terça-feira, 7 de abril de 2009

Bertrand Russel

Estou lendo “Ensaios Céticos” de Bertrand Russel. Vejam a biografia (resumidíssima) do grande filósofo e matemático.

De família aristocrática, Bertrand Russell cedo perdeu seus pais. Foi criado pelo avô, Lord John Russell e, com a morte deste, pela avó, Lady Russell. Educado em casa, por tutores, Bertrand Russell ingressou em 1890 na universidade de Cambridge, para estudar filosofia e lógica.

Em 1894 casou-se com Alys Pearsall Smith, uma americana seguidora da seita quacre, de quem viria a se separar em 1911. Dedicando-se ao estudo da lógica e da matemática, Russel passou a publicar seus ensaios em revistas especializadas. Em 1901 descobriu o famoso "paradoxo de Russell", com grande repercussão no campo da lógica.

Em 1908, tornou-se membro do "Trinity College", em Cambridge. Dois anos depois publicou o primeiro volume de sua obra "Principia Matemática", que se tornou célbre. Bertrand Russell ganhou reputação como um dos maiores lógicos do século 20 e um dos fundadores da filosofia analítica.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Russell dedicou-se ao ativismo político. Em conseqüência de seus protestos contra a guerra, foi expulso, em 1916, do Trinity College. Dois anos depois, foi condenado a cinco meses de prisão, onde escreveu "Introdução à Filosofia Matemática".

Em 1920 Russell viajou para a Rússia e a seguir foi para Pequim, onde viveu durante um ano como professor de filosofia. No ano seguinte casou-se com Dora Black, com quem teve dois filhos. Nessa época ganhou a vida escrevendo livros populares de ética, física e filosofia. Seus escritos para o grande público despertaram grande interesse.

Em 1927 fundou a escola experimental "Beacon Hill", junto com sua esposa. Com a morte de seu irmão, em 1931, Bertrand Russell tornou-se o terceiro Conde Russell, título que pouco usou. Tendo-se divorciado de Dora em 1935, casou-se no ano seguinte com uma estudante da Universidade de Oxford chamada Patrícia Spence, com quem teve um filho.

Mudou-se para os Estados Unidos em 1939, para lecionar na Universidade da Califórnia. Logo em seguida foi convidado a atuar como professor no City College de Nova York. Sua nomeação, no entanto, acabou sendo anulada, sob a alegação de improbidade moral, por suas opiniões radicais.

Em 1944 Russell retornou à Inglaterra, integrando novamente os quadros do Trinity College. No ano seguinte publicou sua extensa "História da Filosofia Ocidental". Cinco anos mais tarde, foi agraciado com a Ordem do Mérito e, em 1950, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura.

Em 1952 casou-se com Edith Finch, a quem conhecia desde 1925. Sua participação política tornou-se cada vez maior. Em 1958, iniciou uma campanha pelo desarmamento nuclear e, em 1962, atuou como mediador na crise dos mísseis, em Cuba, impedindo a deflagração de um conflito atômico. Com Albert Einstein e outros cientistas organizou o movimento "Pugwash", contra a proliferação de armas nucleares.

No final dos anos 1960 escreveu sua autobiografia, em três volumes. Morreu lúcido, aos 98 anos, na Gália, onde suas cinzas foram dispersas.

Transcrevo algumas de suas máximas:

Não possuir algumas das coisas que desejamos é parte indispensável da felicidade.

O tempo que você gosta de perder não é tempo perdido.

Temer o amor é temer a vida e os que temem a vida já estão meio mortos.

Uma vida feliz deve ser em grande parte uma vida tranquila, pois só numa atmosfera calma pode existir o verdadeiro prazer.

Aquilo que os homens de fato querem não é o conhecimento, mas a certeza.

Na vida nunca se deveria cometer duas vezes o mesmo erro. Há bastante por onde escolher.

Um dos paradoxos dolorosos do nosso tempo reside no fato de serem os estúpidos os que têm a certeza, enquanto os que possuem imaginação e inteligência se debatem em dúvidas e indecisões.

Se a todos fosse dado o poder mágico de ler nos pensamentos dos outros, suponho que o primeiro resultado seria o desaparecimento de toda a amizade.

Poucas pessoas conseguem ser felizes, a menos que odeiem alguém.

A vida é demasiado curta para nos permitir interessar-nos por todas as coisas, mas é bom que nos interessemos por tantas quantas forem necessárias para preencher os nossos dias.

Quanto mais o homem procura apenas que o admirem, mais longe está de conseguir o seu objetivo.

A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na rectaguarda para ver.

Mesmo quando todos os especialistas estão de acordo podem muito bem estar enganados.

O problema com o mundo é que os estúpidos são excessivamente confiantes, e os inteligentes são cheios de dúvidas.

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