sábado, 13 de outubro de 2012

Maratona Maurício de Nassau 2012







Resenha da Maratona Maurício de Nassau 2012.
Há mais ou menos duas semanas, estava me sentido muito bem. Baixei em 10 bpm, em média, a freqüência cardíaca dos treinos. Mas Murphy não perdoa. Terça-feira passada senti a panturrilha. A bendita panturrilha, de repetidos tratamentos fisioterápicos. 
Gelo. Calminex animal.  Repouso. Nada. Absolutamente nada adiantou. A dor  insistiu em tirar o meu sossego. Corri 10Km no sábado. Lá estava ela. Pensei em desistir da maratona. Mas não sou de morrer de véspera, feito peru.
Preparei o arsenal e danei-me pro marco zero. Disse ao comparsa George: se a dor aumentar, paro em qualquer ponto; se for suportável, faço a meia (21Km).
O azul do céu mais azul do que nunca. Nenhuma nuvem arredia. Adrede comprara o Sundow Sport (proteção de 5 horas). Melequei-me mais de uma vez. Cá comigo, pensei que seria suficiente pra enfrentar o astro rei. Ledo engano. Tô feito tigre (alusão aos tigres de Laurentino Gomes em 1808).
No quilômetro 15 senti uma fisgada. Pensei: estourou, rompeu . . . já sentira a sensação em corridas anteriores. A dor ficou insuportável. Cogitei  parar. Mas já que faltavam apenas 6 Km pra 21, insisti.
Avistei de longe a multidão vibrando no Marco Zero.  Caminho à esquerda, os que continuariam; à direita, os que parariam. O mestre George dispara: E aí Benedito, dá pra continuar? Duas horas e 10 min até então. Continuei.
Voltar pra Boa Viagem com aquela dor e com o sol a queimar o lombo não foi fácil. Com efeito, foi a maratona, dentre as 10 que já corri (3 São Paulo, 2 Rio, 1 Foz de Iguaçu, 1 Porto Alegre, 3 Recife),  que mais me exigiu o  controle da mente . . .
E fui engolindo os quilômetros. E o sol continuou queimando.  Queimando profundo. E a panturrilha doendo.  Mas e eu sou de desistir? Não sou não. Arrastei-me até a chegada, correndo acima de 7 min/Km, nos últimos 3 Km. Cheguei com 4:30 hs (há três semanas correra 30 Km  em 3 hs).
Estou só o bagaço. Moído. Mas estou vivo. Renovado. De bem comigo mesmo . . .

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