Recentemente, li numa
revista, se não me engano a Contra Relógio, reportagem sobre James F. Fixx. O
“dito cujo” ficou famoso à conta do Livro “Guia Completo de Corrida”, publicado
no final da década de 1970.
Comprei o guia na
extinta “Livro sete”, já na sua sexta edição, no início da década de 1980
(naquele tempo, já dava umas corridinhas na Jaqueira). Gostava muito de seus
ensinamentos que, com efeito, valem até hoje.
Para minha surpresa,
o autor morreu de infarto aos 52 anos, acho que em 1983, quando fazia o seu
treino matinal diário de 16Km. Inteirando-me de sua vida pregressa, descobri
que se tratava de ex-obeso com histórico familiar de infarto e outras
“coisitas” mais, e que era muito competitivo. Malgrado a consistência de suas lições,
não as seguia à risca.
O seu mal, que é o
mal dos incautos, foi pensar que a corrida seria imunizante natural, o que
efetivamente é uma inverdade. Cautela e caldo de galinha não fazem mal a
ninguém. Quem tem cu deve ter medo. Principalmente quem pretende ser “atleta”
após os 40.
Bebi e fumei durante
26 anos. Entornar o precioso líquido era religião. Toda sexta, ou a partir
desse dia, reverenciava o deus Baco, aceitando os seus desígnios de forma
inconteste.
O cigarro companheiro
inseparável, amigo de todas as horas. Se sentava no trono, acendia "umzinho";
depois de uma refeição, outro; depois do sexo, não poderia faltar. A coisa era
tão séria que o acessório, às vezes, suplantava o principal. Perdi a conta das
vezes que saí de madrugada pra comprá-lo. Quem já foi viciado, sabe bem do que
estou falando.
Já faz dez anos que corro
de forma regular. Vez ou outra, ainda tomo umas cervejas (a última vez foi há
dois anos). Cigarro jamais. Mas tenho plena consciência de que não é por isso
que vou me livrar das doenças que atingem os que fumam, bebem e são
sedentários.