sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Propólis

No começo do ano passado, por medo da dengue, comecei a tomar propólis. Pois bem, além de não ter pego dengue, de lá pra cá não tive nenhum resfriado e, demais, melhorei, de forma significativa, de uma rinite alérgica que me aflige de há muito. Aprendam um pouco sobre essa maravilha da natureza:

Pro – antes, e Polis – cidade. O termo propolis tem origem na Grécia antiga, onde significava “defesa da cidade”. A cidade, neste caso, será a colmeia onde vivem as abelhas. A própolis desempenha um papel importantíssimo na defesa da colmeia contra a invasão e proliferação de microorganismos (fungos, bactérias, vírus). Poderá dizer-se que a própolis funciona como que um “sistema imunitário” da colmeia.
Esta capacidade desinfectante e protectora da propolis despertou um interesse, no homem, relativo à sua utilização. Os gregos reconheceram-lhe propriedades curativas e cicatrizantes, e utilizavam-na em feridas e determinadas doenças. Hipócrates, o pai da medicina moderna, prescrevia a própolis para tratar ferimentos e úlceras, quer a nível externo como interno. Os egípcios, que sempre consideraram a abelha como um animal sagrado, símbolo de coragem e o valor, também usaram a própolis para tratar inúmeras doenças. A própria mitologia romana refere esta substância.O interesse dos europeus pela própolis surge com John Gerard na sua famosa “História das plantas”, de 1579, onde a própolis vem referida como uma substância com potencial efeito eficaz no alívio e cura de muitos problemas de saúde.Com o desenvolvimento da medicina moderna, a própolis, assim como outros produtos de origem natural, caiu no esquecimento. Foi nos últimos 20 a 30 anos, particulamente na Europa oriental, que se começou novamente a utilizar a própolis pelas suas propriedades curativas, de forma a poder estudar e avaliar de uma forma mais objectiva e científica o seu potencial terapêutico.
O que é a própolis?
Trata-se de um conjunto de substâncias recolhidas na natureza pelas abelhas, que depois é trabalhado pelas suas glândulas salivares, resultando uma massa final de aspecto peganhento e colante. As abelhas revestem a colmeia com esta gomo-resina vegetal, criando o ambiente mais estéril conhecido na natureza. Envernizando os favos, da parede ao tecto, a propólis impede a proliferação de micróbios e vírus, e ainda serve para embalsamar inimigos que invadam o colmeia. A composição da própolis engloba 50% de resina recolhida das árvores e plantas, 30% de ceras, 10% de óleos essenciais e 5% de pólen. Além destes ingredientes, a própolis possui ainda uma enorme variedade de aminoácidos, vitaminas, minerais e bioflavonóides, sendo estes últimos apontados como um dos ingredientes mais activos no processo de regeneração.
Aplicações terapêuticas
Antibiótico natural sem efeitos secundários, é assim que muitas vezes a própolis é designada. Investigações recentes do Instituto Nacional do Coração e do Pulmão de Londres demonstraram que a própolis tem a capacidade de destruir algumas bactérias que se revelaram resistentes a alguns dos antibióticos modernos sintéticos.Nos últimos 20 anos inúmeros estudos e pesquisas científicas têm sido conduzidas a propósito da substância, não só na America como também na Europa, onde o uso desta substância é muito comum. Entre outras aplicações, a própolis tem sido usada em problemas circulatórios. Os chineses crêm que esta substância pode ser muito benéfica em situações de hipertensão, arteriosclerose e doenças coronárias. Nos problemas gastrointestinais, cientistas e médicos russos demonstraram que a própolis pode ajudar a prevenir úlceras e abcessos, assim como acelerar o processo de cicatrização de algumas doenças do foro gástrico. A própolis é também muito usada em problemas de pele. Algumas investigações americanas, polacas e russas demonstraram que a acne, alergias, herpes e outros problemas dermatológicos respondem bem à terapia com própolis. Além destas aplicações, à própolis é ainda atribuída a capacidade de ajudar a aliviar alguns problemas femininos, como sejam períodos menstruais dolorosos assim como infecções vaginais.
Da colmeia para o mercado
A propólis pode ser tomada como suplemento alimentar, sendo útil como agente preventivo de constipações, tosse, gripes e outro tipo de viroses. Em tintura, também revelou ser realmente efectiva para proteger as vias respiratórias. Em produtos de cosmética, sejam cremes, batons, ou pastas dentífricas, apresenta uma acção protectora e regeneradora da pele e mucosas externas. Não precisamos de defender a nossa cidade, mas é realmente importante defender o corpo e a saúde. A própolis pode ser uma boa opção.
Por: Pedro Lôbo do Vale**médico

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