sexta-feira, 13 de setembro de 2013
De peito aberto
Com efeito sou baixinho: 162 cm. Pareço menor quando tiro foto perto de George (185 cm) ou de Fernando (194 cm), amigos corredores. Poderia preparar um ângulo que me mostrasse maior, acho que me seria de muita valia dado a importância que dou ao assunto. Fico muito alegre em saber que um jogador da seleção brasileira, que agora não me recordo o nome, tem a minha altura. Deve ser muito difícil pra ele enfrentar aqueles varapaus europeus, como o é para mim segurar na barra superior dos ônibus. Acho que outra dificuldade significativa é beijar mulheres mais altas, pois que a situação impinge certo grau de inferioridade, de submissão, o que não acontece no caso de a mulher ser menor. Quanto ao sexo, não vejo problema, e isso nunca me afetou de fato, mesmo em posições não usuais, como quando se usa da verticalidade para o ato. Mas que não se pode fugir da regra, concluída com muito esforço e labuta, da física: quanto maior é o objeto maior é o esforço em mantê-lo, por certo tempo, em determinada posição. Nesse quadro, não me parece que a falta de cabelo tenha alguma influência no que estou a tratar; o tamanho, que também não pode ser muito pequeno pra não causar efeito psicológico negativo, todavia é de suma importância.
Sinto certo orgulho em falar de pessoas baixinhas marcadas para sempre na história da Humanidade. Não que acredite tenha sido a baixa estatura a causa de sua glória. O ser humano é muito competitivo, decerto resquícios do tempo das cavernas, e a particularidade serve como argumento pra qualquer embate. Em particular, já mencionei Getúlio Vargas, que media 160 cm e tinha uma raiva da gota disso. Malgrado a loucura que o acometeu, levando-o ao suicídio, em vida, não obstante aquela barriga nada sexy, foi homem de várias amantes __ a disputa não se tratava de questões políticas, e sim de questões sentimentais, se assim se pode dizer.
Mas que deixo pra lá o assunto, não obstante repisar a sua grande importância, e tergiverso sobre questões totalmente, integralmente, propositadamente fora do contexto. Discordo da legislação, fiada em regra presuntiva, que concede à mulher direito à parcela dos bens do marido em face de separação do casal, quando tudo leva a crer em nada ela contribuiu para a formação desses bens. Sem entrar em filigranas jurídicas, por não caberem e serem deveras inconvenientes neste ambiente de discussões amenas, digo categoricamente, pois que assim acho, com forte convicção, esposa não é família. Esposa é hoje não é amanhã; às vezes, não obstante os respectivos documentos comprobatórios, nem hoje lato sensu. Família é pai, mãe, filhos e, em parte, irmãos. Esse é meu sentir, que exponho de peito aberto depois de correr 27 Km, neste sete de setembro em que há promessa de se andar nu de bike no centro desse Recife velho e carcomido por série de larápios travestidos de gestores públicos.
Eu que contribuí com líquido seminal na geração de um ser vivo, por acaso do destino, malgrado ter desperdiçado muita vez prováveis leitores de Bukowski, só depois dos 40, tive a grata surpresa de constatar o amor de verdade, o que de fato revela o elo semântico do termo, ser o de pai por filho, nessa exclusiva ordem hereditária, que surge e mantém-se sem exigências, sem cobranças, e que a tudo se conforma. Lendo Philip Roth (Homem Comum), percebi a genialidade do autor ao se referir ao assunto. Se tiver tempo e vontade leia-o, vale a pena.
Não digo não exista amor fora do seio familiar. Dia desses, li reportagem de mulher que doou um rim à amiga. Porra, ou essa mulher é doida, ou com efeito o seu ato foi de amor verdadeiro. De minha parte, só doaria parte de meu corpo pra minha filha, de forma incondicional. Até mesmo o coração, que já é dela de fato. Pra o resto, meu apoio com palavras e coisa e tal.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário