quarta-feira, 11 de abril de 2012

Engarrafamento


Evito ao máximo engarrafamento. Detesto ficar parado dentro do carro sem ter o que fazer. Não é minha praia. É tanto assim, muita vez vou trabalhar a pé ou de moto. Mas o uso do automóvel, às vezes, é inevitável.

Levo Bia de carro pra escola. É perto, poderia ir a pé . . . mas não vou. Acho que gosto do vuco-vuco da entrega das crianças. A rua todavia é estreita, não comporta 4 carros. De maneira que se houver dois carros estacionados não dá pra passar mais dois no espaço entre eles. É fato. Já tive alguns entreveros por conta disso.

Tenho carteira de motorista há trinta e dois anos. Acho que à conta de minha altura, e da minha natureza (lembro de uma música de forró que dizia: “eu sou pequenininho ma gosto de tudo grande”), tive diversos carros grandes, como o Opala Diplomata, o Ford Ranger etc.

Teve um tempo que dirigi com certa freqüência por ruas bastante apertadas. As ruas do bairro de São José, por trás da antiga rodoviária do Recife. À conta disso, desenvolvi a habilidade de avaliar com certa precisão a possibilidade de se passar com um automóvel por determinado espaço.

Pois bem, hoje pela manhã formou-se a muvuca: carro estacionado de um lado, carro estacionado de outro e mais carros, pelo meio, tentando passar. A tática é a seguinte: vai-se com tudo pra ver a merda acontecer. E não deu outra: todo mundo parado esperando a boa vontade de um salvador da pátria que sempre pede a um ou outro para dar uma “rezinha” e tal.

Ressabiado por causa de episódios anteriores, fiquei na minha. Liguei a CBN e nem tô aí. Uma loira (até que gostosa) baixou o vidro do carro e sapecou : “Dá pra passar”. Retruquei na bucha: “só se eu contrariar a lei da física que diz que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo". Fechou-se (inclusive o vidro).

Esperei ela se afobar. Tava pronto pra contar a história do caminhoneiro. O sujeito tava tentando estacionar o caminhão sem conseguir. Um gaiato começou a inferná-lo: não vai conseguir, não vai conseguir . . . Até que se ouviu o estouro: “Estaciono esse carro atravessado no cu da tua mãe”.

E ponto final.

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