terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Amostração

E o sujeito afirmou o seu livro de cabeceira seria “Ulisses”, de James Joyce. Pura Amostração. Até “Einstein”, que não é pouca bosta, disse  não entender o autor. Haja petulância em dizê-lo livro de cabeceira . . . vá à merda.
Outro exaltou "Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust: “ao abrir qualquer página, enxergo uma lição”. A não ser que tenha nascido na França, e tenha passado por tudo que pretensamente passou o autor, é  amostração. Também vá à merda.
Às vezes, sinto vontade de mandar à merda essa sociedade hipócrita, frívola, e, por que não dizer, imbecil. Já viram algumas pessoas, ditas da classe média culta, num papo informal de sexta-feira: Fulana, conheces o restaurante tal em Paris? Conheci-o na minha última viagem, e blá-blá-blá . . . Só se fala de viagens. Cada um querendo demonstrar que viajou mais, querendo mostrar que conhece mais etc.
Quando o assunto não é Europa (Deus sabe a quanto custo viajam), enveredam pelos restaurantes do Recife, cada um querendo demonstrar que sai mais, que conhece mais e blá blá blá . . . E quando começam a falar sobre filmes, aí é insuportável;  não menos quando falam de caridade: “Fulana, tu não sabes o que eu fiz, dei três mil reais a minha empregada pra ela comprar uma casa ” (a coitada trabalhou durante quinze anos).
Pois bem, o meu livro de cabeceira é “Aforismos para sabedoria da vida”, de Shopenhauer. Não é pouca coisa. Vocês verão por que nos próximos post.
"A paciência é a gazua do amor" (Machado de Assis)

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