que, diga-se de passagem, não é pouco tempo,
inventei de internar-me num SPA por conta de 64kg em 1.62 m de altura.
Passei apenas três dias e murchei feito maracujá. Foi uma fome danada,
comia-se apenas mato; não sei como aguentei. Depois de alguns dias os
quilos voltaram - estavam com saudade, decerto -, e nunca mais me
abandonaram.
Foi nesse mesmo SPA que conheci uma gordinha
com quem convivi por mais ou menos um ano. Nunca me importei de ela
ser gorda. Sexualmente falando, nada ficava a dever a nenhuma magrinha,
muito pelo contrário; fica o alerta para os preconceituosos, geralmente
aqueles que sempre comeram no mesmo prato. Tenho comigo o que incomoda
com efeito é a opinião alheia, motivo por que se vive hoje em dia
praticamente de aparência.
Mas se vai mais além. Tem-se
preconceito até com quem anda a pé ou de ônibus, ou não usa roupa de
grife, ou não vive viajando, ou não é feliz. Porra, e tem que ser feliz?
E que merda é ser feliz? É gastar milhões numa viagem pra ver museu? Ou
gastar R$ 300,00 numa refeição com “amigos”, pra despejar tudo no ralo
no dia seguinte!?
Os atuais estudos sobre a “psicologia da
felicidade” têm demonstrado que parte da condição de ser feliz é inata,
uma predisposição genética que confere maior ou menor propensão para
sentir emoções positivas, ou seja, um dom. A outra parte diz com os
eventos cotidianos.
Pra mim, ser feliz (parte não inata) é acordar
com disposição e correr 10 KM em Brennand, chegar em casa, encontrar
minha filhota esbanjando saúde e levá-la ao colégio. Ser feliz pra mim
também é sentar confortavelmente numa cadeira de papai e ler um conto
no KOBO, e depois cochilar e pensar que vou continuar fazendo isso até
os 90; não é numerus clausus.
Tergiversei.
Em memória de minha fase etílica, digo, de forma categórica, opinião alheia pra mim é como cerveja quente.
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