domingo, 30 de abril de 2017

Tudo é Alegria

Logo cedo, vesti a indumentária e danei-me pra o centro. Faço isso há algum tempo. É o treino do galo. Houve ano que foi bem animado; o da música do mosquito, com a participação do grupo Pegasus e de mais alguns agregados. Ontem, fui só. Dentre os apetrechos, uma cinta multi uso. Comprei-a numa feira da maratona de São Paulo. Sapequei dentro dela o celular pra fazer o registro do Galo. E sai curtindo o parque Santana, os jardins da praça de Casa Forte, a praça do Parnamirim, o parque da Jaqueira, o muro do cemitério de Santo Amaro, o marco zero e, por fim, o Galo. Não sei onde o prefeito está com a cabeça. Amando, decerto, não está. Que porra que se passa?! Colocaram uns blocos de concreto enormes nas pontes. Arrobaram as calçadas. Uma nojeira. E o galo? Palhaçada! Nunca vi coisa tão mal feita. Interessante é que não se divulga quanto se gastou naquilo. Muita gente deve ter comido boa “cabidela”. E o povão feito gado: “vida de gado, mas vida feliz”. Tirei as ‘fotinhas”, os “selfies” de praxe e retornei. Girei ainda quatro vezes na jaqueira, tomei água de coco e enfrentei a feirinha da praça de Casa Forte. Em determinado momento, senti certa coisa desprender-se de mim. Como estivesse empolgado escutando música baiana, não dei atenção. Cheguei, parei e alonguei. Deu-me vontade de escutar a rádio jornal e saber do número de mortes. Nada. O celular sumiu. Puta que pariu. Senti-me isolado, no mais distante dos mundos. Faço tudo com o apetrecho - quase tudo. Corri pra o Cerberus, tentei localizá-lo. Constatei que ele fora desligado quinze minutos antes. Dei volta na praça só pra desencargo de consciência. Não teve jeito. Fiz boletim de ocorrência (online) e bloqueei os chips. Gastei quantia considerável na compra de um novo. Não me admira quem o encontrou o tenha desligado. Atitude decerto adotada para que não se conseguisse rastreá-lo. Pois aqui é assim, vale a máxima de que “a ocasião faz o ladrão”. E não se pense foi porque a minha perda se deu na rua. Há alguns anos, na formatura de medicina de um sobrinho, esqueci o aparelho na poltrona do Teatro da UFPE. Apesar de minha busca ter sido de forma imediata, também não surtiu efeito. Reconheço, há muita gente boa, de boa índole, em nossa cidade. Mas, infelizmente, a maioria não é assim. Independentemente da classe social. Aqui, todo mundo quer levar vantagem a todo momento. Muita vez sequer se avaliam os riscos-benefícios. Mas que deixo essas coisas pra lá, pois que é carnaval, e tudo é alegria!

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