segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Quem tem cu tem medo!


Recentemente, li numa revista, se não me engano a Contra Relógio, reportagem sobre James F. Fixx. O “dito cujo” ficou famoso à conta do Livro “Guia Completo de Corrida”, publicado no final da década de 1970.

Comprei o guia na extinta “Livro sete”, já na sua sexta edição, no início da década de 1980 (naquele tempo, já dava umas corridinhas na Jaqueira). Gostava muito de seus ensinamentos que, com efeito, valem até hoje.

Para minha surpresa, o autor morreu de infarto aos 52 anos, acho que em 1983, quando fazia o seu treino matinal diário de 16Km. Inteirando-me de sua vida pregressa, descobri que se tratava de ex-obeso com histórico familiar de infarto e outras “coisitas” mais, e que era muito competitivo. Malgrado a consistência de suas lições, não as seguia à risca.

O seu mal, que é o mal dos incautos, foi pensar que a corrida seria imunizante natural, o que efetivamente é uma inverdade. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. Quem tem cu deve ter medo. Principalmente quem pretende ser “atleta” após os 40.

Bebi e fumei durante 26 anos. Entornar o precioso líquido era religião. Toda sexta, ou a partir desse dia, reverenciava o deus Baco, aceitando os seus desígnios de forma inconteste.

O cigarro companheiro inseparável, amigo de todas as horas. Se sentava no trono, acendia "umzinho"; depois de uma refeição, outro; depois do sexo, não poderia faltar. A coisa era tão séria que o acessório, às vezes, suplantava o principal. Perdi a conta das vezes que saí de madrugada pra comprá-lo. Quem já foi viciado, sabe bem do que estou falando.


Já faz dez anos que corro de forma regular. Vez ou outra, ainda tomo umas cervejas (a última vez foi há dois anos). Cigarro jamais. Mas tenho plena consciência de que não é por isso que vou me livrar das doenças que atingem os que fumam, bebem e são sedentários.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Fala Sério


Fala Sério. Não sou Imelda, mas tenho trinta pares de tênis. É por causa das corridas, e por pura paixão mesmo. Em média, R$ 250,00 por tênis. Quando tem promoção, compro até sem precisar. Tenho dois pares sempre de reserva, sem uso.

Prefiro isso a gastar com restaurantes. Acho um desperdício gastar R$ 150,00, R$ 200,00 e até mais num almoço ou jantar. Prazerzinho curto. Depois de algumas horas, tudo no vaso. E do vaso pra o esgoto.

Dia desses tive até pesadelo. Não sou muito de lembrar sonhos. Dizem que isso é sinal de demência. Sei não. Acho que foi por conta de um episódio.

Fui a certo restaurante por causa de convite de amigos, que afinal de contas são amigos. O cardápio ininteligível. Nomes estrangeiros, se não me engano franceses __ pra aguçar o sabor e justificar o preço. Garçom! De que se trata? Isso mais aquilo e tal. Pronto, quero esse.

Um cocô. Esse era o formato da comida. Um montinho de arroz com alguns filetes dourados por cima e pequenos pedacinhos de carne. Um cocô decorrente de má digestão . . .

Comi pelas beiradas, a contragosto.
Mas tudo pelo social.

sábado, 13 de outubro de 2012

Maratona Maurício de Nassau 2012







Resenha da Maratona Maurício de Nassau 2012.
Há mais ou menos duas semanas, estava me sentido muito bem. Baixei em 10 bpm, em média, a freqüência cardíaca dos treinos. Mas Murphy não perdoa. Terça-feira passada senti a panturrilha. A bendita panturrilha, de repetidos tratamentos fisioterápicos. 
Gelo. Calminex animal.  Repouso. Nada. Absolutamente nada adiantou. A dor  insistiu em tirar o meu sossego. Corri 10Km no sábado. Lá estava ela. Pensei em desistir da maratona. Mas não sou de morrer de véspera, feito peru.
Preparei o arsenal e danei-me pro marco zero. Disse ao comparsa George: se a dor aumentar, paro em qualquer ponto; se for suportável, faço a meia (21Km).
O azul do céu mais azul do que nunca. Nenhuma nuvem arredia. Adrede comprara o Sundow Sport (proteção de 5 horas). Melequei-me mais de uma vez. Cá comigo, pensei que seria suficiente pra enfrentar o astro rei. Ledo engano. Tô feito tigre (alusão aos tigres de Laurentino Gomes em 1808).
No quilômetro 15 senti uma fisgada. Pensei: estourou, rompeu . . . já sentira a sensação em corridas anteriores. A dor ficou insuportável. Cogitei  parar. Mas já que faltavam apenas 6 Km pra 21, insisti.
Avistei de longe a multidão vibrando no Marco Zero.  Caminho à esquerda, os que continuariam; à direita, os que parariam. O mestre George dispara: E aí Benedito, dá pra continuar? Duas horas e 10 min até então. Continuei.
Voltar pra Boa Viagem com aquela dor e com o sol a queimar o lombo não foi fácil. Com efeito, foi a maratona, dentre as 10 que já corri (3 São Paulo, 2 Rio, 1 Foz de Iguaçu, 1 Porto Alegre, 3 Recife),  que mais me exigiu o  controle da mente . . .
E fui engolindo os quilômetros. E o sol continuou queimando.  Queimando profundo. E a panturrilha doendo.  Mas e eu sou de desistir? Não sou não. Arrastei-me até a chegada, correndo acima de 7 min/Km, nos últimos 3 Km. Cheguei com 4:30 hs (há três semanas correra 30 Km  em 3 hs).
Estou só o bagaço. Moído. Mas estou vivo. Renovado. De bem comigo mesmo . . .