domingo, 30 de janeiro de 2011

Existe amor assim?

AMA-ME POR AMOR DO AMOR SOMENTE.

"Ama-me por amor do amor somente.
Não digas: “Amo-a pelo seu olhar,
o seu sorriso, o modo de falar
honesto e brando. Amo-a porque se sente

minh’alma em comunhão constantemente
com a sua”. Por que pode mudar
isso tudo, em si mesmo, ao perpassar
do tempo, ou para ti unicamente.

Nem me ames pelo pranto que a bondade
de tuas mãos enxuga, pois se em mim
secar, por teu conforto, esta vontade

de chorar, teu amor pode ter fim!
Ama-me por amor do amor, e assim
me hás de querer por toda a eternidade."

- Elizabeth Barrett Browning -
  ( Tradução Manuel Bandeira)

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sábado, 15 de janeiro de 2011

Amor e Medo!

Quando eu te vejo e me desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, ó bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
— "Meu Deus! que gelo, que frieza aquela!"

Como te enganas! meu amor, é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo...

Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz, da sombra, do silêncio ou vozes.
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.

O véu da noite me atormenta em dores
A luz da aurora me enternece os seios,
E ao vento fresco do cair das tardes,
Eu me estremece de cruéis receios.

É que esse vento que na várzea — ao longe,
Do colmo o fumo caprichoso ondeia,
Soprando um dia tornaria incêndio
A chama viva que teu riso ateia!

Ai! se abrasado crepitasse o cedro,
Cedendo ao raio que a tormenta envia:
Diz: — que seria da plantinha humilde,
Que à sombra dela tão feliz crescia?

A labareda que se enrosca ao tronco
Torrara a planta qual queimara o galho
E a pobre nunca reviver pudera.
Chovesse embora paternal orvalho!

Ai! se te visse no calor da sesta,
A mão tremente no calor das tuas,
Amarrotado o teu vestido branco,
Soltos cabelos nas espáduas nuas! ...

Ai! se eu te visse, Madalena pura,
Sobre o veludo reclinada a meio,
Olhos cerrados na volúpia doce,
Os braços frouxos — palpitante o seio!...

Ai! se eu te visse em languidez sublime,
Na face as rosas virginais do pejo,
Trêmula a fala, a protestar baixinho...
Vermelha a boca, soluçando um beijo!...

Diz: — que seria da pureza de anjo,
Das vestes alvas, do candor das asas?
Tu te queimaras, a pisar descalça,
Criança louca — sobre um chão de brasas!

No fogo vivo eu me abrasara inteiro!
Ébrio e sedento na fugaz vertigem,
Vil, machucara com meu dedo impuro
As pobres flores da grinalda virgem!

Vampiro infame, eu sorveria em beijos
Toda a inocência que teu lábio encerra,
E tu serias no lascivo abraço,
Anjo enlodado nos pauis da terra.

Depois... desperta no febril delírio,
— Olhos pisados — como um vão lamento,
Tu perguntaras: que é da minha coroa?...
Eu te diria: desfolhou-a o vento!...

Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo.
Se de ti fujo é que te adoro e muito!
És bela — eu moço; tens amor, eu — medo!...

 

Casimiro de Abreu.

 

