terça-feira, 26 de outubro de 2010

Coisas simples!

Naquele dia, no meio do jantar, eu contei que tentara pegar na bunda do vento — mas o rabo do vento escorregava muito e eu não consegui pegar. Eu teria sete anos. A mãe fez um sorriso carinhoso para mim e não disse nada. Meus irmãos deram gaitadas me gozando. 
O pai ficou preocupado e disse que eu tivera um vareio da imaginação. Mas que esses vareios acabariam com os estudos. E me mandou estudar em livros. Eu vim. E logo li alguns tomos havidos na biblioteca do Colégio. E dei de estudar pra frente. Aprendi a teoria das idéias e da razão pura. 
Especulei filósofos e até cheguei aos eruditos. Aos homens de grande saber. 
Achei que os eruditos nas suas altas abstrações se esqueciam das coisas simples da terra. Foi aí que encontrei Einstein (ele mesmo – o Alberto Einstein). Que me ensinou esta frase: A imaginação é mais importante do que o saber. Fiquei alcandorado! E fiz uma brincadeira. Botei um pouco de inocência na erudição. Deu certo. Meu olho começou a ver de novo as pobres coisas do chão mijadas de orvalho. E vi as borboletas. E meditei sobre as borboletas. Vi que elas dominam o mais leve sem precisar de ter motor nenhum no corpo. (Essa engenharia de Deus!) E vi que elas podem pousar nas flores e nas pedras sem magoar as próprias asas.

E vi que o homem não tem soberania nem pra ser um bentevi.

- Manoel de Barros -

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sábado, 23 de outubro de 2010

Educação pela pedra!

A educação pela pedra

Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, freqüentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições de pedra (de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.
Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora, e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença, entranha a alma.
João Cabral de Melo Neto

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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Maratona de Foz de Iguaçu!

Chegada em Foz sexta-feira, às 14:30hs. Descanso, para logo após descobrir o BIG, supermercado que faz parte do Walmart. O bomclube está chegando por lá agora. O que vale uma idéia, não é?
Sábado pela manhã, Ciudad Del Este, no PY. Lotação num táxi Paraguaio __ caindo aos pedaços __ para atravessar a Ponte; o motorista, um ladrão. Aliás, a cidade é um antro: do camelô ao dono de loja, são todos ladrões. Uma zorra total.
À tarde, SESC. Palestra, conselhos de Wanderley Cordeiro etc. Muito Legal
À noite, insônia total. Para mim. Pensei até em desistir.
Domingo, Itaipu.
Corrida muito organizada; equipe de apoio fantástica, percurso maravilhoso. Muito boa mesmo - corre-se 11 Km dentro do Parque das cataratas. George acabou com 4:13hs. Poderia ter chegado com um tempo bem menor, com certeza. Preferiu curtir o percurso. Eu, com 4:17hs, freqüência média de 156 bpm, malgrado as ladeiras, reclamar de quê?
Vejam as fotos e os detalhes do Connect:






terça-feira, 21 de setembro de 2010

Maratona de Foz!

E os treinos continuam. Domingo, maratona de Foz do Iguaçu. Infelizmente, não estou tão preparado, ou seja, ainda não vai ser dessa vez que terminarei com tempo abaixo de 4 horas. É muito difícil conciliar os treinos com o trabalho.
Vejam os detalhes dos últimos treinos:




sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Alberto de Oliveira!

Era um hábito antigo que ele tinha:
entrar dando com a porta nos batentes
— "Que te fez esta porta?" a mulher vinha
e interrogava... Ele, cerrando os dentes:

— "Nada! Traze o jantar." — Mas à noitinha
calmava-se; feliz, os inocentes
olhos revê da filha e a cabecinha
lhe afaga, a rir, com as rudes mãos trementes.

Uma vez, ao tornar à casa, quando
erguia a aldrava, o coração lhe fala
— "Entra mais devagar..." Pára, hesitando...

Nisso nos gonzos range a velha porta,
ri-se, escancara-se. E ele vê na sala
a mulher como doida e a filha morta.


- Alberto de Oliveira - 

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Treinos!

E os treinos continuam. Viajei para Salvador, semana passada. Passei 4 dias por lá. Fiquei na Barra. Na quarta-feira, corri da Barra à praia da Pituba; percurso de 14 Km ida e volta. Com efeito, Salvador é muito diferente do Recife. Malgrado a ciclovia, que começa no finalzinho da praia de Amaralina, correr por lá é complicado, ou melhor, correr pela orla de lá é complicado.
Ponto a favor: restaurante do Sesc, no centro histórico. Vale a pena conhecer. Fiquei impressionado com o templo da "Igreja Universal do Reino de Deus". Quem já viu, sabe do que estou falando ...
Não fiz longão no fim de semana. Corri terça-feira e hoje, pelo velho e batido percurso de Brennand (13,5 Km).
Vejam os detalhes dos treinos:

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domingo, 29 de agosto de 2010

Casa Forte - Praia do Paiva.

Hoje o grupo, ou seja, eu e George, correu 31 Km. De casa Forte à Praia do Paiva. Fomos conhecer a ponte. Conheço bem a região, tive casa em Enseada dos Corais por um tempo. Gostava muito da ponta do Xaréu. Infelizmente, afastei-me; acho que por conta da violência . . . É melhor passar um final de semana numa pousada qualquer . . .

Vi vários grupos de "bike" perto da ponte. Primeira parceria pública-privada do estado, com efeito, parece que ficou boa. Cobra-se pedágio. Tem ciclovia no entorno.

Os últimos "post" trata-se de poemas de Manuel Bandeira, um dos grandes poetas nascidos no Recife. Malgrado a turbeculose, morreu aos 82 anos.  Excelente biografia no link: http://www.releituras.com/mbandeira_bio.asp.

Vejam os detalhes do treino no connect:

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