Abreu, Casimiro de (1837-1860), poeta romântico brasileiro. Dono de rimas cantantes, ao gosto do público, Casimiro de Abreu publicou apenas um livro, As Primaveras (1859). Filho de um rico comerciante, Casimiro de Abreu nasceu em Barra de São João (Rio de Janeiro) e cresceu no Rio, então capital do Império e centro cultural do país. Entre 1853 e 1857, estudou em Portugal. A vocação literária, porém, suplantou a vida acadêmica. Em Lisboa, iniciou-se como poeta e dramaturgo. A peça Camões e Jaú estreou no teatro D. Fernando e, nela, o autor proclama sua brasilidade, as saudades dos trópicos e refere-se a Portugal como "velho e caduco". De volta ao Brasil, dedicou-se à atividade comercial, com o apoio paterno. Mas definia este trabalho como uma "vida prosaica…que enfraquece e mata a inteligência". Morreu aos 21 anos, de tuberculose, em Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro. Seu poema mais famoso é Meus Oito Anos. Da segunda geração romântica brasileira, Casimiro de Abreu cultivava um lirismo de expressão simples e ingênua. Seus temas dominantes foram o amor e a saudade. Embora criticado por deslizes de linguagem e falta de embasamento filosófico, Casimiro de Abreu é admirado, justamente, pela simplicidade. Alguns versos acabaram se incorporando à linguagem corrente como, por exemplo, simpatia é quase amor, hoje nome de um famoso bloco do carnaval carioca.

É pequena a obra poética de Casimiro de Abreu. Porém, deixou-nos de forma marcante, a poesia da saudade: "Canção do exílio" ("Meu lar") em que partia da aceitação premonitória, "Se eu tenho de morrer na flor dos anos", para a formulação de um desejo que se realizou plenamente: "Quero morrer cercado dos perfumes / Dum clima tropical.”. Meus Oito Anos, Minha Terra - poemas escritos em Portugal, onde adquiriu sua educação literária.

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quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Só love!

E o sujeito confidenciou: faz três meses que não faço sexo. E tu não namoras há um mês? Pois é, estou esperando o momento certo para uma nova lua de mel. Não agüentava mais a minha ex-mulher: sexo de manhã, à tarde e à noite. Vivia estressado, ou melhor, VICIADO.

Agora tá bem melhor. Só Love.

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Post antigo.

Quem não tem o que falar ...

Quando não há o que falar. . . é “mió calar”. Em caminho de paca tatu caminha dentro? Não! Tatu caminha atrás. Sempre tive curiosidade de saber o perfil de quem acaba uma maratona abaixo de 3:00 hs. Pois bem, matei a minha curiosidade. Fui no site da webrun e coloquei os nomes dos atletas que acabaram a maratona de São Paulo nesse tempo.

Em essência, todos magros. Não obstante a indução não se constituir método seguro, é evidente que gordura não combina com velocidade, tampouco com saúde. Difícil é encontrar velho gordo, mais difícil que enterro de anão, ou ladrão de óculos.

Falar em velhice, não digo que vou ficar velho. Se ficar, pretendo que seja com saúde, o que passa, necessariamente, por uma boa dose de exercícios físicos e alimentação regrada. Se morrer jovem, pelo menos não quero ser afligido pelo mal de Ivan Ilitch, motivo por que tento desviar-me, com todas as forças, das futilidades que a vida em sociedade nos impõe.

E José Américo sapeca no intróito de “A Bagaceira”:

Antes que me falem:

Há muitas formas de dizer a verdade. Talvez a mais persuasiva seja a que tem a aparência de mentira.

Há miséria maior do que morrer de fome no deserto: é não ter o que comer na terra de Canaã.

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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Walt Whitman!

E Bertrand Russell cita Walt Whitman (A conquista da felicidade, Ediouro 2003):

 

Creio que poderia transformar-me e viver com os animais. Eles são tão calmos e donos de si,

Detenho-me para contemplá-los sem parar.

Não se atarantam nem se queixam da própria sorte,

Não passam a noite em claro, remoendo suas culpas,

Nem me aborrecem falando de suas obrigações para com Deus.

Nenhum deles se mostra insatisfeito, nenhum deles se acha dominado pela mania de possuir coisas.

Nenhum deles fica de joelhos diante do outro, nem diante da recordação de outros da mesma espécie que viveram há milhares de anos.

Nenhum deles é respeitável ou desgraçado em todo o amplo mundo.

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domingo, 9 de janeiro de 2011

Caju.

E eu escorei o pé de caju! Uma imagem vale mais que mil palavras.